Relatos de toneladas de alimentos estragando em geladeiras, assim como medicamentos que dependem de refrigeração. Peixes morrendo em aquários. Comerciantes tentando encontrar geradores ou caminhões frigoríficos para amenizar o prejuízo. Moradores com medo de árvores penduradas nas vias em meio a fiação. Milhares de pessoas sem luz e água. Dificuldades para cuidar de recém nascidos e doentes. E, o pior, todos sem um posicionamento confiável da Prefeitura e da Enel de quando o pesadelo chegaria ao fim.
Essas são algumas das muitas reclamações que a Folha recebeu desde o final da tarde da sexta-feira, dia 3. Mesmo não constando entre as regiões da cidade onde as rajadas de vento foram mais fortes (leia Editoriais), Vila Prudente e arredores foram duramente castigados pela queda de muitas árvores. Outro problema foi que mesmo nos pontos onde não houve registro de desabamento de espécies, a população enfrentou mais de 65 horas sem energia elétrica, como ocorreu em algumas ruas do Jardim Independência, onde o fornecimento só foi restabelecido às 11h30 da segunda-feira, dia 6.
O desespero atingiu moradores que viam ruas dos arredores com a energia religada, enquanto permaneciam sem informação da Enel. Na rua Serra da Piedade, na Vila Prudente, foram 118 horas de agonia à espera de uma equipe da concessionária. No final da tarde da terça-feira, dia 7, um grupo fechou a rua em protesto pela falta de luz. Com a escuridão, uma criança acabou atropelada e precisou ser socorrida. A informação é que passa bem. A Enel apareceu no final da manhã do dia seguinte e levou cerca de quatro horas para fazer o conserto.
Na região também ocorreram protestos de moradores em pelo menos mais dois endereços: nas avenidas Engenheiro Thomaz Magalhães e na avenida Dr. Francisco Mesquita, com o fechamento de trechos da avenida do Estado.
Novo apagão
Nem sempre a chegada do caminhão da Enel, representa o fim do problema. Na rua Professor Gustavo Pires de Andrade, na Vila Prudente, uma equipe esteve na rua às 15h da segunda-feira, dia 6. Mas, quando restabeleceu o serviço, um transformador explodiu deixando um quarteirão inteiro sem energia. Outra equipe só retornou ao endereço às 22h40 da terça-feira, dia 7. No dia seguinte, moradores levaram um novo susto quando a energia acabou novamente por 15 minutos.
Na tarde da quarta-feira, dia 8, por volta das 15h30, diversas vias da região voltaram a sofrer com falhas no fornecimento. Na rua Mendonça Corte Real, no Jardim Avelino, o problema persistia até a noite de ontem, com os moradores somando mais 27 horas sem energia. (Kátia Leite)
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Moradores nao entendem que existe prioridade na hora de voltar de uma catastrofe. Hospitais, escolas, grandes centros, grandes avenidas estao na frente da sua pequena com 10 casas. Entenda isso