Justiça concede liminar para desocupação da antiga padaria Amália

O deteriorado prédio na esquina das avenidas Vila Ema e Salim Farah Maluf, tomado por um grupo de sem-tetos desde maio de 2016, está prestes a ser desocupado. Como o imóvel é particular, a Prefeitura moveu ação com pedido de tutela de urgência, cuja decisão é tomada para evitar danos graves e de difícil reparação. A Justiça acatou a solicitação do governo municipal, concedeu a liminar para desocupação do prédio e o proprietário foi intimado a realizar as obras necessárias para estabelecer a segurança da edificação.

A ação foi resultado do trabalho do Grupo Permanente, criado pela Prefeitura após o desabamento de um prédio ocupado de forma irregular no Largo do Paissandu, região central, em maio deste ano que resultou na morte de sete pessoas e dois desaparecimentos. O grupo é responsável por vistoriar as ocupações na cidade e buscar soluções que previnam conflitos e possíveis acidentes.

A Secretaria Municipal de Habitação informou que nas duas primeiras semanas deste mês cadastrou 150 famílias que vivem no prédio da avenida Vila Ema. Os responsáveis se comprometeram a desocupar o edifício até o início de dezembro e passarão a receber auxílio aluguel no valor de R$ 400 mensais por um ano. Foi esclarecido ainda que as famílias podem se inscrever nos programas habitacionais e aguardar atendimento definitivo, respeitando a demanda já existente na cidade.

A Prefeitura esclareceu também que existe ação de reintegração de posse solicitada pelo proprietário do imóvel. No entanto, o processo está suspenso, a pedido do dono, motivado pela ação de desocupação que ocorrerá no âmbito do processo movido pelo governo municipal. Caso não aconteça a saída voluntária, a Folha apurou que o 21º Batalhão de Polícia Militar já está ciente de que a ação de reintegração pode ser marcada para os próximos dias.

Além da ocupação, o imóvel que no passado abrigou a extinta padaria Amália acumula grande dívida ativa. Em 2016, pouco tempo depois da ocupação, a Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico detalhou que o prédio possuía 23 débitos tributários relacionados a IPTU e Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares referentes aos exercícios de 1996 a 2015, totalizando na época o montante de R$ 3.948.965,70. Questionada na semana passada sobre o atual valor da dívida, a Prefeitura não atualizou a informação.

Indefinição sobre a reforma do complexo aquático do CEE Friedenreich

O secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Esportes, Erlon Lopes, presente na audiência pública realizada na segunda-feira (leia mais na página 3), sobre o Clube Escola, antigo CEE Arthur Friedenreich, afirmou que a Prefeitura não terá verba para reativar todas as piscinas do complexo aquático. Lopes anunciou que a semiolímpica seria reformada e reinaugurada – o que imediatamente gerou protesto dos antigos usuários presentes.

A maioria defendeu a reativação da grande piscina social, que comporta 1,150 milhão de litros de água e tem diferentes níveis de profundidade, sendo a máxima de 1,60 metro – o que permite o acesso de crianças, jovens e adultos. O clube conta ainda com uma piscina infantil que em nenhum momento foi mencionada pelo representante da Secretaria.

Diante do desagrado com a notícia da reforma da semiolímpica, o secretário-adjunto informou que solicitará nova análise do setor de engenharia para verificar a possibilidade de atender a reivindicação da comunidade.

Na audiência esteve presente um grupo de antigas usuárias do clube. “Frequentamos aquele espaço por mais de 30 anos, nossos filhos aprenderam a nadar nessas piscinas que estão abandonadas. Éramos jovens, hoje somos idosas e não temos mais espaços na região. Queremos nossas aulas de hidroginástica de volta e os outros cursos que eram oferecidos”, destacou Ana Maria Leonardo.

