“Amigo Tchê, és uma pessoa que tem uma incrível responsabilidade no que diz respeito à minha vida. Você é quem me ensinou quase tudo que sei, quem me ajudou e esteve presente em todos os momentos. É a pessoa que me fez chegar onde estou. É o maior responsável por minhas glórias. Nem imagina o quanto sou grato. Você conseguiu conquistar um grande afeto e carinho da minha parte. Tchê, você é extraordinário e é alguém a quem estou bastante ligado. Pode acreditar em tudo isso, pois é o que mais sincero tenho para lhe dizer ‘espanholo’, Ayrton”.
O depoimento acima, retirado da Folha da Tarde de 29 de setembro de 1990 e reproduzido nesta semana na página oficial do Ayrton Senna, no Facebook, é prova da importância de Lucio Pascual, o Tchê, na carreira de um dos maiores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos.
O simpático espanhol de Segovia, que veio bem jovem batalhar a vida em terras brasileiras, foi o preparador dos motores de kart de Ayrton Senna. A parceria entre eles começou em 1.974, quando foi procurado em sua oficina na rua Tabajaras, na Mooca, pelo próprio Ayrton, na época um menino de 14 anos. A convivência foi intensa pelos sete anos seguintes e extrapolou os limites profissionais, a ponto de Tchê considerar Senna “da família”. “Ele chegava, comia com a gente, batia papo, se sentia em casa”, contou no ano passado à Folha, quando participou da homenagem ao tricampeão promovida no ginásio do Colégio João XXIII, em Vila Prudente.
Ele lembrou ainda que o piloto já era perfeccionista, uma das características que mais o destacou na F1. “Era exigente, tanto que minha esposa teve até ciúmes, porque eu sempre acabava levando o motor do kart dele para regular em casa e varava a noite”, conta Tchê que chegou da Espanha aos 24 anos de idade. Falecido aos 78 anos, no último domingo, 26 de abril, por problemas cardíacos, ainda trabalhava com motores de corrida. Há alguns anos, mudou inclusive a oficina “Parrilla” da Mooca para Interlagos para ficar mais próxima do autódromo.
Lucio Pascual, Tchê, deixa a esposa Vitorina Berzal Morena, quatro filhos e quatro netos. Deixará também imensa saudade das histórias que contava com muita calma e simpatia sobre o amigo famoso.
Simplesmente lindo o reconhecimento do Ayrton Senna pelo “Tchê”, descrito neste depoimento de 1990.!!!!
Ayrton Senna, além de simples é generoso,digo é porque para mim a morte não existe, apenas evoluimos.