Mais uma polêmica envolvendo a Linha 15-Prata do monotrilho. Houve denúncia de queda de partes de concreto da estrutura elevada do ramal, no trecho entre as estações Oratório e São Lucas. O caso foi relatado na noite da quinta-feira passada, dia 22, e os pedaços despencaram de uma altura de 15 metros sobre a ciclovia existente no canteiro central da avenida Anhaia Mello. Não há registro de feridos.
Durante boa parte do dia seguinte, um novo problema fez toda a Linha 15 operar com lentidão desde as primeiras horas da manhã. A circulação de trens ficou bastante prejudicada entre as estações Jardim Planalto e Jardim Colonial, sendo necessária a implantação do sistema Paese com apoio de ônibus. A situação se estendeu por 15 horas.
O Metrô negou a queda de pedaços da viga estrutural. A explicação divulgada foi que “durante trabalhos de manutenção da Linha 15, na quinta-feira (22), uma camada de cimento em excesso foi retirada”. A Companhia reforçou que “não houve qualquer dano à estrutura e não impactou no funcionamento”. Afirmou também que esse fato não teve relação com a interferência na circulação dos trens na sexta-feira, dia 23, que foi ocasionada por problema no sistema elétrico.
Apesar da justificativa, o Ministério Público informou que pedirá esclarecimentos complementares ao Metrô e ao Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML). Não é o primeiro caso envolvendo queda do alto da estrutura. Em março de 2020, o estouro do pneu de um trem fez uma placa de metal despencar na avenida Sapopemba e paralisou totalmente a Linha 15 por mais de três meses.
As obras do monotrilho começaram em novembro de 2009 e foram marcadas por atrasos e problemas. As duas primeiras estações, Vila Prudente e Oratório, foram inauguradas somente em agosto de 2014. O trecho entre Oratório e São Lucas foi aberto em abril de 2018, além das estações Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União. Atualmente o ramal opera até o Jardim Colonial.
Na outra ponta
No último sábado, dia 24, o Metrô publicou no Diário Oficial a abertura do processo de licitação para contratar as obras de ampliação da Linha 15-Prata até Ipiranga. O recebimento das propostas está marcado para 9 de dezembro e a publicação do vencedor e a assinatura do contrato deve ocorrer primeiro semestre de 2023. A meta é concluir a ampliação em 2025. Serão mais 1,5 km de vias até a estação Ipiranga que vai promover conexão com a Linha 10-Turquesa.
Para a expansão, uma parte da comunidade da Favela de Vila Prudente será atingida. Questionado, o Metrô respondeu que “estuda a melhor forma de promover o reassentamento e mantém contato permanente com as famílias, informando todos os passos deste processo”. (Kátia Leite)