Perigo na faixa de ônibus da Paes de Barros

Um grande buraco com pouco mais de um metro de comprimento e 15 centímetros de profundidade, que surgiu há uma semana na faixa exclusiva dos ônibus em frente a parada Chamantá, na avenida Paes de Barros, altura do número 3333, Mooca, está colocando em risco os motoristas que passam pelo trecho.

Pele dimensão da cratera motoristas de táxi ainda conseguem desviar, mas os condutores das sete linhas de ônibus que circulam pela faixa são obrigados a enfrentar o problema. Para isso, os motoristas têm que transitar com todo cuidado e lentamente no sentido bairro para ultrapassá-lo.

“O maior perigo é durante a noite e quando está chovendo, pois para aqueles que não sabem da sua existência o risco de não visualizar é maior”, comenta o motorista de táxi, Francisco B. Menezes. “Não sei se o problema é da Prefeitura ou da SPTrans responsável pela faixa?”, acrescenta.

A Folha entrou em contato com a Secretaria das Prefeituras Regionais e com a São Paulo Transportes e aguarda um posicionamento.

 

Obras do Metrô são paralisadas por mais um ano

Em outubro do ano passado a Folha publicou matéria sobre a caótica situação dos imóveis desapropriados pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô na região da Santa Clara, onde está prevista a construção da estação Água Rasa. Devido à falta de conservação dos espaços, que estão vazios, o cenário é desolador e piora a cada dia. Mato alto, acúmulo de lixo e entulho, proliferação de mosquitos e ratos, vandalismo são alguns dos problemas relatados pelos poucos moradores que restaram na redondeza. No final de dezembro tudo o que a comunidade menos desejava aconteceu. Após permaneceram paralisadas durante o ano passado inteiro, as obras de expansão da Linha 2 – Verde foram novamente suspensas até o final de 2017.

Conforme a Folha apurou, o governo federal decidiu excluir o projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e não destinar verba a São Paulo sob a alegação de que o governo estadual não conseguiu “formalizar a contratação das operações de crédito junto aos agentes financeiros do programa”. O anúncio foi publicado em portaria no Diário Oficial da União do dia 30 de dezembro de 2016. Já o estado alega que encaminhou à União todos os projetos para as obras de expansão. Enquanto o imbróglio entre Estado e Federação não é resolvido, a população é obrigada a conviver com antigos problemas.

“É uma enorme falta de respeito e de responsabilidade. Se o governo estadual não tinha o dinheiro para dar continuidade na obra porque desapropriou dezenas de imóveis, desamparou famílias e deixou tudo abandonado?”, questionou o aposentado João de Albuquerque, que reside na rua São Maximiano. “Agora que o estrago já foi feito o mínimo que deveriam fazer devidamente é a manutenção desses imóveis desapropriados e abandonados. É preciso que limpem e cerquem esses locais, além de destinarem vigilantes para esta área”, acrescentou Albuquerque.

Nesta semana a reportagem da Folha esteve novamente na localidade e constatou um cenário desolador. A área onde cerca de 15 imóveis foram demolidos em novembro de 2015, entre as avenidas Sapopemba e Adutora do Rio Claro está ainda mais crítico. O local foi cercado com placas de concreto, mas quase todas foram destruídas. O mato, lixo e entulho tomaram conta do espaço. “Semana passada duas vizinhas foram assaltadas ao passar por este trecho. Os criminosos se escondem dentro deste terreno e quando as pessoas passam eles atacam. Como aqui ficou um local ermo está mais fácil da bandidagem agir”, contou uma dona de casa que reside nas proximidades e não quis revelar o nome com receio de alguma represália.

A Folha levantou ainda que parte do projeto de expansão que depende do PAC é o trecho previsto para chegar até a Vila Formosa, para o qual estão projetadas as estações Orfanato, Água Rasa, Anália Franco e Vila Formosa. Para a concretização das obras, o Metrô depende da liberação de um crédito de R$ 2,5 bilhões, o qual seria financiado via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS).

Sobre a conservação e limpeza das áreas desapropriadas, o Metrô informou mais uma vez que mantém rondas motorizadas para a vigilância de todos os imóveis de sua posse e vai intensificar a limpeza dos terrenos que foram demolidos na primeira fase. Não foi divulgada uma previsão de quando esse serviço será iniciado.

Prefeito da Mooca buscará integração com as secretarias municipais

Diferente de outros nomes que já ocuparam o cargo de subprefeito (hoje prefeito regional), Paulo Sergio Criscuolo, 66 anos, tem forte ligação com a Mooca e região. Criscuolo nasceu, cresceu, e sempre morou no bairro com intensa participação na vida social da comunidade. É conselheiro do Juventus e do Parque Sabesp Fiori Gigliotti. Quando moço atuou no futebol de várzea, brilhando como vigoroso centroavante. Segundo ele, não foi apenas a sua história local que o fez ser indicado para o cargo. Sua experiência em funções públicas administrativas também contribuiu para ser escolhido pela equipe de coordenação do governo municipal e, posteriormente, ser aprovado pelo prefeito.

