Implantadas na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), as ciclovias da cidade serão analisadas pelo novo governo municipal. A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes vai revisar o plano cicloviário de São Paulo com o objetivo de dar maior utilidade às faixas e corrigir eventuais problemas na instalação. Foi garantido ainda que a comunidade e os principais interessados, os ciclistas, serão ouvidos e que será prioridade da atual gestão buscar a integração da bicicleta com o sistema de transporte público.
Na região, as faixas exclusivas para ciclistas, que começaram a ser implantadas em maio de 2015, seguem com problemas e criando polêmicas. Há trechos em que houve recape do asfalto e não houve nova pintura, causando confusão se a ciclovia ainda existe. Também há pontos em que o mato tomou conta da ciclovia e outros repletos de buracos. Outro grave problema são os locais mal planejados que já provocaram até colisões.
Um dos pontos problemáticos é na rua Professor Gustavo Pires de Andrade, Vila Zelina. Além da via ser íngreme, o que dificulta a passagem de ciclistas, a faixa exclusiva está repleta de mato e com buracos. “Estou aposentado há três anos e fico bastante em casa. É possível contar quantos ciclistas passam por aqui: não deve passar de três por mês”, conta o morador da via, Josué de Assis.
Na avenida Francisco Falconi, Jardim Avelino, no trecho onde a via faz uma curva devido a rotatória existente próxima à esquina com a rua Mario Augusto do Carmo, foi feito o recape da ciclovia há cerca de seis meses, mas a Prefeitura esqueceu de repintar. “Antes os motoristas não respeitavam muito e invadiam a faixa de ciclistas, mas, desde que asfaltaram, o problema piorou bastante. Carros e caminhões simplesmente ignoram a existência da ciclofaixa”, relata o funcionário de um comércio no ponto.
A Associação dos Moradores e Comerciantes do bairro de Vila Zelina (AMOVIZA) está se mobilizando e, através de um abaixo assinado, solicitarão ao prefeito João Doria a remoção da faixa da avenida Francisco Falconi. Segundo a entidade, a implantação da ciclovia estrangulou as pistas de tráfego, tornando o local bastante perigoso. Moradores da região, embora concordem com a iniciativa da entidade, solicitam a inclusão de outras vias na reivindicação. “A ação deve ser para a revisão e remoção da maioria das ciclofaixas mal projetadas na região e não apenas de um trecho de interesse específico de poucos”, comenta o morador da Vila Zelina, Pedro Sinkevicius Neto.
Também há quem defenda a permanência das faixas exclusivas. “Utilizo a ciclovia da Franscisco Falconi quase que diariamente. Substituir por vagas de estacionamento, como já escutei, é um retrocesso. Ela está próxima do parque e cumpre muito bem seu propósito. Vamos dar uma chance ao progresso. Vamos deixar o carro em casa de vez em quando”, afirma o morador da região Ramom Vallente.
Indagada pela Folha, a CET informou que elaborou projeto que prevê a pintura e demarcação da ciclovia da avenida Francisco Falconi, mas não deu uma previsão de quando o trabalho executado. Também não se posicionou sobre o manifesto que está sendo elaborado. O órgão de trânsito ressaltou que problemas referentes à limpeza e buracos são de responsabilidade da Prefeitura Regional de Vila Prudente, a qual afirmou que efetuará inspeções e programará serviços de manutenção para a primeira quinzena deste mês.
Anhaia Mello
Construída pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô como parte de compensação ambiental das obras da Linha 15 – Prata do monotrilho, a ciclovia ao longo do canteiro da avenida Anhaia Mello, entre as estações Vila Prudente e Oratório, tem apresentado alguns problemas de conservação. Há relatos de trechos com água empossada, outros com acúmulo de lixo e mato e de galhos de árvores invadindo a pista. Embora tenha sido construída pelo Metrô, a responsabilidade pela manutenção é da Prefeitura Regional de Vila Prudente que, após ser questionada pela Folha, informou que trabalhos de manutenção e limpeza ocorrem periodicamente, mesmo assim, programará uma ação para os próximos dias com a intenção de localizar e sanar irregularidades.
Vila Zelina não é aquele outrora bucólico bairro em que, certa feita, os moradores conseguiram implantar uma base da PM para protegê-los dos ladrões e bandidos horrorousos e do mal que os importunavam mas, tempos depois, inundaram a redação do bravo hebdomadário, reclamando pelo fato de que a PM começou a coibir os crimes de trânsito praticados pelos mesmissimos moradores do bairro? Lembro do testemunho de uma pessoa – acho que publicado no extinto O Paulistano, eu devo ter o recorte guardado em algum lugar – que foi multada por estacionar irregularmente em algum lugar no largo e, em sua defesa, ela disse que todos sempre fizeram aquilo a vida toda. em sua defesa ela confessou a prática constante de crimes pelos moradores do bairro. Quanta hipocrisia e cara de pau! No fim das contas, parece que resolveram que a outrora importantíssima questão da segurança era secundária, o posto da PM sumiu, e os vilazelinenses continua(ra)m praticando seus crimes de trânsito felizes e impunes para sempre. Mas sempre alguns se dão ao luxo de dar uma de cidadãos de bem indignados.
FIM