O complexo aquático do clube está fechado desde dezembro de 2015, quando a unidade esportiva foi parcialmente interditada para o início das obras do CEU Vila Prudente, cujo prazo de conclusão era de um ano, ainda na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

Mesmo interditado, o complexo tem gerado polêmica. Em entrevista à Folha, há um mês durante evento na Mooca, o secretário municipal de Esportes, João Farias, surpreendeu ao afirmar que as piscinas seriam aterradas. A notícia causou muita indignação na região.

Uma semana depois, questionada novamente pelo jornal, a Secretaria de Esportes recuou e afirmou que as piscinas seriam mantidas sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação por causa do futuro CEU. O órgão declarou ainda, por e-mail, que “as piscinas serão reformadas e futuramente continuarão atendendo a comunidade, além dos alunos do CEU”.

Segundo a nova versão apresentada pelo secretário-adjunto, a ideia é recuperar uma única piscina com recursos de R$ 2 milhões do Fundo Municipal de Esportes destinados para a unidade.

A Folha esteve no clube na tarde da última quarta-feira, dia 14, e constatou o resultado do abandono de três anos dos equipamentos. Conforme a reportagem apurou, o início da obra na piscina terá que aguardar a passagem do período de chuva que está se iniciando.

Comunidade se manifesta em audiência pública da Câmara

Aconteceu na noite da segunda-feira,12, no salão nobre do Círculo de Trabalhadores de Vila Prudente, importante audiência pública da Câmara Municipal que tratou das mudanças em curso no Clube Escola, o conhecido CEE Arthur Friedenreich, por causa da retomada das obras do Centro Educacional Unificado (CEU) Vila Prudente – iniciadas em janeiro de 2016 e que deveriam estar concluídas há dois anos. A iniciativa foi do vereador Claudio Fonseca (PPS), através da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa (CCJ). Foram convidados o secretário municipal de Esportes, João Faria, que foi representado pelo secretário-adjunto Erlon Lopes; e o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, que não compareceu para dialogar com a comunidade, nem enviou representante.

Também estiveram presentes o vereador Rinaldo Digílio (PRB) e o presidente do Círculo e da Folha, Newton Zadra, além de lideranças locais e antigos usuários do clube. Presidindo a audiência, Claudio Fonseca mencionou que a vereadora Edir Sales (PSD) enviou representante e o ex-deputado Adriano Diogo (PT) não pode comparecer, mas se colocou à disposição para auxiliar.

Fonseca abriu a audiência explicando que o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) escolheu o Friedenreich e outros sete clubes da cidade para abrigar novos CEUs. Expôs ainda, justificando com números, que não existe falta de vagas na rede pública da Vila Prudente. “Não havia a necessidade de usar a área do clube para CEU”, afirmou destacando que no Tatuapé foi cometido o mesmo erro. “O Friedenreich necessitava de reformas para ser transformado em um complexo olímpico e cultural”, destacou Fonseca.

O vereador Digilio cobrou prazos da Prefeitura para devolver o espaço à comunidade.  Newton Zadra lembrou que a região pleiteia há mais de dez anos um Centro Cultural com teatro e salas de oficinas e que o projeto que estava em curso na Secretaria Municipal de Cultura foi abortado com a promessa de que o CEU englobaria todas essas funcões, porém o teatro em construção no espaço está muito aquém dos teatros de outros CEUs da cidade. “Não somos contra o CEU, mas a construção dentro do Friedenreich é dessas coisas incompreensíveis”, destacou.

Na sequência foi aberta a palavra ao público. Alexandre Bonfim defendeu que há bastantes creches, mas faltam unidades de qualidade. “Não é só largar a criança em uma casa para passar o dia dormindo, tem que oferecer atividades culturais e esportivas. Então o CEU será importante, mas concordo que a comunidade tem que se unir para cobrar o funcionamento do Friedenreich”, afirmou. Claudio Di Giorgio reclamou que foi um erro construir um CEU em pleno Jardim Avelino, área nobre da região, e defendeu que o espaço tenha a utilização revista para centro cultural e esportivo. “Se a Prefeitura não tem condições de cuidar, que entregue o espaço ao Sesc”, argumentou.

