Desde o primeiro dia de mandato, o prefeito João Doria, do PSDB, vem mobilizando equipes para fazer grandes ações de limpeza na cidade, que incluem a remoção de pichações de equipamentos públicos. Enquanto isso, o seu principal padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, também do PSDB, ao que parece, não impõe a mesma preocupação aos órgãos do Estado. Um exemplo é a Linha 15-Prata do monotrilho que além do enorme atraso nas obras e diversos problemas técnicos que atrapalharam o início da operação, ainda virou alvo de pichadores. Todas as pilastras ao longo da avenida Anhaia Mello que sustentam os trilhos do transportes estão vandalizadas. A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, que está ciente e prometeu limpeza desde outubro, afirmou nesta semana que começou o serviço de remoção das pichações.
O problema no monotrilho já é de conhecimento de João Doria. Durante o trajeto ao Sapopemba, para uma vistoria em unidades de saúde, ele questionou a equipe local sobre as pichações na pilastra e foi informado que cabe ao Metrô promover a limpeza.
Quando o monotrilho foi anunciado pelo então governador José Serra (PSDB), em novembro de 2009, um dos principais questionamentos que os técnicos do Metrô tiveram que responder incessantemente foi sobre a possível degradação visual que a construção provocaria na avenida Anhaia Mello. Sempre foi prometido que, após as obras, os canteiros seriam reurbanizados e que pelo fato dos trilhos serem abertos, não provocaria escuridão ou possíveis ocupações como ocorrem em baixos de viadutos. A reurbanização no pequeno trecho entregue, entre as estações Vila Prudente e Oratório, realmente aconteceu, no entanto, as pichações nas pilastras acabam provocando a degradação visual prevista pelos moradores da região.
A ação dos pichadores se estende também pelo trecho ainda em obras, a partir da estação Oratório. Na ponte onde ocorre a ligação dos trilhos com o pátio de trens há marcas de pichação até nas alturas, o que leva a crer que existe fácil acesso aos trilhos suspensos.
A Folha publicou matéria sobre o problema em novembro e na ocasião, o 21º Batalhão de Polícia Militar a Inspetoria Vila Prudente da Guarda Civil Metropolitana alegaram que nunca “houve flagrantes”. O Metrô respondeu que, por meio de equipes próprias, providenciaria mais uma vez a limpeza dos pilares pichados no trecho em operação na Linha 15. Nos locais ainda em obras, o Metrô esclareceu que acionou a empresa responsável para realizar a manutenção e limpeza das colunas com a maior brevidade possível. Nesta semana, a reportagem voltou a questionar o Metrô e o órgão afirmou que iniciou na semana passada a limpeza dos pilares e estruturas das estações da Linha 15 e deve prosseguir até o final deste mês. Além disso, foi ressaltado mais uma vez que o consórcio construtor foi acionado para remover as pichações dos trechos em obras.