A cidade de São Paulo foi incluída na chamada Fase 2 do Plano São Paulo apresentado pelo Governo do Estado na quarta-feira, dia 27, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes. De acordo com o governador João Doria (PSDB), “a iniciativa consiste na reabertura gradual e responsável de alguns setores da economia durante a nova quarentena de enfrentamento ao coronavírus a partir de 1º de junho”. Porém, em coletiva na sede da Prefeitura ontem, o prefeito Bruno Covas (PSDB) deixou claro que nenhum estabelecimento definido como não essencial está liberado para voltar a funcionar a partir da próxima segunda-feira. “O Estado apenas disse que os municípios estarão autorizados a abrir, mas é a Prefeitura que vai definir as datas”, explicou Covas, evitando dar alguma previsão para a nova fase ser colocada em prática na capital paulista.
“A partir do dia 1º será o início da discussão para posterior autorização de reabertura. Vamos começar a receber as propostas de acordo setorial e essas propostas precisarão ser validados pela Vigilância Sanitária do município. Somente quando assinadas entre a entidade representativa e a Prefeitura, é que o setor poderá reabrir na cidade”, explicou o prefeito. Covas deixou marcada uma nova coletiva para a próxima quinta-feira, dia 4, quando apresentará como estão as negociações.
O prefeito foi incisivo ao afirmar que em caso de desrespeitos que provoquem diminuição dos índices de isolamento social e coloquem em risco o atendimento nas unidades de saúde, “a capital pode retroceder para a Fase 1 (de quarentena rígida), o que atrasaria o processo de reabertura”.
Covas destacou que a cidade avançou para a Fase 2, mas segue em quarentena. “Continua a preocupação em evitar aglomeração, em proporcionar o distanciamento social, com a utilização de máscaras e outras ações de higiene pessoal, ou seja, Infelizmente, ainda não viramos a página, mas com os índices conquistados, já podemos falar em uma retomada tranquila, em uma retomada gradual da atividade econômica na cidade”, explicou. “A preocupação continua, o vírus ainda está aí e São Paulo não pode repetir o erro de várias outras cidades que começaram a reabrir e tiveram que voltar atrás”, completou.
O Governo do Estado dividiu o estado de acordo com os índices de ocupação hospitalar e de evolução de casos. A partir destes números, foram definidos cinco níveis restritivos de retomada produtiva (veja a tabela abaixo). Os 645 municípios paulista foram definidos por cores, sendo os mais críticos apontados por vermelho e inserido na Fase 1. Apesar de estar cercado por municípios nessa fase de alerta máximo (veja Editorial), a capital paulista foi classificada na Fase 2 – sinalizada pela cor laranja e que, após as definições de protocolos sanitários acordados com a Prefeitura, permite a reabertura com restrições de atividades imobiliárias, escritórios, concessionárias, comércio e shopping centers.
De acordo com o Governo do Estado, as fases são determinadas pelo acompanhamento semanal da média da taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus e o número de novas internações no mesmo período. Uma região só poderá passar a uma reclassificação de etapa – com restrição menor – após 14 dias do faseamento inicial, mantendo os indicadores de saúde estáveis. Porém, se antes disso apresentar piora dos índices, haverá retrocesso automático.
A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão e nem foram incluídas em alguma das fases definidas até então.
O Plano São Paulo pode ser acessado no site www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/planosp.
Mulheres
Na entrevista coletiva, o prefeito lembrou também de outras preocupações com a possibilidade de flexibilizar a quarentena. A primeira delas é de que forma fazer a reabertura das atividades sem prejudicar as mulheres porque escolas e creches seguirão fechadas por tempo indetermindo. A Prefeitura quer encontrar, junto com os setores privados, como garantir que não haja o desemprego da mulher trabalhadora. “Porque é sempre sobre a mulher que recai a obrigação de cuidar dos filhos”, lembrou.