Obras na Anhaia Mello assustam a vizinhança

A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô garante que as obras em curso na avenida Anhaia Mello para construção de três terminais de ônibus, nas proximidades das estações Vila Prudente de metrô e monotrilho, não vão acarretar aumento das cheias na região. Ainda de acordo com o Metrô, responsável pelos trabalhos, essa conclusão partiu de estudos – que não foram detalhados na nota enviada à FolhaVP na última quarta-feira, dia 29, em resposta aos questionamentos do jornal. Difícil é convencer empresários, comerciantes e moradores que estão vendo, preocupados, a elevação de guias e pistas em frente aos seus imóveis. O temor de todos é unânime: com o aumento da altura da avenida, em alguns trechos de cerca de 50 centímetros, as ruas que margeiam a Anhaia Mello vão acumular mais água nos picos de enchentes.

Um comerciante estabelecido há cerca de dez anos em frente a um dos terminais em construção teme que o seu comércio, já erguido acima do nível da rua, acabe tomado pela água. “Nas piores enchentes que já enfrentamos, a água chegou até o topo da escada, nunca entrou, mas, agora estamos bastante apreensivos com essa obra. Estão erguendo demais a avenida e a água vai acumular no ponto mais baixo. Além disso, tememos que fique represada”, comenta pedindo anonimato. “Ergueram um paredão do terminal, já elevaram a pista e não estamos vendo bocas de lobo neste ponto”, completa.

A poucos metros do terminal em construção na rua Trocari existe uma placa da Prefeitura, praticamente na confluência das avenidas Anhaia Mello, Paes de Barros e rua Ituverava,  alertando para o risco de alagamentos. A mesma situação acontece na esquina da Anhaia Mello com as ruas Ibitirama e Cavour. Neste ponto, a elevação das guias até assusta quem passa pelo trecho. “A empresa contratada pelo Metrô fez um projeto voltado apenas para resolver o problema do acesso para os ônibus, mas esqueceu de quem vive próximo da Anhaia Mello”, comenta o aposentado Antônio Pereira que mora há 68 anos na Vila Prudente. “Já vi muitas enchentes neste local e acredito que estão fazendo uma grande besteira”.

Comerciantes do trecho reclamam ainda que não foram procurados por responsáveis da empresa contratada para a obra. “Não deram explicações e temos medo da água tomar nossos estabelecimentos”, ressaltaram à reportagem.

De acordo com o Metrô, para implantação dos terminais Norte, Sul e Central, que depois de entregues serão operados pela São Paulo Transportes (SPTrans), foi necessário realizar adequações no sistema viário, com elevação das guias para que os ônibus possam adentrar no terminal central. O Metrô finalizou alegando que “o problema das inundações nesta região é antigo e para solucioná-lo é necessária implantação de bacias de acumulação (piscinões), obra de responsabilidade da Prefeitura”.

A reportagem também questionou a Prefeitura Regional de Vila Prudente sobre a obra e na vistoria inicial, os técnicos da unidade também ficaram preocupados com a elevação das guias e garantiram que vão pedir o projeto ao Metrô para análise em conjunto com a Secretaria Municipal de Serviços e Obras. (Kátia Leite)

Prefeitura acaba com o Clube do Choro no Arthur Azevedo

Desde a reinauguração em agosto de 2015, o Teatro Municipal Arthur Azevedo, na Mooca, era sede do Clube do Choro de São Paulo, que integra cerca de 300 músicos. Além de shows mensais com nomes de destaque do estilo musical, a população também podia participar de rodas de choro gratuitas que aconteciam todos os sábados no saguão do teatro. No entanto, desde o início de 2017, não houve mais programação e nem satisfação à comunidade.

Cobrada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Cultura respondeu que o Teatro Arthur Azevedo não é mais sede do Clube do Choro e que as apresentações não devem ser restritas a este espaço, citando o exemplo de que, no aniversário de São Paulo, mais de dois meses atrás, aconteceram shows de choro no Mercadão.

