Na terça-feira, dia 17, a Prefeitura apresentou à população a nova minuta do projeto de lei da Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí. A audiência, que aconteceu no teatro Arthur Azevedo, na Mooca, contou com a presença do secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco; do vereador Toninho Vespoli (PSOL); do subprefeito da Mooca, Evando Reis; além de lideranças da Mooca, Ipiranga e Cambuci. Também houve grande presença dos movimentos de moradias que, nas audiências anteriores, saíram descontentes com as propostas de habitações populares.
O diretor de desenvolvimento da SP Urbanismo, Gustavo Partezani, foi quem expôs a minuta alterada. “Após várias reuniões com a população e com as colaborações através da internet, refinamos o projeto. Recebemos cerca de 170 contribuições e a maioria foi acolhida. Melhoramos muitos detalhamentos nos mapas e criamos mais quadros. Tudo isso aconteceu devido aos debates ocorridos desde maio do ano passado”, explicou Partezani.
No entanto, importantes questões da região alvos de críticas nas audiências anteriores não foram modificadas no projeto. A proposta de alto adensamento, que visa mais que dobrar o número de habitantes, continua a mesma. Também foi mantida a meta de liberar a construção em metade do terreno de 100 mil m² na rua Barão de Monte Santo, na Mooca – mesmo com a comunidade defendendo que o espaço inteiro deve ser transformado em parque. A solicitação foi feita em todas as audiências na região.
Um ponto satisfatório na opinião de pessoas ligadas à defesa do patrimônio histórico foi a inclusão de um representante no conselho gestor que irá participar do projeto e o melhor levantamento de áreas a serem preservadas. “A ideia é preparar o patrimônio para o desenvolvimento. Dar utilidade a estas áreas, mas sem agredir ou perder a história”, afirmou o diretor da SP Urbanismo.
A Operação Urbana Consorciada visa basicamente aproximar o trabalho da moradia, provocando intenso adensamento da área envolvida. Paralelo ao adensamento existe a promessa de uma série de investimentos, como a criação de novas áreas verdes que também terão a função de minimizar as inundações na região, mais equipamentos públicos, melhoria da mobilidade urbana e aumento da oferta de cultura e lazer. A previsão de duração, entre o início e o término do programa, é de 30 anos. A Prefeitura pretende custear essas melhorias pela venda ao mercado imobiliário de R$ 5,5 bilhões em créditos para construir além dos limites básicos previstos em lei.
O projeto será encaminhado à Câmara Municipal nos próximos dias para a análise dos vereadores, que poderão fazer novos apontamentos na proposta antes da aprovação.
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