Prefeitura descarta reabertura de escolas em setembro

As escolas das redes pública e privada da cidade de São Paulo não poderão retomar as atividades para aulas de reforço no mês de setembro, conforme possibilitou o Governo do Estado. O anúncio foi feito nesta terça-feira, dia 18, pelo prefeito Bruno Covas, e teve como base os resultados do Inquérito Sorológico realizado com seis mil crianças e adolescentes, com idades entre 4 e 14 anos, da rede municipal de ensino.

Segundo dados dessa pesquisa divulgada hoje pela Prefeitura, o ambiente escolar pode ser um grande fator de disseminação do novo coronavírus entre os alunos e funcionários, além de familiares e a comunidade em geral.  A pesquisa mostra que dois terços das crianças e adolescentes (64,4%) que testaram positivo para Covid-19 foram assintomáticos – ou seja, mesmo contaminados, não apresentaram quaisquer sintomas, podendo ser disseminadores silenciosos do vírus.

Durante a coletiva, o próprio prefeito admitiu que a recomendação de aferir a temperatura na entrada das escolas não tem efeito diante do elevado número de assintomáticos. “A retomada às aulas, nesse momento, significaria a ampliação do número de casos, de internações e óbitos. Razão pela qual a cidade não terá esse retorno em setembro, como o estado autorizou de reforço com apenas 35% das salas funcionando”, destacou Bruno Covas.

Outro dado importante apontado pelo inquérito é que 25,9% dos alunos permaneceram em domicílios com a presença de moradores com 60 anos ou mais.

Bruno Covas afirmou que será realizada uma nova pesquisa, desta vez incluindo alunos das redes estadual e particular da cidade, antes da Prefeitura se posicionar sobre o retorno gradual das aulas em outubro, também definido pelo Governo do Estado.

Mais sobre o Inquérito Sorológico

As entrevistas e coletas dos seis mil estudantes foram realizados entre 6 e 10 de agosto, com os alunos divididos em três fases, cada uma com dois mil alunos: Educação Infantil (4 a 6 anos), Ensino Fundamental I (6 a 10 anos) e Ensino Fundamental II (de 11 a 14 anos).

Na comparação dos três extratos, os índices de prevalência do coronavírus foram de 16,5% (4 a 5 anos), 16,2% (6 a 10 anos) e 15,4% (11 a 14 anos), com uma prevalência geral da infecção pelo vírus de 16,1%.

Entre as crianças e adolescentes testadas, 64,4% são pertencentes às classes D e E, e 27,8% a Classe C.

A pesquisa apontou que a adesão ao distanciamento social entre os estudantes chegou a 98,2% de adesão total ou parcial das medidas recomendadas.

O registro do uso de máscaras também foi bastante elevado: 76,7% informaram que usam sempre e 14,1% destacou que utilizou a maioria das vezes