A Secretaria também informou que, com relação à programação de choro de modo geral, os recursos orçamentários destinados à contratação destas atividades estão contingenciados. Portanto, não há previsão da retomada das apresentações de choro no teatro Arthur Azevedo.

Procurado pela FolhaVP, o Clube do Choro explicou que não foi opção própria deixar o Arthur Azevedo e que os responsáveis pelo clube não tiveram voz nessa decisão. Informaram ainda que não há programação definida e aguardam um posicionamento da Secretaria Municipal de Cultura. (Kátia Leite)

 

Finalmente a rua Itamumbuca vai ganhar calçada

Era um dos problemas mais antigos da Vila Prudente e por isso, vem causando surpresa aos pedestres ver que, finalmente, ganharão uma calçada para transitar pela rua Itamumbuca, onde existe a Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Prudente, uma das mais movimentadas da região. A via também serve de ligação entre o centro do bairro e a estação de metrô, o que acarreta intensa movimentação de transeuntes que eram obrigados a andar pelo meio da rua, pois em alguns trechos do antigo passeio mal cabia um pé. A Folha VP fez diversas matérias sobre a questão nos últimos anos. Inclusive, em abril de 2015, flagrou o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) dando ordens para a então Subprefeitura de Vila Prudente resolver a questão, o que foi ignorado.

A obra para adequação da calçada começou a toque de caixa na manhã da última quarta-feira, dia 29, como parte do Programa Calçada Nova – Mutirão Mario Covas, implantado pelo prefeito João Doria (PSDB). Até a semana passada – quando a Folha VP destacou o problema mais uma vez na edição de 24 de março – não havia previsão de início, conforme foi passado pela Secretaria de Prefeituras Regionais.  Neste domingo, dia 2, o prefeito deve participar dos trabalhos a partir das 10h.

Ao contrário da gestão passada que definia a questão como complexa, pois estudava recuar o muro da unidade; a atual administração, numa ação em conjunto da Prefeitura Regional de Vila Prudente e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), optou por uma solução mais prática. A CET alterou a sinalização viária, proibindo o estacionamento em parte do lado direito da rua, próximo ao cruzamento com a praça. E imediatamente a Coordenadoria de Projetos e Obras da Prefeitura Regional iniciou a reforma que atenderá 60 metros lineares da rua. O trecho onde a calçada era mais estreita, passará a ter 1,30 metro após a conclusão dos trabalhos, prevista para domingo com a presença de Doria. Em outros pontos a largura ficará em torno de dois metros. Foi ressaltado ainda que também haverá recuperação do pavimento.

“Vamos continuar discutindo a questão com a CET para futuramente tentar intervir do outro lado da rua, onde a calçada também é estreita”, destacou o coordenador de Obras, Arnaldo Ueda, à reportagem da FolhaVP.

Bicicleta furtada em paraciclo do Metrô VP

De tempos em tempos a notícia se repete. O estudante Eduardo Nieri, de 27 anos, conta que por volta das 7h30 da última terça-feira, dia 28, estacionou a sua bicicleta no paraciclo das estações Vila Prudente do metrô e do monotrilho, na avenida Anhaia Mello, e foi à faculdade. Apesar de ter usado uma corrente e um cadeado, quando voltou em torno do meio dia, não a encontrou no local.

Segundo o estudante, assim que percebeu o furto e notar uma câmera de vigilância nas proximidades, dirigiu-se à cabine de segurança da estação. “No local fui informado que o Metrô não se responsabiliza por este tipo de delito e que a câmera próxima ao paraciclo não pega as bicicletas paradas e também não grava as imagens. Quer dizer, não serve para nada e também não há segurança alguma”, afirmou.

Indignado com a situação, Nieri percorreu algumas lojas de bicicletas da região para explicar o ocorrido e solicitar ajuda caso alguém aparecesse para tentar comercializar seu equipamento, que era apropriado à pratica de Montain Bike e avaliado em cerca de R$ 2.500. Mas, teve a segunda surpresa negativa do dia. “Pensei que possivelmente alguém já teria tentado vender minha bicicleta nestas lojas, mas, não tive sucesso até agora. E fiquei ainda mais surpreso porque em todas as bicicletarias me orientaram a nunca parar nestes paraciclos do Metrô, pois quase todos os dias há casos de furto”, conta.

