Enquanto a Mooca registra as temperaturas mais altas da cidade em 2024, a Prefeitura ignora o calor e o prazo para a reforma do complexo aquático do Centro Esportivo (CE) Mooca. Também é vaga sobre o motivo do atraso da obra que deveria ter acabado no ano passado. Assim, o quente verão terminou sem que os usuários pudessem usufruir das piscinas.
Desde novembro de 2022, quando as piscinas públicas foram reabertas após a pandemia de Covid-19, o complexo do CE Mooca continuou fechado. Na época, a Secretaria Municipal de Esportes se limitou a informar que as piscinas “entrariam em reforma” e a previsão de reabertura era no próximo ano – no caso 2023. Muitos frequentadores protestaram porque afirmaram que pouco antes da pandemia, na temporada de 2019/2020, as piscinas funcionavam normalmente.
O espaço sempre foi muito frequentado. Contava com uma piscina semi-olímpica e duas para recreação: uma delas no formato feijão, com 79 metros de comprimento e 47 metros de largura, além de um toboágua de mais de sete metros e oito chafarizes. A outra era infantil e também tinha escorregador de 1,85 metro.
“O prefeito deve ter piscina em casa. Eu não tenho e infelizmente, também não posso pagar um clube para ir com os meus filhos. É desumano e humilhante morar quase ao lado desse clube público, com piscinas enormes, e enfrentar esse calor a seco”, desabafa João Pedro e Silva. “Depois, político ainda fala que pensa no povo”.
Questionada mais uma vez nesta semana sobre o motivo do atraso na obra, a Secretaria de Esportes informou apenas que “a reforma do complexo aquático do CE Mooca está em fase final, com testes sendo realizados”.Diante da resposta vaga, a Folha pediu mais esclarecimentos e a Secretaria enviou nota afirmando que “a prorrogação das obras de reforma do complexo aquático está amparada pela legislação. O tempo de execução se deve à complexidade da obra em uma piscina pública de grande porte, que envolve acessibilidade, segurança, revestimentos do deck, estrutura da casa de máquinas, entre outros detalhes”. Sugere ainda que a população vá usar as piscinas do CERET, no Tatuapé.
Banheiro abandonado
Outro alvo de reclamação no CE Mooca é banheiro masculino que fica logo na entrada do clube. O equipamento não tem condições de uso, está quase todo quebrado, muito sujo e pichado. Em novembro passado, a Folha pediu uma posição da Secretaria de Esportes e a reposta foi que a previsão de início dos reparos no banheiro era para janeiro de 2024. Cobrada de novo, a informação dada é que “o estudo técnico está pronto e a SEME aguarda a liberação dos recursos orçamentários para dar início à ordem de serviço”.