Em julho de 2021, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), vinculado ao Governo do Estado, iniciou o trabalho de construção de uma galeria de desvio das águas do córrego da Mooca, que percorre o subsolo da avenida Anhaia Mello e transborda com facilidade em dias de chuvas fortes. A estimativa inicial era encerrar a obra em 12 meses, no entanto, o prazo foi sucessivamente prorrogado. Segundo o DAEE, “atualmente está na fase final de ligação, com previsão de conclusão neste primeiro semestre”.
O questionamento sobre a obra aumentou depois da última sequência de enchentes na Anhaia Mello – apenas no período entre os dias 9 a 13 deste mês, a avenida sofreu três grandes alagamentos. Em resposta a Folha, o DAEE ressaltou que “realiza medidas complementares às municipais para minimizar o efeito das chuvas na Região Metropolitana. Com esse objetivo está implantando a galeria de desvio de água do córrego Mooca”.
A galeria construída tem 670 metros de extensão, 4,5 metros de largura e 2,8 metros de profundidade. Os trabalhos se concentraram principalmente ao longo da rua Pindamonhangaba, na Vila Prudente, que ficou com trechos interditados por meses. O número divulgado pelo DAEE no início do trabalho prometia que, quando estiver concluída, desviará até 35 metros cúbicos por segundo do córrego da Mooca em períodos chuvosos, equilibrando o fluxo de água, com o objetivo de diminuir as inundações na região. A expectativa é amenizar os alagamentos no início da Anhaia Mello, na altura do terminal de ônibus e das estações de metrô e monotrilho Vila Prudente.
Na última quarta-feira, dia 22, o DAEE informou ainda que “nas últimas semanas, a galeria foi responsável por captar e reservar mais de 5 mil m³ de água das vias da região, facilitando o escoamento de água pelo rio Tamanduateí”. E voltou a afirmar que “após a conclusão, a estrutura terá capacidade de desviar até 35 metros cúbicos de água por segundo para o rio”. (Kátia Leite)