Com o início da nova gestão municipal, em janeiro, a comunidade de Vila Prudente teve a esperança de que a região receberia mais atenção para o problema das enchentes. No entanto, o ano passou sem que o governo tocasse no assunto e as assustadoras enchentes em ruas e avenidas voltaram a alarmar moradores e comerciantes. A mais recente ocorreu na última terça-feira, dia 21, durante o forte temporal que atingiu a cidade no final da tarde. A avenida Anhaia Mello e ruas adjacentes, mais uma vez, se transformaram em rio e comércios e residências foram invadidos pela água. Situação semelhante já havia ocorrido na noite do sábado, dia 18.
Na manhã da quarta-feira, dia 22, a reportagem da Folha esteve em pontos que são constantemente atingidos pelas cheias e, além de muita sujeira, deparou-se com a indignação dos afetados. “Infelizmente não tenho mais esperança em relação a uma solução. Estou neste local há quase 30 anos e sempre sofri com a enchente. Já escutei milhões de promessas de políticos, mas nunca foi feito algo eficiente. Pago meus impostos em dia, mas não vejo retorno por parte do poder público”, afirmou o mecânico Fernando de Castro, que possui estabelecimento na altura do número 1750 da avenida Anhaia Mello. “Quando mudou a gestão e entrou o prefeito João Doria, achei que poderia mudar alguma coisa, mas a situação piorou. Em anos anteriores a Prefeitura pelo menos aparecia logo em seguida às enchentes para limpar a via, mas agora nem isso acontece. A sujeira fica toda acumulada”, completou Castro mostrando a situação em frente à oficina.
O vendedor de veículo Sandro Biardi, que trabalha em uma loja de automóveis na avenida Anhaia Mello, em frente à praça Rui Roxo, também reclama da situação. “Basta chover um pouco mais forte para a água subir e entrar na loja. Precisamos recorrer a um galpão na rua de trás para guardarmos os veículos em dias de chuva. Temos muito prejuízo, pois, quando chove um pouco mais forte somos obrigados a fechar”, contou. “O que me chama atenção é que a Prefeitura não limpa mais a via após a enchente, o que ocorria antes. Parece que esta gestão não se preparou para a época das chuvas. Sem a limpeza desta sujeira, na próxima chuva a rua irá encher mais rápido ainda, pois vai tudo para os bueiros”, comentou.
Quem também voltou a sofrer foram os moradores da rua da Prece. “A impressão que temos é que, a cada ano, a via enche com mais facilidade. Não precisa chover muito para a rua virar um rio. Na última terça-feira a drástica cena se repetiu. Um veículo foi quase coberto pela água e a chuva nem foi tão forte”, contou o morador da via que se identificou como Everson. Outra indignação é que a via possui dois bueiros sem tampa e, mesmo com vários pedidos de reparo junto à Prefeitura, nenhuma providência foi tomada. “Já sofremos muito com os alagamentos e agora temos dois bueiros abertos. Durante a enchente de terça-feira, dia 21, dois carros caíram no buraco. Já fiquei sabendo que duas pessoas também já sofreram quedas por causa da ausência das tampas”, comentou Everson. (Gerson Rodrigues)