Tão logo a Caixa Econômica Federal anunciou o início do atendimento para dar entrada no processo de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), muitos moradores atingidos pela violenta enchente na Vila Prudente no mês passado foram para uma agência . No entanto, alguns tiveram uma surpresa desagradável: seus endereços não constam na documentação enviada pela Prefeitura.
Alguns moradores da Comunidade de Vila Prudente estão indignados porque tiveram prejuízos com a inundação, esperam há mais de um mês para resgatar o FGTS e ainda perderam, em vão, parte do dia de trabalho para irem à Caixa. “Estava uma confusão na agência. Várias pessoas nesta situação”, comenta Fernando B. de Souza, que reside na altura do número 4.100 da viela Juriti e procurou a Folha nesta semana acompanhando de um grupo de moradores da comunidade que ficaram de fora da relação que constava no banco.
Ele mostrou à reportagem o atestado emitido pela Divisão de Defesa Civil – Vila Prudente confirmando que o seu imóvel foi atingido pela enchente de 10 de março. “Mas, a Caixa não aceitou esse atestado. Então, fomos até a Defesa Civil de Vila Prudente que também não soube nos explicar o que aconteceu. É o meu dinheiro que estou tentando resgatar, nem é dinheiro dado pela Prefeitura”, reclama Souza.
“Várias moradias em diferentes travessas ficaram de fora na Comunidade de Vila Prudente. E esse último alagamento foi muito feio, chegou em casas que nunca tinham sido atingidas”, comenta a moradora da Viela das Garças, Solange Aparecida Santos.
A Folha também recebeu reclamações de residentes das ruas Coelho Neto e Limeira, na Vila Prudente. Um morador da altura do número 200 da Coelho Neto afirmou que também tem o atestado da Defesa Civil e não conseguiu ser atendido na Caixa porque o seu endereço não estava na relação.
A Prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, responsável pela Defesa Civil, estava se reunindo ontem com integrantes da Caixa Econômica Federal para acompanhar o andamento dos trabalhos e verificar a eventual necessidade de ajustes. Foi ressaltado ainda que a Defesa Civil já encaminhou o relatório com os dados das ruas e intervalos de números das casas afetadas apontados pelas respectivas Subprefeituras e que agora, cabe à Caixa realizar as providências necessárias. A Prefeitura destacou ainda que “é o banco que define as regras sobre quem pode ter acesso aos recursos do FGTS”.
A Caixa também confirmou que os endereços não identificados, principalmente vielas de comunidades, seriam discutidos em reunião entre a Defesa Civil, Subprefeitura e representantes do banco para analise dos procedimentos cabíveis. A assessoria da Caixa enfatizou que os locais afetados pela enchente foram identificados pela Defesa Civil da Prefeitura. (Kátia Leite)