Osmar Lemes dos Santos reclamou da dificuldade em dialogar com a Prefeitura. “Fui conselheiro participativo e do meio ambiente e nunca fomos consultados. Essa obra começou, agora vai ter que acabar. Mas, precisamos muito da Câmara nos ajudando a fiscalizar”, pediu. Ele também cobrou que o clube não seja entregue para associação, como acontece com os Clubes da Comunidade (CDC): “Se acontecer isso, a população já sai perdendo”. Carla Ferraz, que já foi professora no Friedenreich, reclamou que atualmente estão acontecendo atividades pagas no local. Ela também lembrou que a Prefeitura não pode só pensar nas crianças. “Os idosos sempre foram a maior frequência do local”, ressaltou.

Com a ausência de representante da Secretaria de Educação, a comunidade ficou sem saber qual será o novo projeto do CEU, já que o secretário-adjunto de Esportes adiantou que a Prefeitura não dispõe da verba anunciada por Haddad três anos atrás. O espaço será administrado pelas duas secretarias: Esportes e Educação.
Lopes explicou que o clube voltou a contar com segurança privada e que aos poucos a comunidade contará com novas atividades. Ele adiantou que serão investidos R$ 108 mil na reforma do ginásio poliesportivo e garantiu que a Prefeitura vai estudar a possibilidade de reativar a piscina social ao invés da semiolímpica (leia mais na página 5). O secretário-adjunto comentou ainda que, por enquanto, não há recursos para a reforma do campo de futebol que foi destruído e que pelo projeto da gestão passada seria reinaugurado com gramado sintético. “Uma saída para reativarmos este campo é com emendas parlamentares. A comunidade deve fazer essa solicitação aos vereadores”, destacou. Lopes também afirmou que o Friedenreich terá administração direta. “Esse clube terá coordenador que responderá e deverá atender as diretrizes da Secretaria de Esportes”, completou.

A Folha esteve no clube na tarde da última terça-feira e constatou que já está sendo construída uma galeria de água pluvial para facilitar o escoamento nas futuras quadras poliesportivas. Também será derrubado o muro ao longo da avenida Jacinto Menezes Palhares, que será substituído por gradil.

Pilares da Linha 15 em obras há meses após suspeita de rachaduras


Há oito meses, quatro colunas que sustentam os trilhos da Linha 15 – Prata despertam curiosidade e preocupação em quem passa pelo trecho entre as estações Vila Prudente e Oratório, na altura da avenida Salim Farah Maluf, onde existe o viaduto. É impossível não notar a grande obra que acontece em toda a estrutura dos pilares, da base ao topo. Os trabalhos têm se estendido até a noite quando é comum ver caminhões despejando concreto para reforçar as colunas.

Em março, várias fotos circularam pelas redes sociais mostrando manchas pretas nos pilares que pareciam grandes rachaduras. Preocupados, vários usuários da linha procuraram a Folha e pediam explicações da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô. Na época, o Metrô garantiu que as imperfeições observadas não comprometem a segurança da estrutura e que os passageiros podiam ficar tranquilos e fazer normalmente a viagem no trecho Oratório – Vila Prudente. Informou ainda que as supostas rachaduras eram marcas de “desgaste na película de verniz que com a água da chuva e o acúmulo de agentes poluentes provocam o escurecimento”. Complementou ainda que, naquele mês, seria iniciada a limpeza e posterior correção com aplicação de novo verniz.

Porém os trabalhos continuaram pelos meses seguintes voltando a levantar questionamentos de usuários e de circula pelo trecho se realmente era apenas desgaste da película de verniz. “O trabalho que presenciamos diariamente, há várias semanas no local, é muito mais do que uma simples limpeza ou aplicação de verniz como alegou o Metrô. A impressão é que detectaram outro problema nesses pilares”, comentou em julho o funcionário de uma empresa das imediações em matéria publicada pela Folha.

