Entidades sociais, líderes comunitários, empresários, comerciantes e moradores da região estão organizando a mobilização ‘Parque na Mooca Já’ para o próximo dia 19, às 10h, na rua Barão de Monte Santo, na confluência com as ruas Francisco Cipullo e Dianópolis, onde fica o terreno de 100 mil m² que no passado abrigou uma distribuidora de combustíveis e a comunidade defende que seja transformado em parque público. A Folha apoia a causa.
Durante o ato, que também tem o objetivo de chamar a atenção para a falta de áreas verdes na Mooca, deve ocorrer um abraço simbólico no terreno. Há mais de 15 anos a Folha cobra as autoridades sobre a preservação dessa área.
Em 2018, a mobilização da comunidade sensibilizou o vereador Gilberto Natalini (PV) – que foi secretário municipal do Verde e Meio Ambiente na gestão de João Doria na Prefeitura. Ele criou projeto de lei sobre o tema que institui o Parque Municipal da Mooca. No início deste mês o projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ainda sem prazo para entrar em votação em plenário.
A Mooca é um dos bairros mais áridos da cidade. Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 12m² de área verde por habitante, na Mooca o índice está abaixo de 1m².
O terreno pleiteado para se transformar em parque foi ocupado entre 1945 a 2001, por uma distribuidora de combustíveis da Esso Brasileira de Petróleo, subsidiária da multinacional Exxon Mobil. Quando a empresa decidiu encerrar as atividades no local, como parte dos procedimentos para desativação, foi realizada a avaliação ambiental que constatou contaminação do solo e das águas subterrâneas por combustíveis líquidos e metais, entre outros contaminantes.
A remediação do solo se estendeu por quase 18 anos, supervisionada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que, segundo assessores do vereador Gilberto Natalini, anunciou em fevereiro do ano passado que o terreno está livre dos poluentes. Mesmo assim, o espaço continuava sob acompanhamento. Questionada pela Folha nesta semana, a Cetesb informou que o terreno foi dividido em 10 lotes pela construtora São José, que é proprietária da área desde 2012. Foi ressaltado que apenas um desses lotes está destinado a área verde, o qual está reabilitado para uso como parque. (Gerson Rodrigues)