Notícias a respeito de recordes de arrecadação com multas de trânsito na capital são cada vez mais frequentes. A mais recente aponta que até agosto deste ano, R$ 612 milhões foram injetados nos cofres da prefeitura, valor 14% superior em relação ao mesmo período do ano passado e o maior nos últimos dez anos.
Segundo determina o Código Brasileiro de Trânsito, o dinheiro recolhido com as multas deveria ser aplicado em ações de educação no trânsito, melhoras na sinalização e engenharia. E se nos dois primeiros itens nada é feito pela gestão petista, como podem comprovar motoristas e pedestres que transitam por São Paulo, no último a situação não é diferente.
Conforme dados divulgados pela imprensa, apenas 40% das câmeras de monitoramento do trânsito da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) funcionam adequadamente. Isso acontece porque os equipamentos que quebraram com o tempo não foram consertados – para se ter uma ideia, no início do atual mandato, 89% dos aparelhos estavam em operação.
Situação muito pior é a dos semáforos, totalmente ultrapassados. Um levantamento feito pelos próprios funcionários da CET no mês de maio aponta que apenas 1% dos mais de 1.600 equipamentos que deveriam ser controlados por centrais permitiam comandos à distância ou de acordo com o trânsito.
No caso das câmeras, quando quebradas, elas deixam de reportar as imagens, impedindo que as centrais monitorem possíveis congestionamentos, acidentes e demais problemas nas vias. Assim, somente os agentes de trânsito dispostos nas ruas realizam o trabalho. Problema é que o número de profissionais também diminuiu: de 1.736 em junho de 2013 para 1.562 no mesmo mês deste ano. Além disso, o número de agentes que atuam de binóculos transmitindo dados do trânsito caiu ao menor número da história. Os marronzinhos também foram reduzidos – desde 2008 não é aberto concurso para novos funcionários ocuparem vagas de aposentados.
Não importa quanto seja arrecadado com multas, o trânsito de São Paulo permanece abandonado pela gestão petista. Diante da gravidade desse quadro fica a pergunta: prefeito, para onde vai todo esse dinheiro?