Abordada mais uma vez pelo jornal, a Companhia encaminhou a seguinte nota em 5 de julho: “o Metrô reitera que as imperfeições vistas em 4 dos 536 pilares instalados no monotrilho da Linha 15-Prata não comprometem a segurança nem alteram o conforto do usuário da linha. Mesmo assim, a empresa fabricante dessas estruturas de concreto vem realizando a manutenção adequada para complementação do reparo necessário, sem custo extra para o Metrô. Os pilares P31, P32, P33 e P34 estão recebendo tratamento com resina epóxi, cintamento e posterior cobertura em concreto nos poucos pontos de cada pilar nos quais se verificou essa necessidade. A limpeza e aplicação de novo verniz também vem sendo realizada e tem sido solução suficiente na maioria das marcas encontradas, já que se referem exclusivamente à estética do pilar”.

Na ocasião, poucos operários trabalhavam nos pilares e a obra era totalmente visível, já que não havia barreira de proteção como mostra a foto abaixo. A reportagem esteve ao lado dos andaimes montados nas colunas e fotografou os buracos abertos no entorno  das bases. Depois da publicação da matéria, todo o canteiro de obras foi cercado e constantemente engenheiros são vistos supervisionando os trabalhos. Também aumentou a presença de maquinários.

“Recentemente teve esse problema de lentidão na linha, com os trens circulando muito devagar. Fica difícil de não associar com essa obra. Estão mandando muitos caminhões de concreto, sempre vêm à noite”, comentou um morador das imediações  que ligou para a redação na semana passada.

Passados quatro meses da última resposta do Metrô, com a obra ainda em andamento e as constantes indagações de leitores, o jornal voltou a questionar o Metrô por e-mail perguntando entre outras questões, o que exatamente foi detectado nesses quatro pilares e se as demais colunas já foram inspecionadas. A assessoria informou – por telefone – que ocorre “manutenção preventiva para garantir a durabilidade centenária da construção”, que “não há sinalização da necessidade de obras em outras colunas” e insistiu que os trabalhos em andamentos não comprometem a segurança do transporte. (Kátia Leite)

Há quatro meses, obras nas colunas eram tocadas por poucos operários e sem os tapumes de proteção.

 

Após pânico na Radial Leste, Justiça cobra ação das autoridades

Vídeo que viralizou mostra situação caótica na avenida Alcântara Machado na noite do último sábado, dia 16, com motoristas apavorados, invadindo o canteiro central da Radial Leste para escapar no sentido contrário. Enquanto isso, a acompanhante da pessoa que faz a filmagem berra pela polícia. Nas mais diversas redes sociais o vídeo foi repassado com o alerta de arrastão. A Polícia Militar nega o crime e afirma que na verdade ocorreu um protesto de moradores da grande ocupação que se formou nos últimos anos ao longo da avenida, rente ao muro dos trilhos de metrô, e nos baixos do viaduto Bresser.

De acordo com informações à Folha do comandante do 45º Batalhão de Polícia Militar Metropolitana, tenente coronel Genivaldo Antonio, a ocorrência envolvendo a “Favela do Cimento”, como a PM denomina a comunidade da Radial Leste, começou quando patrulheiros suspeitaram da atitude de um homem e iniciaram a abordagem na noite do sábado. A esposa do suspeito tentou impedir atirando um pedaço de madeira contra a equipe e feriu um dos policiais. O próprio abordado também iniciou reação contra a polícia e nesse meio tempo, conforme o relato, a mulher entrou em sua moradia e retornou com uma faca, partindo em direção aos policiais que algemavam o seu marido. Segundo o comandante, nesse momento foi necessário um disparo em defesa dos policiais que atingiu a mulher. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e passa bem. Contudo após essa ação, outros moradores da comunidade tentaram obstruir a Radial Leste e foram impedidos com a chegada de reforço da PM.

Justamente pelo medo de serem envolvidos em situações como a do sábado passado, muitos moradores da região evitam trafegar pelas imediações do viaduto Bresser, área que compete à Prefeitura Regional Mooca. Nos últimos anos, a única ação que se viu no trecho foi o aumento de barracos erguidos nos baixos do viaduto e ao longo da calçada da Alcântara Machado.

