Secretaria empurra para o final do ano a conclusão da UBS Vila Ema

A novela envolvendo a construção da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Ema parece estar longe do fim. Depois dos trabalhos ficarem parados no ano passado por quase dois meses devido ao atraso no repasse de verba por parte da Prefeitura, o novo prazo de conclusão divulgado nesta semana pela Secretaria Municipal de Saúde foi estendido para o final do ano. O anúncio causou indignação na comunidade que aguarda há mais de 30 anos pelo equipamento de saúde.

“Mais uma vez a Prefeitura desrespeita a população. Uma unidade de saúde deveria ser prioridade e ser construída a passos de tartaruga. Essa UBS era para ter sido entregue no fim do ano passado e agora passaram para o final deste ano. É um absurdo”, declarou a líder comunitária Bernadete Duarte, que é integrante do movimento de saúde da região e luta pela construção da UBS há três décadas.

Na placa informativa anexada na obra consta que o início dos serviços aconteceu no dia 24 de agosto de 2015 e o prazo de execução era de 360 dias, ou seja, a conclusão deveria ter ocorrido em agosto de 2016.

Nesta semana a reportagem da Folha esteve na construção e constatou poucos operários em atividade. Segundo o engenheiro que se identificou como Yuri, o ritmo dos trabalhos está mais lento no momento em razão da empresa contratada, a Guerrero Construtora, estar aguardando um posicionamento da Prefeitura em relação ao andamento dos serviços. “Não estamos com o trabalho parado. Estamos mantendo cerca de quatro funcionários em atividade. Com a troca de gestão, a Prefeitura quis rever os contratos. Nos informaram que até o final deste mês as análises serão concluídas e a próxima etapa será executada”, contou o engenheiro, que afirma receber uma vez por mês membros da comunidade para prestar contas dos serviços.

Ainda de acordo com o engenheiro, o prédio da unidade está praticamente concluído. “Faltam apenas alguns acabamentos, mas está quase pronto, com instalações elétricas e hidráulicas. Após finalizarmos, partiremos para a segunda etapa, que é a parte externa do equipamento”, completou. A Folha constatou que o entorno do prédio está esquecido. O mato está tão alto que dificultou para a reportagem fazer fotos da unidade. O passeio do espaço também está tomado pelo matagal, o que atrapalha a passagem de pedestres.

Para o comerciante do bairro, Antônio Geraldo Bueno, que há anos também batalha pela implantação da UBS Vila Ema, a extensão do prazo de conclusão é lamentável. “Quando a obra foi anunciada toda a comunidade se entusiasmou, mas, infelizmente, estamos cada vez mais descrentes do poder público. A sensação é de que estamos sendo enrolados”, comentou Bueno.

Além do novo prazo extendido para conclusão da obra, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a construção da UBS conta com fundação do prédio, parte de alvenaria, do revestimento e pisos. Foi ressaltado que serão investidos no total cerca de R$ 3,5 milhões. A reportagem questionou ainda o motivo do término ter sido prorrogado, mas o órgão não se manifestou.

Vereador Rinaldi Digilio promete criar o Gabinete Móvel

Jovem e novato na política. Rinaldi Digilio – 41 anos, formado em Direito, casado, pai de três filhos e pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular Vila Ema – se elegeu vereador pelo PRB com 20.916 votos em outubro passado. Foi a primeira vez que concorreu a um cargo público e em entrevista à Folha na tarde da última quarta-feira, dia 15, em seu gabinete na Câmara Municipal, revelou que não estava em seus planos se tornar político. “Ainda mais em um período tão conturbado pelo qual passa a nossa política e com a população desacreditada dessa classe. Mas, aceitei a solicitação da igreja e da comunidade, pois como já desenvolvia todo um trabalho social e de comunicação, me pediram para representa-los. Quero dar conta do trabalho para o qual fui eleito e continuar olhando diretamente nos olhos das pessoas, coisa que só faz quem não tem o que temer”.

Nascido na Vila Prudente, de tradicional família do bairro e agora morando na Mooca, Digilio promete se dedicar à região. Uma das medidas que pretende implantar em seu mandato é o Gabinete Móvel (leia mais abaixo). A ideia surgiu durante a campanha, após ouvir insistentes solicitações para não virar o tipo de “político que pede voto e depois some”.

