Linha 15 completa três meses de “quarentena”

São exatos três meses de paralisação total da Linha 15-Prata. O monotrilho está inoperante desde 29 de fevereiro. Dois dias antes o pneu de um trem estourou, provocando inclusive a queda de uma placa metálica na avenida Sapopemba. A composição foi recolhida para manutenção, porém a ocorrência gerou o alerta e testes apontaram danos em pneus de outros trens. Segundo estimativa do próprio Governo do Estado, a cada dia que a linha fica inoperante, o prejuízo é de R$ 1 milhão.

O secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirmou em recente entrevista ao jornal Bom Dia São Paulo, da Rede Globo, que a Linha 15 voltará a operar entre o próximo domingo, dia 31, e a segunda-feira, 1º de junho. Contudo, nem a assessoria de imprensa do secretário e nem a do Metrô confirmaram a informação até o fechamento desta matéria. Aos usuários resta continuar acompanhando a imprensa e as redes sociais do Metrô para saber quando será o esperado fim da “quarentena” do monotrilho.

A Bombardier  é a responsável pela fabricação dos trens e o Consórcio CEML, formado pela própria Bombardier, além da Queiroz Galvão e da OAS, responde pela construção da via de monotrilho. A explicação inicial para o problema foi que os dispositivos chamados “Run Flat” causaram os desgastes nos pneus. Esses dispositivos ficam nas rodas e garantem a movimentação do trem em casos de anormalidades, como pneus furados ou murchos. Porém, o tempo foi passando e a Bombardier e o Consórcio não conseguiam apresentar uma solução ao Governo.

Sucessão de problemas

A Linha 15-Prata iniciou a operação parcial em agosto de 2014, entre as estações Vila Prudente e Oratório, num trecho de menos de 3 km de extensão. Foram necessários mais dois anos para o monotrilho funcionar em horário integral, conforme as demais linhas de metrô da cidade, e com cobrança de tarifa. Somente em abril de 2018, foram entregues mais 5,5 quilômetros de trilhos e as estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União. Posteriormente foi aberta a estação Jardim Planalto. Em dezembro do ano passado, o Governo inaugurou as estações Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus.

Porém as complicações se intensificaram conforme a linha foi avançando. No início deste ano, pouco antes da paralisação total, a Folha destacou que janeiro terminava com rotina de problemas. Além de falhas frequentes, usuários reclamavam de constates picos de lentidão.Por conta do aumento do número de passageiros com o prolongamento da linha, também surgiram queixas de escadas rolantes desligadas na estação Vila Prudente para evitar aglomerações nas plataformas.

O monotrilho acumula ainda problemas de fissuras nas colunas do primeiro trecho inaugurado e cujas obras de reparos se estenderam por meses. Houve ainda o inusitado choque de dois trens em janeiro do ano passado em uma estação que ainda não havia sido inaugurada.

Prefeito avisa que comércio não pode reabrir dia 1º


A cidade de São Paulo foi incluída na chamada Fase 2 do Plano São Paulo apresentado pelo Governo do Estado na quarta-feira, dia 27, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes. De acordo com o governador João Doria (PSDB), “a iniciativa consiste na reabertura gradual e responsável de alguns setores da economia durante a nova quarentena de enfrentamento ao coronavírus a partir de 1º de junho”. Porém, em coletiva na sede da Prefeitura ontem, o prefeito Bruno Covas (PSDB) deixou claro que nenhum estabelecimento definido como não essencial está liberado para voltar a funcionar a partir da próxima segunda-feira. “O Estado apenas disse que os municípios estarão autorizados a abrir, mas é a Prefeitura que vai definir as datas”, explicou Covas, evitando dar alguma previsão para a nova fase ser colocada em prática na capital paulista.