Em protesto ao ocorrido, Nieri voltou ao paraciclo e colou nas paredes vários cartazes com os dizeres: “Não deixe sua bike aqui, alto índice de furto, a minha foi furtada hoje”.

No dia seguinte a reportagem da FolhaVP esteve no local e verificou que os cartazes foram removidos. O jornal entrou em contato com a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô e aguarda um posicionamento. Nas diversas matérias anteriores sobre o mesmo tipo de delito em seus paraciclos, a resposta foi sempre a mesma: que o Metrô não se responsabiliza e que existe placa informativa no local. No entanto, já houve caso de usuário do metrô ganhar na Justiça a indenização pelo furto.

Placa colocada por usuário que teve a bicicleta levada

 

 

Perigo em semáforo da avenida Zelina

Implantado para organizar o trânsito e proporcionar mais segurança, o semáforo da avenida Zelina com a rua Rio do Peixe não é respeitado por diversos motoristas que avançam no sinal vermelho, colocando em risco pedestres e outros condutores. Comerciantes e moradores das proximidades também criticam a falta de fiscalização da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

“É muito perigoso o que tem ocorrido por aqui. Motoristas simplesmente ignoram o farol e passam no vermelho, inclusive condutores de ônibus que deveriam ter ainda mais prudência”, conta o comerciante instalado no trecho, Marcos de Lucca.

Para outro lojista local, Armando de Assis, a localização dos equipamentos semafóricos deveria ser revista. “Os faróis de ambos os sentidos ficam muito distantes de onde o veículo deve parar. Muitos motoristas que não conhecem a via, não percebem que existem os semáforos e são pegos de surpresa. Vejo que alguns ainda tentam parar no meio do cruzamento quando percebem o farol, mas acabam avançando”, conta.

Questionada pela FolhaVP, a CET informou que a fiscalização na Vila Zelina será intensificada com o intuito de coibir eventuais desrespeitos às regras de circulação previstas no Código de Trânsito Brasileiro. Foi destacado ainda que a população pode solicitar fiscalizações ligando gratuitamente para o telefone 1188, que atende 24 horas por dia. (Gerson Rodrigues)

Núcleo de Negócios reuniu cerca de 100 empresários

Saber fazer negócios, incrementar as vendas e entender o cenário atual, somados a um ambiente facilitador de novas oportunidades. Foram os benefícios que cerca de cem empresários encontraram na última edição do Núcleo de Negócios Mooca e Vila Prudente, realizada no dia 23 no espaço Pyramid´s do Clube Atlético Juventus

Os participantes também ouviram a palestra “O novo ambiente de negócios após a Lava-Jato” ministrada pelo advogado e professor de Direito, José Luiz Toro da Silva. Ele ressaltou os últimos números sobre a operação que mexeu com a estrutura política do país. “Um empresário precisa estar atualizado sobre o que ocorre no Brasil e no mundo, especialmente assuntos referentes à economia, ao mercado e também sobre a política”, afirmou durante a apresentação. Ao final, o palestrante recebeu uma placa de agradecimento das mãos do novo superintendente da Distrital Mooca da Associação Comercial de São Paulo, Luiz Carlos Castan.

O novo superintendente explicou que o grande desafio que o Núcleo lança é o de sair da zona de conforto e mudar a forma de gerir negócios nos dias atuais. “O mercado mudou, as relações mudaram, tudo mudou. Um empresário ou profissional liberal que não acompanha essa visão, pode vir a ter problemas. Com certeza, o Núcleo veio para ficar e daremos continuidade em nossa gestão”, comentou Castan que aproveitou para homenagear, em nome da Comissão Organizadora do Núcleo, Francisco Antonio Parisi, seu antecessor na Distrital Mooca. Parisi agradeceu “a oportunidade de ter experimentado essa nobre missão de dirigir a Distrital Mooca e ter assumido a tarefa de fomentar o empreendedorismo na região”.