O vereador contou que ainda está se ambientando à rotina da Casa, mas está bastante satisfeito porque o primeiro Projeto de Lei que propôs, acabou incluído no pacote antipichação aprovado nesta semana na Câmara. “O texto teve algumas modificações do original, entre elas, a nossa proposta de criação de um canal eletrônico para denúncia desse tipo de crime. É assim que vou ajudar São Paulo, com boas ideias, que beneficiam a população”.

Folha – Qual a sua relação com a Vila Prudente?

Rinaldi DigilioNasci na Vila Prudente, morei na rua Marques de Praia Grande e depois, por muitos anos na Falchi Gianini. Também residi quase 11 anos na rua Indaiá. Estudei em vários colégios tradicionais da região, como o São Miguel Arcanjo, o José de Anchieta e o João XXIII. Quando nasci, meu pai já era líder religioso, cresci nesse ambiente e me tornei pastor aos 18 anos da igreja (do Evangelho Quadrangular) na Vila Ema. Por conta dessa criação e o trabalho que desenvolvi desde jovem, sempre me preocupei com questões comunitárias e solidárias. Costumo dizer que as pessoas não lembram de quem ganhou o último Oscar, a Olimpíada, mas lembram de quem estendeu a mão no momento da necessidade e da dor. A causa social também será o foco do meu trabalho na Câmara. Agora moro na Mooca porque a família cresceu, veio o terceiro filho e não tinha como continuar no nosso apartamento. Mas, com a valorização imobiliária da Vila Prudente por causa do Metrô, tive que ficar um pouco mais distante da região onde cresci.

Folha – Até alguns meses atrás, o senhor não era político e certamente, como a maioria da população, deve ter ficado indignado com praticas e votações ocorridas na Casa. A esperança da população recai sobre os novatos para mudar essa situação. Como o senhor pretende desempenhar o seu trabalho?

Rinaldi Digilio – Os políticos são eleitos para representar os anseios da população, mas, muitos se preocupam apenas com os seus interesses. Felizmente, notamos que a população brasileira acordou e esta mais atenta. Aqui na Câmara houve uma grande renovação com 22 novos vereadores nesta Legislatura, sendo que 18 estão no primeiro mandato. Já conversei com alguns dos novatos e estou sentindo uma mudança de postura em relação ao que acontecia antes. Eu também estou procurando fazer a minha parte, cortei gastos do gabinete e a primeira decisão foi que, caso seja liberado o aumento salarial dos vereadores pela Justiça, vou fazer a doação da diferença para instituições de caridade. Eu quero dar conta do trabalho para o qual fui eleito e continuar olhando diretamente nos olhos das pessoas, coisa que só faz quem não tem o que temer. Nesse primeiro mês, já me reuni com diversos secretários para discutir as políticas públicas, apresentar emendas e estou acreditando que desempenharemos um bom trabalho. Como já disse, quero focar no social, pois durante o meu trabalho na igreja, vi a importância de dar atenção à família para termos uma sociedade estruturada.

Folha – Quais são os principais projetos que o senhor pretende desenvolver ao longo do mandato e especificamente para a região?

Rinaldi Digilio – Um dos projetos é justamente para aproximar o vereador do munícipe, que é o Gabinete Móvel. A ideia é avisar através das redes sociais, parar o carro em uma praça, por exemplo, colocar uma mesa e ficar disponível para ouvir as demandas da população. Acredito que será um resgate da credibilidade da política. Quero estar bem próximo da comunidade e principalmente conseguir deixar uma marca na minha região, onde nasci e sempre vivi. Sei que a Vila Prudente tem muitos problemas, como os buracos na Anhaia Mello, principalmente no trecho em obras do monotrilho, além de despejo de entulhos e insegurança. Também tem a questão das inundações, pois o piscinão inaugurado não vai resolver todo o problema. A obra do CEU precisa ser agilizada. Enfim, pretendo fazer pressão para  a resolução dessas questões, aproveitando que o meu partido é da base do governo. A Vila Prudente e região podem contar com esse vereador porque vou me empenhar para levar junto ao prefeito emendas para melhorar a vida da comunidade. Foi onde nasci, onde mora toda a minha família e tenho essa obrigação.