“A partir do dia 1º será o início da discussão para posterior autorização de reabertura. Vamos começar a receber as propostas de acordo setorial e essas propostas precisarão ser validados pela Vigilância Sanitária do município. Somente quando assinadas entre a entidade representativa e a Prefeitura, é que o setor poderá reabrir na cidade”, explicou o prefeito. Covas deixou marcada uma nova coletiva para a próxima quinta-feira, dia 4, quando apresentará como estão as negociações.

O prefeito foi incisivo ao afirmar que em caso de desrespeitos que provoquem diminuição dos índices de isolamento social e coloquem em risco o atendimento nas unidades de saúde, “a capital pode retroceder para a Fase 1 (de quarentena rígida), o que atrasaria o processo de reabertura”.

Covas destacou que a cidade avançou para a Fase 2, mas segue em quarentena. “Continua a preocupação em evitar aglomeração, em proporcionar o distanciamento social, com a utilização de máscaras e outras ações de higiene pessoal, ou seja, Infelizmente, ainda não viramos a página, mas com os índices conquistados, já podemos falar em uma retomada tranquila, em uma retomada gradual da atividade econômica na cidade”, explicou. “A preocupação continua, o vírus ainda está aí e São Paulo não pode repetir o erro de várias outras cidades que começaram a reabrir e tiveram que voltar atrás”, completou.

O Governo do Estado dividiu o estado de acordo com os índices de ocupação hospitalar e de evolução de casos.  A partir destes números, foram definidos cinco níveis restritivos de retomada produtiva (veja a tabela abaixo).  Os 645 municípios paulista foram definidos por cores, sendo os mais críticos apontados por vermelho e inserido na Fase 1.  Apesar de estar cercado por municípios nessa fase de alerta máximo (veja Editorial), a capital paulista foi classificada na Fase 2 – sinalizada pela cor laranja e que, após as definições de protocolos sanitários acordados com a Prefeitura, permite a reabertura com restrições de atividades imobiliárias, escritórios, concessionárias, comércio e shopping centers.

De acordo com o Governo do Estado, as fases são determinadas pelo acompanhamento semanal da média da taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus e o número de novas internações no mesmo período. Uma região só poderá passar a uma reclassificação de etapa – com restrição menor – após 14 dias do faseamento inicial, mantendo os indicadores de saúde estáveis. Porém, se antes disso apresentar piora dos índices, haverá retrocesso automático.

A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão e nem foram incluídas em alguma das fases definidas até então.

O Plano São Paulo pode ser acessado no site www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/planosp.

Mulheres
Na entrevista coletiva, o prefeito lembrou também de outras preocupações com a possibilidade de flexibilizar a quarentena. A primeira delas é de que forma fazer a reabertura das atividades sem prejudicar as mulheres porque escolas e creches seguirão fechadas por tempo indetermindo. A Prefeitura quer encontrar, junto com os setores privados, como garantir que não haja o desemprego da mulher trabalhadora. “Porque é sempre sobre a mulher que recai a obrigação de cuidar dos filhos”, lembrou.

 

 

Contra a gripe: vacinação infantil está abaixo da meta


A campanha de vacinação gratuita contra a Influenza está prevista para ser encerrada na próxima semana, no dia 5 de junho. Porém, ao contrário do público acima de 60 anos que aderiu em peso à imunização, a Secretaria de Estado da Saúde alerta para a baixa cobertura vacinal de crianças de seis meses a menores de seis anos de idade. De acordo com o levantamento, sete a cada dez crianças dessa fase não receberam a dose.

Gestantes e puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) também não estão comparecendo nas unidades de saúde. Esses grupos têm cobertura vacinal de apenas 30%, em média. A meta é alcançar 90%.

Nesta última etapa, as doses também estão disponíveis para adultos de 55 a 59 anos de idade, além de professores de escolas públicas e privadas.

Na capital, a campanha acontece em todas as unidades básicas de saúde (UBSs). A vacina contra Influenza não protege do coronavírus, mas vai auxiliar os profissionais de saúde no diagnóstico para a Covid-19 ao descartarem os vários tipos de gripe na triagem da população vacinada.