Quem saiu comemorando do evento foi o empresário da Acqua Academia, Rafael Eduardo Passos Arantes, que ofereceu valores diferenciados a todos os participantes e conseguiu contratos importantes, um deles com o Grupo São Cristóvão que fechou um pacote para sua equipe, por iniciativa do presidente Valdir Ventura. Uma das proprietárias do Elídio Bar, Celeste Raimondi, também ficou bastante satisfeita. “Foi muito proveitoso estar aqui esta noite, consegui mostrar o Elídio para quem não conhecia, e até uma parceria interessante pode surgir por conta dos contatos que fiz. Vou me programar para participar dos próximos encontros!”, disse.

A próxima edição está prevista para maio próximo, também no Clube Atlético Juventus. O Núcleo é realizado pela Associação Comercial – Distrital Mooca em parceria com a DOC Contabilidade e a FolhaVP. Conta ainda com o apoio do Sebrae-SP, Círculo de Trabalhadores de Vila Prudente, agência Ópera Marketing, Acqua Academia e as consultorias empresariais e organizacionais Master Mind e Thor.

Interessados em obter informações sobre o Núcleo de Negócios e as próximas inscrições, podem entrar em contato pelo telefone 3180-3092 (falar com Daniela, Bianca ou Márcia) ou acessar o site: www.nnegociosmvp.com.br.

Vereador diz que construção do CEU foi equivocada

Durante a primeira legislatura na Câmara Municipal de São Paulo, de 2001 a 2004, Claudio Fonseca (PPS) foi um dos vereadores mais bem avaliados ao coordenar a reforma administrativa da Casa que, na época, resultou em economia de mais de R$ 30 milhões aos cofres públicos. No seu segundo mandato, foi presidente por quatro anos consecutivos da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara, cargo para o qual foi eleito novamente por unanimidade no início de fevereiro e destaca que uma das principais preocupações é acompanhar a aplicação das metas e diretrizes estabelecidas no Plano Municipal de Educação.

O vereador tem reconhecida luta nesta área. Também preside o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) e atualmente está lutando para que a categoria não tenha seus direitos trabalhistas prejudicados. Morador da região, onde também já lecionou, conhece bem as necessidades locais e considera um grande erro a decisão da gestão passada de iniciar a construção de um Centro de Educação Unificado (CEU) no Clube Escola Vila Alpina, o antigo Centro Educacional Esportivo Arthur Friedenreich. “Não precisa de CEU ali. Não faltam equipamentos de educação bem próximos”, destaca na entrevista abaixo.

Folha – No seu primeiro mandato, quando foi o segundo vice-presidente da Mesa Diretora, o senhor ficou responsável pela reforma administrativa da Casa e gerou uma economia importante. Passado pouco mais de uma década, a Câmara está às voltas com o problema de gastos excessivos, incluindo altos salários de servidores. O que aconteceu?

