Vila Prudente e o Monumento à Independência

Nesta quarta-feira, 7 de setembro, comemora-se o bicentenário da Independência do Brasil. O brado histórico “Independência ou Morte” proferido por dom Pedro I, nas margens do córrego do Ipiranga, ficou imortalizado na letra do Hino Nacional, na famosa tela de Pedro Américo e no Monumento do Ipiranga, considerado a maior obra artística do gênero na América Latina. Uma curiosidade que grande parte dos moradores da região talvez não conheçam é que as peças que compõem o histórico monumento foram esculpidas e fundidas em Vila Prudente.

O autor do trabalho foi o premiado artista italiano Ettore Ximenes que venceu concurso internacional para projetar e produzir a obra. Nascido em Palermo em 1855, Ximenes chegou em Vila Prudente em 1920 instalando seu ateliê e fundição num casarão na esquina da rua Cananéia com a atual praça do Centenário. Trouxe da Itália sua esposa Gabriela – virtuosa pianista, material próprio para esculturas, cachorros de estimação e um automóvel marca Scatc.

Na ocasião, Vila Prudente tinha população formada predominante por italianos e descendentes. Com isso, Ximenes e a esposa logo se entrosaram na comunidade. De personalidades afáveis e associativas ambos passaram a participar da vida da comunidade – tanto que Ximenes chegou a fundar e dirigir um time de futebol de nome Excelsior.

Em razão de falta de verbas e críticas de formadores de opinião como Monteiro Lobato e Mario de Andrade, o Monumento só foi inaugurado dois anos após o 7 de setembro de 1922. Ximenes ficou em Vila Prudente até o final de 1925 produzindo obras artísticas, hoje instaladas em São Paulo e em diversas capitais da América, inclusive nos Estados Unidos. Ele faleceu em Roma em 1926.

Fonte: Livro “Vila Prudente: do Bonde a Burro ao Metro”, de autoria de Newton Zadra.