O secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Esportes, Erlon Lopes, presente na audiência pública realizada na segunda-feira (leia mais na página 3), sobre o Clube Escola, antigo CEE Arthur Friedenreich, afirmou que a Prefeitura não terá verba para reativar todas as piscinas do complexo aquático. Lopes anunciou que a semiolímpica seria reformada e reinaugurada – o que imediatamente gerou protesto dos antigos usuários presentes.
A maioria defendeu a reativação da grande piscina social, que comporta 1,150 milhão de litros de água e tem diferentes níveis de profundidade, sendo a máxima de 1,60 metro – o que permite o acesso de crianças, jovens e adultos. O clube conta ainda com uma piscina infantil que em nenhum momento foi mencionada pelo representante da Secretaria.
Diante do desagrado com a notícia da reforma da semiolímpica, o secretário-adjunto informou que solicitará nova análise do setor de engenharia para verificar a possibilidade de atender a reivindicação da comunidade.
Na audiência esteve presente um grupo de antigas usuárias do clube. “Frequentamos aquele espaço por mais de 30 anos, nossos filhos aprenderam a nadar nessas piscinas que estão abandonadas. Éramos jovens, hoje somos idosas e não temos mais espaços na região. Queremos nossas aulas de hidroginástica de volta e os outros cursos que eram oferecidos”, destacou Ana Maria Leonardo.
O complexo aquático do clube está fechado desde dezembro de 2015, quando a unidade esportiva foi parcialmente interditada para o início das obras do CEU Vila Prudente, cujo prazo de conclusão era de um ano, ainda na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT).
Mesmo interditado, o complexo tem gerado polêmica. Em entrevista à Folha, há um mês durante evento na Mooca, o secretário municipal de Esportes, João Farias, surpreendeu ao afirmar que as piscinas seriam aterradas. A notícia causou muita indignação na região.
Uma semana depois, questionada novamente pelo jornal, a Secretaria de Esportes recuou e afirmou que as piscinas seriam mantidas sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação por causa do futuro CEU. O órgão declarou ainda, por e-mail, que “as piscinas serão reformadas e futuramente continuarão atendendo a comunidade, além dos alunos do CEU”.
Segundo a nova versão apresentada pelo secretário-adjunto, a ideia é recuperar uma única piscina com recursos de R$ 2 milhões do Fundo Municipal de Esportes destinados para a unidade.
A Folha esteve no clube na tarde da última quarta-feira, dia 14, e constatou o resultado do abandono de três anos dos equipamentos. Conforme a reportagem apurou, o início da obra na piscina terá que aguardar a passagem do período de chuva que está se iniciando.