O problema é crônico no pontilhão que faz a ligação entre as avenidas Anhaia Mello e Dr. Francisco Mesquita, sobre o rio Tamanduateí. Infelizmente, motoristas que trafegam pelo local até já se “acostumaram” com o material despejado clandestinamente, mas, nos últimos dias, a quantidade acumulada foi tamanha que assustou quem passava pela ponte. Uma das pistas foi tomada por várias montanhas de entulho.
“Passo todo dia pelo acesso debaixo do viaduto Grande São Paulo, sempre tem entulho e a Prefeitura não toma atitude para proibir essa prática. Na véspera do feriado (quinta-feira, dia 18) estava demais. Tinha entulho até no meio da pista. Até quando irá acontecer isso? Até cair a ponte novamente?”, questiona Alberto Utida, morador da Mooca que vai constantemente ao ABC e utiliza o pontilhão.
“Sempre me deparo com entulho nessa ponte, mas nunca tinha visto neste estado!”, comenta André Russo, que trabalha na Vila Prudente, reside em São Caetano do Sul e passou pelo local na segunda e ontem, dias 22 e 23.
No tarde de ontem a reportagem questionou a Subprefeitura de Vila Prudente sobre a situação do pontilhão e na manhã de hoje equipes faziam a limpeza. Enquanto a reportagem permaneceu no local, já haviam saído dois caminhões lotados de entulho e a estimativa é que seria necessário carregar mais oito veículos.
A Subprefeitura de Vila Prudente informou que faz duas remoções de entulho por semana e às vezes, é necessária uma terceira, dependendo da frequência do descarte irregular. Em média, são retiradas 30 toneladas de entulho por operação. Além dos prejuízos financeiro e do tempo de funcionários e equipamentos que poderiam estar realizando outros serviços, a prática recorrente de despejo também provoca a deterioração do pavimento e afunilamento da pista, complicando o trânsito.
A Subprefeitura garantiu ainda que faz ações de fiscalização semanalmente no trecho, porém com pouco sucesso, já que o criminoso ao perceber a presença de equipes da Guarda Civil Metropolitana e da Subprefeitura, passa direto pelo local e escolhe outro ponto para fazer o descarte.
Excesso de entulho e queda
Na manhã de 10 de novembro de 2015, a ponte desabou no rio Tamanduateí. Por sorte, ninguém passava pelo local no momento da queda. Na ocasião, a Prefeitura não divulgou a causa do desmoronamento, mas, em novembro passado a Secretaria de Infraestrutura Urbana informou que a ponte rompeu após apresentar fadiga do material da estrutura e ressaltou que “na época, uma das faixas da ponte estava tomada por entulho, o que também contribuiu para haver uma sobrecarga da estrutura”.
Os trabalhos de reconstrução levaram oito meses e custaram R$ 2,5 milhões. O trecho foi reaberto em 8 de julho de 2016.