Claudio Fonseca – Mesmo antes do meu retorno à Casa, já tinha me dado conta de que boa parte da reforma administrativa implementada em 2003, foi desfeita na sequência. No período de 2005 a 2008, ocorreram alterações em duas leis, uma que dispunha sobre o quadro de funcionários e outra, sobre a estrutura administrativa da Câmara. Isso deu vazão obviamente para aumentar os custos, tanto com a folha de pagamento do pessoal quanto com a própria organização estrutural. Quem se recorda da lei que nós aprovamos na época da reforma, tinha até eleição para diretor geral da Câmara, com uma listra tríplice para escolher o responsável pelo cargo. Era um bom método, posto que o diretor seria escolhido dentre os membros efetivos da Casa e seria muito importante para  tirar um pouco do peso político da Mesa Diretora. Mas isso foi destituído. Resulta ainda que foi aprovada, entre 2012 e 2016, uma lei que até ampliou a quantidade de assessores na Câmara e mesmo afirmando que não geraria mais despesas, o que passa para a população é que no momento de contenção de despesas gerais, aqui se amplia os custos. O ato acabou não se concretizando por intervenção judicial, o que também é muito triste precisar da Justiça nas ações da Câmara, porque acaba colocando em uma relação ainda maior de desconfiança perante a sociedade. A Casa ficou mais cara, não só por causa desses atos, mas sempre faço o comparativo: se você somar o orçamento fiscal da Câmara, envolvendo o Tribunal de Contas do Município, chega a quase R$ 900 milhões por ano, ao mesmo tempo que, a título de comparação, o Hospital do Servidor Público Municipal, que tem que atender 200 mil servidores, seus dependentes e mais os munícipes que recorrem ao hospital para atendimento emergencial, não tem orçamente de R$ 300 milhões, quase um terço da Câmara. O orçamento da Casa também é maior que o das secretarias de Esportes e de Cultura somados. Claro que eu não defendo que deva existir uma política de sufocamento do Poder Legislativo a ponto dele não poder operar e também sempre acho que um Poder Legislativo eficiente, que exerça o seu papel de fiscalização e legislação, pode dar retorno significativo à cidade. Enfim, encontrei uma Câmara diferente para minha satisfação por um lado e inquietação por outro. Achei importante iniciar o exercício aprovando uma lei importante para a cidade, a de combate a pichações, que teve um esforço grande aqui, tanto que 52 vereadores votaram favoravelmente. Só que isso não pode se perder, não podemos cair na apatia em relação a outros problemas estruturais da cidade. Precisamos de mais agilidade na resolução dos problemas da saúde. Embora seja uma questão do Poder Executivo fazer a licitação para a compra dos medicamentos, causa muita inquietação estar no mês de março e ver notícias que pessoas que precisam tomar medicamento de uso contínuo, não encontram nos postos. Inquieta saber que tem dois hospitais em construção e a obras estão paralisadas. O Poder Legislativo precisa exercer o seu devido poder de pressão para ver como o Executivo reage.

Folha – Na Vila Prudente também temos a obra do CEU bastante atrasada.

Claudio FonsecaMe inquieta muito também, e é um mal da administração pública, o erro de planejamento como foi a proposta da gestão passada (de Fernando Haddad /PT) de construção de 21 CEUs, com iniciação de oito deles que ainda são apenas esqueletos, como na Vila Prudente. Inclusive roubando espaços importantes da cidade.  O projeto do CEU não cabe em todo lugar e acaba entrando em conflito com a comunidade porque por mais que você destine o uso ao público aos finais de semana, durante os dias de aula ele tem uma vocação principal, que é um centro de educação unificado, onde funciona uma CEI, uma EMEI e uma EMEF. Então prejudica os parques públicos, como o clube Arthur Friedenreich. É um erro estrutural até porque você não precisa de CEU ali. Não faltam equipamentos de educação bem próximos. Há as escolas Américo de Moura, Rocha Mendes e a Mario Casassanta, um pouco mais acima. Algumas das escolas no bairro, como o República do Paraguay, não tem demanda. Também há escolas infantis. Então é um erro tremendo de planejamento que me incomoda, tanto por parte do Executivo e do Legislativo.

Folha – Como o senhor pretende conduzir o seu mandato?
Claudio Fonseca
Voltei com o firme propósito de centralizar o meu mandato nas questões relacionadas à educação, não exclusivamente, mas, dar ênfase nessa área porque acho estrutural para a cidade. Pretendo inicialmente tratar de alguns projetos voltados aos direitos dos profissionais de educação, mas não ficar só nisso. Tanto que apresentei ao prefeito (João Doria), na primeira reunião que ele fez junto aos secretários e aos vereadores, que precisamos ter um plano de emergência de recuperação das edificações escolares e de melhorias no entorno da escola. Até para ser vitrine, porque Cidade Linda não combina com escola destruída. É incompatível. É importante que essa iniciativa que o prefeito criou se reverta em uma ação no entorno da escola, de reparação do muro, da calçada que tem que ser um exemplo, com facilidade de mobilidade e acessibilidade. Além de escolas com poda de árvore e coleta de lixo nos prazos regulares, e evitar que exista deposição de lixo irregular no entorno. O prefeito reagiu muito positivamente e vou continuar cobrando.

