Linha 2: Tatuzão chega à futura estação Anália Franco

A tuneladora Shield, conhecida como Tatuzão, chegou à segunda estação da ampliação da Linha 2-Verde nesta quinta-feira, dia 27.

Ao longo do percurso até a futura estação Anália Franco, o maior Tatuzão da América Latina percorreu 1,6 km desde o início no canteiro do Complexo Rapadura, retirando 141 mil m³ de terra. Este trecho recebeu 873 anéis de concreto para revestimento das paredes do túnel, que compreende as estações Vila Formosa e Anália Franco. Neste último ciclo de escavação, iniciado em maio no poço Coxim, na região da Vila Formosa, foram 400 metros de extensão com 253 anéis instalados.

Agora, a máquina passará por um período de manutenção por cerca de 20 dias, antes de retomar a escavação com destino à futura estação Santa Clara, parando antes no poço Cestari. O destino final desta etapa é o poço Falchi Gianini – que fica pouco antes da estação Vila Prudente (já em operação) -, passando também pela estação Orfanato.

Depois que concluído este trecho, a tuneladora é desmontada e remontada no canteiro de obras da estação Penha, para escavar no sentido do Complexo Rapadura e concluir todo o túnel. Com investimento de R$ 13,3 bilhões do Governo do Estado, a obra vai expandir a Linha 2 da Vila Prudente até a Penha.

Foto: Governo do Estado

Interdição de rua provoca reclamações

Desde a última segunda-feira, dia 24, a rua Mário Augusto do Carmo está interditada entre as ruas Pinheiro Guimarães e Mendonça Corte Real, na divisa do Jardim Avelino com a Vila Prudente. No local ocorrem obras de construção de sarjetão pela Subprefeitura Vila Prudente. Segundo anunciado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a duração prevista dos trabalhos é de 45 dias e o trecho será liberado apenas ao tráfego de moradores.

O bloqueio vem recebendo muitas críticas. A rua Mário Augusto do Carmo é bastante utilizada, principalmente no período de pico da manhã, por motoristas que precisam deixar a região e tentam escapar do tráfego carregado da avenida Anhaia Mello. Desde abril, o viaduto Grande São Paulo também está interditado parcialmente para obra de manutenção da estrutura executada pela Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), o que aumenta os congestionamentos na Anhaia Mello. A previsão de liberação total do viaduto é em setembro.

“Falta muita organização para a Prefeitura. Essa obra de sarjetão não era emergencial, a Subprefeitura poderia ter esperado liberar o viaduto”, reclama Renato Sousa que utiliza a rua Mário Augusto do Carmo todas as manhãs. “Estranhamente, esse ano tudo precisa de reparo simultaneamente, né? Pior que serviços que poderiam ser executados em menor tempo, estão há meses sendo feitos por 3 ou 4 gatos pingados”, também reclama André Luiz. “Essa gestão será lembrada pela ‘prefeitura das sarjetas’. Várias ruas esburacadas, mas o que tem de obra para reforma de sarjeta, não faz sentido”, comenta Patrícia Demitroff.

A Folha questionou a Secretaria das Subprefeituras e a CET, mas não houve respostas até o fechamento desta matéria.

CEU: sem previsão para reabrir portaria principal

Há meses, o principal portão do CEU Vila Prudente/Vila Alpina, na rua João Pedro Lecór, está fechado para os alunos e para os frequentadores dos cursos oferecidos no espaço. Conforme a Folha mostrou, a interdição ocorreu por segurança, pois a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras detectou danos estruturais na enorme caixa d’água existente no local, o que pode levar a desprendimentos de placas de concreto. Sem realizar obra, recentemente a Prefeitura instalou uma tela de proteção no reservatório e começou a ser divulgada a reabertura da pista de skate, construída ao lado da caixa d´água. Pais de alunos e usuários do CEU se alarmaram com a medida e cobram uma posição da Secretaria Municipal de Educação.

Além das crianças matriculadas, professores e funcionários, o CEU é muito utilizado por idosos por causa dos cursos oferecidos todos os dias da semana. “Precisam liberar o portão principal logo, porque a outra entrada, mesmo com a rampa, fica mais difícil para todos”, comenta Mirna Pifaneli.

“Um absurdo, após tantos meses só colocarem essa tela. Como se isso fosse segurar algo, caso se desprenda”, reclama Maria Fiacco. “A preocupação com a segurança chega a comover”, ironiza Vanessa Antonelli, ressaltando que muitas pessoas e veículos usam o trecho.

“Creio que a prioridade no local seja a educação e a segurança dos estudantes. Vejo os pais fazendo um percurso maior com as crianças pequenas por causa da portaria fechada, mas parece que os políticos da região estão mais preocupados com a pista de skate. Cadê a obra para resolver?”, comenta Marcio Braga, que passa diariamente em frente ao CEU.

A pista de quase 500 m² foi inaugurada no final de 2021 e é de responsabilidade da Subprefeitura Vila Prudente. A área tem diversos obstáculos para os skatistas saltarem. Apesar dos vários questionamentos da Folha, a Prefeitura não respondeu se houve estudo do impacto antes de construir o equipamento ao lado da antiga caixa d´água.

Cobrada mais uma vez, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, não deu prazo para solucionar o problema. Repetiu a resposta de que a portaria principal foi interditada pela Defesa Civil para preservar a integridade física dos frequentadores. Alegou que os usuários podem ter acesso ao CEU por outra portaria localizada na mesma rua. A nota diz ainda que o estudo para a colocação da rede foi realizado pela Subprefeitura Vila Prudente e que “a tela de proteção inibe que as partículas do concreto se soltem para uma direção desordenada”.