Continua a saga de problemas na Linha 15-Prata do monotrilho. Além de falhas frequentes, neste primeiro mês do ano, houve picos de lentidão em praticamente metade dos dias, às vezes ocorreu no período da manhã e se repetiu à tarde. Com o grande adensamento do ramal desde a inauguração das estações Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus, cada vez que ocorre um problema e os trens circulam com velocidade reduzida e maior tempo de parada, são mais pessoas aglomeradas nas plataformas.
Um exemplo é a situação vivenciada na segunda-feira, dia 27, quando às 15h15 houve falha no sistema de alimentação elétrica na região da estação Fazenda da Juta. De acordo com o Metrô, o problema foi solucionado às 16h12, mas o reflexo se estendeu pelas horas seguintes e o Metrô não soube informar o horário em que a operação foi de fato normalizada. Como a estação Vila Prudente é o único ponto de interligação da Linha 15 com o metrô ou um grande terminal de ônibus, é onde os usuários têm enfrentado as situações mais caóticas. Na última segunda-feira, apesar de o problema ter ocorrido na outra ponta, no final da tarde os passageiros não conseguiam embarcar no monotrilho. O morador do Jardim Independência, Edson da Silva, conta que ficou 19 minutos dentro do trem, com as portas fechadas, e sem sair da estação Vila Prudente. “Depois veio a ordem para evacuar a composição. Acabei desistindo, desci para o terminal e peguei um ônibus”, relata sobre o percalço para fazer um trajeto que levaria cerca de cinco minutos no trem.
Antes mesmo de vivenciar essa situação no início da semana, Silva já havia encaminhado e-mail ao Governo do Estado solicitando uma visita surpresa do governador João Doria (PSDB) para constatar com os próprios olhos o que vem ocorrendo na linha. A curiosa resposta da Casa Civil foi que faltaram mais dados para realizar as devidas apurações.
Com uma rápida análise nas redes sociais do Metrô, onde são postados os avisos em tempo real como alerta aos usuários, é possível constatar os problemas em série. No dia 1º de janeiro já havia a mensagem de lentidão na Linha 15 que se estendeu por vários dias por conta de uma falha em equipamento da via nas proximidades da estação São Lucas. Até a solução, a operação precisou ser dividida em duas etapas, com os usuários trocando de trens para conseguirem fazer o trajeto completo.
No dia 6, as novas estações Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus passaram a funcionar das 4h40 à 0h, mas às 9h30 já ocorreu lentidão na linha. Passava do meio-dia e o Metrô ainda anunciava que a operação estava sendo normalizada.
Nos dias 8 e 9 os alertas de lentidão continuaram. Nos dias 11 e 12 a linha permaneceu fechada para testes. Mas, no dia 14 voltou a apresentar lentidão na manhã, por volta das 9h40, e de novo à tarde, por volta das 16h30. E a rotina de falhas seguiu na segunda quinzena do mês.
Escadas rolantes
Em recente matéria, a Folha destacou que os usuários ainda estavam se deparando com as escadas rolantes inoperantes nos horários de maior movimento na estação Vila Prudente. “Está um caos. Além do grande aumento de passageiros, o que já era esperado, e da lentidão, agora estamos enfrentando o desligamento das escadas rolantes”, reclamou Aline Regina. “O Metrô deveria estar preparado, mas nas últimas semanas somos vítimas da falta de organização e humanidade. Tenho problemas respiratórios e sofro muito para subir. Em alguns dias estou desistindo e gastando mais com outro transporte porque está praticamente impossível acessar a plataforma”, completa.
O Metrô justificou que a medida faz parte da estratégia para evitar superlotação na plataforma e proporcionar maios fluidez aos trens. Foi esclarecido que esse procedimento também ocorre em outras grandes estações, como a Sé.
De acordo com os usuários, na última quarta-feira, dia 29, as escadas rolantes não foram desligadas, mas estavam com “velocidade reduzida”, assim como é rotina na circulação dos trens da Linha 15.