Folha – O senhor foi eleito por unanimidade entre os vereadores presentes para a presidência da Comissão de Educação. Quais serão os principais desafios nessa comissão, que também inclui Cultura e Esportes?

Claudio FonsecaTemos que priorizar o Plano Municipal de Educação. Fiz questão de, na primeira reunião da Comissão, distribuir para todos os vereadores um exemplar desse plano, inclusive para ser um pouco o nosso guia. Vamos ter que monitorar a sua execução porque tem as diretrizes, metas e estratégias que precisam ser desenvolvidas pela administração pública para os próximos dez anos. Daqui a dois anos e meio haverá uma avalição do que já foi cumprido. Na área de Cultura e Esportes o importante é juntar forças no sentido de aumentar os recursos orçamentários nas duas áreas. Cultura, esportes e educação precisam de um diálogo estreito nas suas ações, projetos, programas e investimentos para não cometer os absurdos que ocorreram com alguns parques e clubes da cidade que foram tomados de forma inadequada para construção de CEU, enquanto o que deveria ter ocorrido é a recuperação desses espaços. Há uma demanda muito forte pela expansão dos equipamentos de cultura na cidade, porque quase todos estão localizados na região central. Também é importante potencializar o uso dos que já existem, porque temos teatros de bairro com capacidade maior de uso e fica aquém por conta da questão orçamentária. Na Mooca mesmo temos o Teatro Arthur Azevedo que foi reformado, tem uma estrutura muito boa e é subutilizado. Outra preocupação é que esses espaços também se transformem em centros de iniciação artística para crianças.

Sem previsão do programa Calçada Nova na região

Implantado no início da gestão do prefeito João Doria (PSDB), o programa Calçada Nova – Mutirão Mario Covas tem como principal objetivo a recuperação dos passeios da capital aliada a serviços complementares de zeladoria, como limpeza de vias, corte de mato, conservação de pavimento, entre outros. Até o momento 11 distritos da cidade já foram atendidos. No entanto, não há previsão da Prefeitura para contemplar os distritos da região.

Nesta semana a reportagem da Folha questionou a Prefeitura Regional Mooca, a qual informou que o programa ainda não foi implantado nos distritos sob sua responsabilidade e não há data prevista para acontecer. O mesmo esclarecimento partiu da Prefeitura Regional de Vila Prudente. Os órgãos também não souberam informar quais locais serão indicados para receber o programa. A Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais informou que o roteiro está sendo realizado da periferia para o centro da cidade e todas as calçadas atendidas estavam em áreas públicas.

Enquanto a região não é contemplada, calçadas de equipamentos municipais continuam intransitáveis, atrapalhando o tráfego de pedestres e causando insegurança. Um desses pontos é o passeio da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Prudente, na esquina com a rua Itamumbuca, onde a calçada simplesmente deixa de existir em um trecho, obrigando os transeuntes a andarem pelo meio da rua. Há anos a Folha cobra providências e até o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) determinou o conserto quando esteve na UBS, mas nada foi feito.

Calçada de UBS na rua Itamumbuca

 

Outra reclamação antiga é a calçada do Hospital Estadual de Vila Alpina, na rua José Jeraissati. O passeio possui apenas 1,5 metro de largura e o espaço fica ainda mais estreito por de árvores e postes de luz no caminho. Tal situação impossibilita a passagem de cadeirantes e de mães com carrinhos de bebês. O problema já foi alvo de várias matérias da Folha,  que provocaram reunião em 2014 entre a então Subprefeitura de Vila Prudente e a direção do hospital, quando ficou acordado que a gerência da unidade de saúde realizaria melhorias no piso do passeio, assim como recuaria o seu muro em cerca de três metros. Passado quase dois anos e meio, o problema segue sem solução.

