Um mês após a violenta enchente que atingiu a região, trabalhadores de empresas das avenidas Henry Ford, Presidente Wilson e arredores fizeram manifestação na manhã desta quinta-feira, dia 11, para cobrar atenção dos governos municipal e estadual. Os funcionários temem demissões em massa por conta dos prejuízos causados pela inundação. A Folha mostrou o drama das empresas há 15 dias. A estimativa dos organizadores é de que quatro mil pessoas participaram do ato.
Os trabalhadores se concentraram na avenida Henry Ford por volta das 6h30 e seguiram em passeata, com vários cartazes e faixas, até a rua Capitão Pacheco e Chaves, onde subiram o viaduto no sentido Ipiranga. Duas pistas foram bloqueadas pelos manifestantes, tumultuando o trânsito. O protesto durou cerca de duas horas e, por volta das 8h30, os funcionários voltaram ao trabalho.
“Foi uma manifestação pacífica com o intuito de chamar a atenção da Prefeitura e do Governo do Estado para receberem os representantes das empresas, entenderem a grave situação e proporcionarem algum tipo de renuncia fiscal para criação de um plano de recuperação. Os prejuízos estimados com a enchente já ultrapassam R$ 500 milhões. Se não houver a colaboração dos governos, as empresas terão que começar a demitir funcionários para tentarem se reerguer”, explicou João Lo Ré Neto, funcionário de uma das companhias afetadas e um dos representantes dos trabalhadores.
Entre as principais reivindicações está a diminuição do Imposto Sobre Serviço (ISS), do município, e a redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelo Estado, por pelo menos três anos. “Com esses benefícios as empresas poderão ter fôlego para manterem os empregos. Até o momento conseguiram apenas o decreto municipal de Situação de Emergência, mas isso não é o suficiente. Precisam de mais respaldo da Prefeitura e, principalmente do Estado, como ocorreu com montadoras do ABC. Já se passou um mês e nenhum representante do Estado apareceu para prestar apoio e está muito difícil chegar em alguém do Governo”, completou Neto. (Gerson Rodrigues)
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Toda essa região onde estão localizadas várias empresas é conhecida como o Parque Industrial da Mooca, começa na rua da Mooca esquina com a Borges Figueredo e vai até a Anhaia Mello, na área entre a Henry Ford e rua Dianópolis na Vila Prudente. Esse parque industrial foi criado em 1921 e é até os dias de hoje de sua importância econômica pra cidade de SP.
Os estragos causados pelas enchentes do mês passado foram terríveis pra todas as empresas da nossa região, muitas delas estão totalmente paradas, pois não existe condições para a retomada de suas atividades comerciais, tendo tantos equipamentos destruídos e inutilizados pelas águas imundas dos alagamentos.
Cabe agora ao Poder Público nas três: Federal, Estadual e Municipal, criar um plano emergencial conjunto para a recuperação das empresas atingidas e, assim evitar que tenhamos demissão em massa de trabalhadores, que no momento estão com seus empregos ameaçados.