Passageiros e moradores sofrem com pontos improvisados

A indefinição sobre o início das operações nos novos terminais de ônibus construídos na avenida Anhaia Mello, próximos às estações Vila Prudente do metrô e do monotrilho, tem causado transtornos não apenas aos usuários dos coletivos, mas também aos moradores das ruas que receberam pontos improvisados em suas portas.  A promessa é que permaneceriam por poucas semanas, mas se passaram cinco meses e as paradas continuam ativas.

A moradora da rua Doutor Roberto Feijó, esquina com a rua Pires Pimentel, Ana Paula Mantovani relata que não aguenta mais conviver com os problemas decorrentes do ponto de ônibus instalado em dezembro do ano passado em frente à sua residência (foto). “Além de não se preocuparem em comunicar previamente sobre a mudança da parada para a porta da minha casa, não respeitaram o prazo que estabeleceram. No dia em que colocaram o totem na minha calçada, um dos técnicos da SPTrans (São Paulo Transportes) afirmou que o mesmo funcionaria no máximo até fevereiro deste ano, mas já estamos em maio”, contou Ana Paula. De acordo com ela, sete linhas operam no trecho. O ponto em questão foi remanejado da rua Correia Barros, que foi interditada em dezembro para a construção do terminal Sul.

A aglomeração de pessoas à espera dos coletivos em frente ao portão de entrada da residência é um dos piores incômodos relatados por Ana. “No final da tarde a calçada fica intransitável. Tenho muita dificuldade para sair ou entrar em casa. Meu filho de dois meses possui um problema cardíaco e necessita de um ambiente com tranquilidade, o que não consigo mais garantir. Há muito tempo não temos uma noite tranquila de sono. O falatório dos usuários dos coletivos começa às 4h da madrugada”, completa. “A esperança é que, com o início do funcionamento dos terminais na avenida Anhaia Mello, este ponto seja extinto”, finalizou.

A empregada doméstica Roseli Silva de Assis, que utiliza o ponto na rua Douto4r Roberto Feijó aos finais de tarde para retornar para casa, reclama da falta de estrutura. “Em dias chuvosos a situação é horrível. Quem não tem como se proteger fica totalmente molhado. Tenho dó de algumas pessoas com mais idade que são obrigadas a enfrentar isso”, declarou.

A Folha questionou mais uma vez a SPTrans sobre a previsão para o início das operações dos terminais Central e Sul, no canteiro da Anhaia Mello e na rua Correia Barros, e o órgão continuou alegando que ainda há detalhes sendo definidos em relação às linhas que atenderão os terminais. Embora em fevereiro deste ano a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, responsável pela construção dos terminais, tenha afirmado à Folha que as obras de execução foram concluídas e uma carta formal foi encaminhada à SPTrans entregando a operacionalização dos equipamentos, o órgão da Prefeitura informou que ainda está em tratativas com o Metrô a entrega dos terminais.