Estado promete concluir piscinão até o final do mês

Na semana passada a Folha publicou matéria relatando o não cumprimento dos prazos de conclusão das obras do piscinão Guamiranga por parte do Governo do Estado, que constrói o equipamento desde 2012 entre os baixos do viaduto Grande São Paulo e a avenida Doutor Francisco Mesquita – justamente um dos pontos mais críticos em relação à enchentes na  Vila Prudente. O reservatório tinha previsão de conclusão para o final de 2014. O prazo foi prorrogado para outubro de 2016 e mais uma vez não foi cumprido. Nesta semana o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão do Governo do Estado responsável pelas obras, informou que a previsão é de concluir os trabalhos até o final deste mês.

Questionado pela Folha, o DAEE justificou a demora no andamento da construção – dura mais de quatro anos – em decorrência de sua complexidade. De acordo com o órgão, são três células interligadas, ocupando uma área de 45 mil metros quadrados, conjunto de seis bombas com capacidade de bombeamento de 850 litros por segundo cada. Foi ressaltado ainda que este reservatório será o maior da cidade de São Paulo, com capacidade para acumular 850 mil metros cúbicos de água das chuvas.

Reservatório na Anhaia Mello continua sem prazo

Além do piscinão Guamiranga, existe a antiga promessa de mais um reservatório em outro ponto bastante crítico da região: a avenida Anhaia Mello, sob a qual passa o córrego da Mooca. De acordo com o anunciado, o piscinão ficará na esquina da Anhaia Mello com a avenida Jacinto Menezes Palhares, sob o campo de futebol do Clube Escola Vila Alpina que será reconstruído após a obra. O terreno é municipal e foi cedido para o Governo do Estado.

No entanto, segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), o piscinão seria realizado no âmbito de uma Parceria Público-Privada (PPP) que foi cancelada em 2014 porque um novo plano de macrodrenagem, o PDMAT-3, finalizado no final de 2013, revelou demandas e características que não estavam previstas no projeto original, feito com base nas projeções do PDMAT-2. Em março de 2015, o DAEE informou que o Governo do Estado e a Prefeitura estavam elaborando um novo pacote para a construção e manutenção dos piscinões na Capital.

Nesta semana, a Folha voltou a questionar o DAEE sobre a questão e a resposta foi que o piscinão da Anhaia Mello está previsto no Plano de Macrodrenagem da região Metropolitana de São Paulo, mas ainda não há previsão de quando será implantado.

Pilastras do monotrilho seguem sem limpeza

Desde o primeiro dia de mandato, o prefeito João Doria, do PSDB, vem mobilizando equipes para fazer grandes ações de limpeza na cidade, que incluem a remoção de pichações de equipamentos públicos. Enquanto isso, o seu principal padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, também do PSDB, ao que parece, não impõe a mesma preocupação aos órgãos do Estado. Um exemplo é a Linha 15-Prata do monotrilho que além do enorme atraso nas obras e diversos problemas técnicos que atrapalharam o início da operação, ainda virou alvo de pichadores. Todas as pilastras ao longo da avenida Anhaia Mello que sustentam os trilhos do transportes estão vandalizadas. A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, que está ciente e prometeu limpeza desde outubro, afirmou nesta semana que começou o serviço de remoção das pichações.

O problema no monotrilho já é de conhecimento de João Doria. Durante o trajeto ao Sapopemba, para uma vistoria em unidades de saúde, ele questionou a equipe local sobre as pichações na pilastra e foi informado que cabe ao Metrô promover a limpeza.

Quando o monotrilho foi anunciado pelo então governador José Serra (PSDB), em novembro de 2009, um dos principais questionamentos que os técnicos do Metrô tiveram que responder incessantemente foi sobre a possível degradação visual que a construção provocaria na avenida Anhaia Mello. Sempre foi prometido que, após as obras, os canteiros seriam reurbanizados e que pelo fato dos trilhos serem abertos, não provocaria escuridão ou possíveis ocupações como ocorrem em baixos de viadutos. A reurbanização no pequeno trecho entregue, entre as estações Vila Prudente e Oratório, realmente aconteceu, no entanto, as pichações nas pilastras acabam provocando a degradação visual prevista pelos moradores da região.

A ação dos pichadores se estende também pelo trecho ainda em obras, a partir da estação Oratório. Na ponte onde ocorre a ligação dos trilhos com o pátio de trens há marcas de pichação até nas alturas, o que leva a crer que existe fácil acesso aos trilhos suspensos.

Folha publicou matéria sobre o problema em novembro e na ocasião, o 21º Batalhão de Polícia Militar a Inspetoria Vila Prudente da Guarda Civil Metropolitana alegaram que nunca “houve flagrantes”. O Metrô respondeu que, por meio de equipes próprias, providenciaria mais uma vez a limpeza dos pilares pichados no trecho em operação na Linha 15. Nos locais ainda em obras, o Metrô esclareceu que acionou a empresa responsável para realizar a manutenção e limpeza das colunas com a maior brevidade possível. Nesta semana, a reportagem voltou a questionar o Metrô e o órgão afirmou que iniciou na semana passada a limpeza dos pilares e estruturas das estações da Linha 15 e deve prosseguir até o final deste mês. Além disso, foi ressaltado mais uma vez que o consórcio construtor foi acionado para remover as pichações dos trechos em obras.