“Sou engenheiro civil e trabalhei 35 anos na Sabesp. Sempre atuei em obras públicas de grande porte na área de águas e esgoto, onde adquiri muita experiência. Nesse período me especializei também em segurança do trabalho e em administração de empresas. Na década de 90 me formei em Direito. Assim que saí da Sabesp comecei a trabalhar na Coordenadoria de Obras da Subprefeitura de Vila Prudente. Nesta época o subprefeito era o Felipe Sigolo e aprendi muito sobre Subprefeitura. Quando encerrou o ciclo Serra/Kassab acabei sendo aproveitado na Companhia Paulista de Obras e Serviços do Estado, onde aperfeiçoei meu lado político”, contou Criscuolo em entrevista exclusiva concedida à Folha em seu gabinete.

Bastante influente na região e muito bem relacionado – durante a entrevista o prefeito regional sempre fazia questão de citar sua ligação com importantes e históricos nomes do bairro – o prefeito regional acredita que ser conhecedor da localidade onde irá atuar é um fator bastante positivo, mas faz aumentar ainda mais a responsabilidade e a obrigação de desenvolver um bom trabalho. “Ter o meu nome escolhido foi um grande presente. Foi fruto da linha de conduta que segui durante a minha trajetória profissional e pessoal. Agradeço muito ao Fabio Lepique, que foi um grande incentivador. Desde que meu nome foi anunciado não paro de receber mensagens e ligações parabenizando-me. Isso demonstra o quanto sou aceito e o quanto terei que trabalhar para corresponder a essas expectativas positivas”, declarou.

Ciente das distintas realidades dos seis distritos que irá administrar – Mooca, Água Rasa, Pari, Brás, Belém e Tatuapé, Criscuolo planeja atuar em integração contínua com as secretarias municipais. “Como as equipes da Prefeitura Regional ainda estão sendo formadas,  focamos os trabalhos apenas em zeladoria, mas, com o passar do tempo e com uma estrutura considerável, iniciaremos os serviços de acordo com a necessidade de cada região. A ordem do prefeito Doria é para que todos os setores e secretarias sejam interligados e trabalhem de forma integrada ”, explicou um pouco de sua estratégia.

Questionado sobre o estado em que encontrou a Subprefeitura Mooca no momento da transição de governo, embora tenha dito que não adiantava gastar energia com coisas passadas, Criscuolo revelou que a unidade estava em estado crítico. “Quando assumimos a Prefeitura Regional estava sem contrato, sem serviço, quase parando. Pelo o que percebi faltou muito serviço de limpeza, de zeladoria. Foi feito o mínimo necessário. Isso não é uma crítica ao governo passado, mas foi uma filosofia que tentaram implantar que não deu certo”, declarou.

Sobre antigas e importantes reivindicações locais que há anos não são solucionadas, o prefeito regional afirma que é favorável à maioria delas e irá buscar formas de tentar viabilizá-las. “Temos que melhorar o índice de área verde na nossa região, que é uma das mais carentes do município nesse sentido. Há algum tempo criamos o Parque da Sabesp na avenida Paes de Barros, experiência inovadora e interessante com o apoio do Governo do Estado. Este tipo de benfeitoria não conseguiremos sozinho. Precisaremos de parceiros para viabilizar esta melhoria e nos esforçaremos bastante para isso”, afirmou. Sobre o antigo terreno da Esso entre as ruas Barão de Monte Santo e Vito Antonio Del Vechio, Criscuolo classifica como uma questão delicada. “Sou totalmente favorável a transformar a localidade em parque, mas o problema da contaminação acaba travando muitas coisas, como uma possível desapropriação por parte do município, por exemplo, além da questão financeira. Este terreno está em uma área bastante valorizada, o que torna o metro quadrado muito caro”, comentou.

Outra questão problemática discutida foi sobre a situação do antigo prédio localizado na esquina da avenida Salim Farah Maluf com a avenida Vila Ema, onde durante muitos anos funcionou a Padaria Amália, cujo imóvel está ocupado por sem tetos desde maio do ano passado. “Temos que tomar muito cuidado com espaços particulares, mas como o local trata-se praticamente de massa falida tentaremos acionar as secretarias responsáveis para realizar algum tipo de intervenção, tomando providências legais. Um dos objetivos do prefeito é o de utilizar espaços ociosos para o funcionamento de creches, o que tem sido feito com agências bancárias. Temos quase certeza que se houver um esforço grande das autoridades públicas conseguiremos dar uma melhor utilidade a este prédio ocupado”, concluiu.