Na avenida Paes de Barros, Mooca, vários trechos do canteiro central também apresentam irregularidades. Um dos locais críticos fica na altura do número 1.800. A pessoa que passar pelo ponto é obrigada até a andar pelo corredor de ônibus.

Ligação da Henry Ford está na Operação Urbana

Acompanhada de assessores técnicos, a vereadora Edir Sales (PSD) esteve no dia 22, na SP Urbanismo, empresa pública ligada à Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, para discutir a questão da ligação das avenidas Henry Ford e Anhaia Mello, em Vila Prudente.  O acesso de uma via a outra é interrompido por um ramal ferroviário que atualmente recebe uma ou duas composições de carga por dia, permanecendo ocioso por várias horas. Há mais de 20 anos a FolhaVP batalha para conseguir a conexão entre as avenidas com o objetivo de desafogar o trânsito, principalmente nas ruas Pacheco e Chaves e Dianópolis, beneficiando muitos motoristas que perdem valioso tempo em congestionamentos nos horários de pico.

Desde 2003 existe parecer favorável à ligação da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Mas, por muitos anos, houve resistência dos responsáveis pelas empresas que utilizam o ramal. No entanto, agora a decisão cabe a Prefeitura. O presidente da SP Urbanismo, José Armênio de Brito Cruz, e a coordenadora dos Núcleos de Projetos Urbanos da empresa, Rita Gonçalves, garantiram à vereadora que a ligação continua contemplada no Projeto de Lei da Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, atualmente em análise na Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal.

No detalhamento da Operação Urbana consta que além da conexão com a avenida Anhaia Mello, está previsto outro ramal ligando a Henry Ford à rua Guamiranga. A forma de transposição da ferrovia, que segundo a coordenadora, não deve ser em passagem de nível, ainda será elaborada em projeto futuro, somente após aprovação e implantação da Lei. Rita ressaltou ainda que “se tudo correr conforme o previsto”, a Operação Urbana deve ser aprovada no final do ano e depois, iniciam-se os trâmites para implantação que levam vários meses.

Questionado pela vereadora e seus assessores sobre a demora para efetivamente ocorrer a conexão das vias, o presidente da SP Urbanismo ressaltou que é a forma mais garantida do projeto ser viabilizado economicamente. “Se tentar aprovar por fora da Operação Urbana, depende dos recursos do Tesouro e dificilmente a Prefeitura terá como arcar com os custos da elaboração do projeto e implantação da transposição”, afirmou Cruz.

A proposta da Operação Urbana é incentivar o potencial construtivo e o adensamento populacional com contrapartidas financeiras das empresas envolvidas que vão permitir à Prefeitura promover as benfeitorias previstas para os bairros envolvidos, entre eles a Vila Prudente e a Mooca. A vereadora Edir Sales afirmou que vai acompanhar o projeto na Câmara Municipal para garantir que as melhorias previstas para a região sejam mantidas no Projeto de Lei. (Kátia Leite)

Conserto de muro desabado do cemitério

O Serviço Funerário do Município está reformando o muro do Cemitério São Pedro que despencou sobre parte do estacionamento do Hospital Estadual de Vila Alpina no mês passado. Com o desabamento da parede que servia de sustentação para um dos ossários da necrópole, restos mortais que estavam depositados no local chegaram a ficar expostos. O caso foi matéria da Folha no dia 24 de fevereiro.

Após encaminhar ofício ao Serviço Funerário solicitando providências logo após o ocorrido, a vereadora Edir Sales (PSD) se reuniu no último dia 14 com a superintendente do órgão, Maisa Rosa Alves, para reforçar o pedido. Na ocasião, funcionários do Serviço Funerário informaram que aguardavam a liberação de recurso e a remoção da raiz de uma árvore existente no local para fazer a reconstrução do muro. O serviço foi iniciado no dia seguinte.

No final da tarde de quarta-feira, dia 22, o órgão informou ao jornal que os serviços devem ser concluídos até o final deste mês. (Gerson Rodrigues)