Na manhã de ontem, dia 15, o presidente e o vice do Clube Atlético Juventus, Domingos Sanches e Saulo Moisés Franciscon, respectivamente, se reuniram com o presidente da Folha, Newton Zadra, para esclarecer sobre a matéria veiculada na edição da semana passada, 9 de fevereiro, acerca de áudios vazados para conselheiros, associados e a imprensa de uma suposta conversa entre os dois e o ex-diretor de marketing do clube, Adriano Daré.
De acordo com vasto documento de defesa entregue à Folha, a intervenção se faz necessária porque os áudios vazados “foram editados e divulgados com o intuito de denegrir a honra e a imagem do presidente Sanches e do vice Franciscon por motivos de vingança e financeiros”. No documento consta que o autor dos áudios editados é o ex-diretor Adriano Daré, que foi exonerado do cargo pelo presidente da diretoria executiva.
Ainda segundo a defesa, “Daré gravou e editou os áudios para vingar-se do presidente Sanches porque este não admitiu que o Juventus assumisse os prejuízos apresentados em planilha citada nas conversas” referentes aos eventos ‘Bacon Day’ e ‘Uma Noite Perfeita’, realizados em setembro do ano passado. O documento, assinado por Sanches e Franciscon, ressalta que os “prejuízos são de responsabilidade do produtor dos eventos e não do Juventus como pretendeu demonstrar Daré”.
Sanches e Franciscon afirmam que “os dois eventos foram contratados pelo então diretor de marketing” e que este induziu o vice a acreditar que seriam lucrativos para o Juventus, “tanto que o vice acabou emprestando particularmente o valor R$ 100 mil para o marqueteiro contratar os artistas”. No documento entregue à Folha, consta também que “Daré admitiu a culpa pelos prejuízos dos eventos e comprometeu-se a pagar, inclusive o empréstimo contraído com o vice, depois mudou de ideia e começou a produzir os áudios com o intuito de vingar-se e fugir das dívidas”.
Sanches e Franciscon reafirmam ainda “que a bem da verdade, o presidente ao tomar conhecimento dos prejuízos dos eventos e a tentativa do ex-diretor de marketing de transferir para o clube a responsabilidade pelos pagamentos, se posicionou totalmente contra e não aceitou a planilha apresentada”. O documento narra ainda outros problemas entre a diretoria executiva e o ex-diretor que teriam motivado a gravação dos áudios.
O documento segue ressaltando que “o marqueteiro Daré frequentava constantemente a sala do Conselho Deliberativo e que o presidente Itamar Colombini Capano e outros conselheiros do grupo de oposição tinham conhecimento dos fatos e sobretudo dos prejuízos dos eventos”.
O presidente e o vice ainda fazem argumentações sobre a provável autoria do vazamento dos áudios, que acreditam ter partido do Conselho Deliberativo, e por fim citam as medidas adotadas desde então: “já protocolizaram na delegacia de polícia uma representação criminal requerendo a instauração de inquérito e a perícia dos áudios editados”. Conta ainda que “posteriormente serão movidas as ações pertinentes para requerer indenizações por danos materiais e morais cometidos contra o C.A. Juventus e contra a pessoa física do presidente e do vice-presidente da diretoria executiva”. Sanches e Franciscon também afirmam que vão processar criminalmente quem tiver vazado dos áudios.
Nota da redação: na matéria veiculada na edição de 9 de novembro, a Folha publicou na íntegra a nota de esclarecimento que recebeu do Clube Atlético Juventus, via assessoria de imprensa, no dia 7 de fevereiro às 19h57. A nota é endereçada ao repórter Gerson Rodrigues que, no mesmo dia às 13h32, havia enviado e-mail à assessoria solicitando tal posicionamento da diretoria sobre os fatos denunciados, como determina o bom jornalismo. No e-mail da Folha constava que a reportagem estava à disposição até o meio-dia do dia 8 para que, justamente, a diretoria pudesse expor todas as justificativas necessárias antes do fechamento da matéria. A Folha também está à disposição dos demais envolvidos e citados para os esclarecimentos necessários.