A Prefeitura alega que as tentativas para solucionar o problema das ocupações no entorno do viaduto Bresser começaram em 2014. Nesta gestão, em 9 de agosto do ano passado, foi publicada portaria constituíndo um grupo de trabalho, com representantes da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social e da Prefeitura Regional Mooca, entre outros órgãos, para estudar meios de promover a reintegração de posse no local. Constava que o grupo deveria apresentar relatório conclusivo em 90 dias, podendo ser prorrogado mediante justificativas. Mais de 300 dias se passaram desde a portaria.

Na última terça-feira, dia 19, a Secretaria Especial de Comunicação Social informou que a Prefeitura espera concluir o mais breve possível um Centro de Acolhida Especial no bairro do Canindé e a expectativa é que as famílias aceitem a oferta de serem transferidas para esse local, visto que, segundo a Secretaria, já recusaram outras propostas.

Justiça cobra Prefeitura e Estado

Após ter conhecimento do vídeo que circulou pela Internet, a juíza Maria Gabriela Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública da Capital, determinou na última segunda-feira, dia 18,  prazo de 20 dias para que a Prefeitura e o Governo do Estado adotem medidas sociais e de segurança para quem mora ou circula na região do viaduto Bresser.

A magistrada declarou em seu despacho que “não se pode afirmar que os graves fatos que se repetem na região sejam de autoria exclusiva dos invasores, mas é fato que a estrutura local, afetada pelas circunstâncias socioeconômicas, muito agrava e compromete a segurança de todos os transeuntes e, inclusive, dos ocupantes de boa fé da mesma região”.

A juíza exigiu ainda que a Prefeitura informe se há continuidade de pagamentos de auxílio-moradia a ocupantes e se, mesmo assim, os beneficiários seguem ocupando a área do Viaduto Bresser. Nessa hipótese, a administração municipal deve informar quais as providências pretendidas para a suspensão de tais pagamentos. A magistrada intimou também a Secretaria de Segurança Pública para que informe as providências adotadas para o aumento de segurança no local.

As exigências da magistrada fazem parte de um processo de reintegração de posse que está suspenso a pedido da Prefeitura, que está construindo um Centro de Acolhimento Especial no Canindé visando atendimento prioritário às famílias que vivem no local. (Gerson Rodrigues e Kátia Leite)

 

Furto e vandalismo em escola na Quinta das Paineiras

Nas primeiras horas da manhã do último sábado, dia 16, vizinho da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Quinta das Paineiras, em Vila Prudente, estranhou ao ver o portão da unidade aberto e acionou a polícia. Pouco depois, guardas civis metropolitanos constataram que a escola foi arrombada, com vários ambientes vandalizados e uma televisão foi furtada. Não é a primeira vez que a EMEI é invadida e assaltada. Além disso, funcionários contam que é comum ocorrerem furtos de lâmpadas e torneiras na área externa da unidade de ensino para crianças. Na próxima semana estão previstas duas caminhadas com a equipe da escola, alunos e pais para sensibilizar e estimular a comunidade a zelar pelo patrimônio público.

A invasão provavelmente ocorreu na madrugada do último dia 16 e como a unidade está sem vigilância, a polícia não foi acionada prontamente. Além de levarem o aparelho de televisão, os invasores ainda tiveram tempo de arrebentar portas de armários e gavetas e espalhar diversos objetos e papéis pelas salas. A maldade foi tamanha que jogaram iogurte em documentos da administração. O caso foi registrado no 56º Distrito Policial – Vila Alpina e a perícia esteve no local no mesmo dia em busca de pistas para polícia tentar chegar aos responsáveis.

No final de 2014, a Folha publicou matéria semelhante sobre a EMEI Quinta das Paineiras. A escola foi invadida em um final de semana e vários equipamentos eletrônicos e até alimentos para a merenda das crianças foram levados. O prejuízo estimado na época foi de R$ 13 mil. A Secretaria Municipal de Educação informou na ocasião que pediria reforço à Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Sobre a ocorrência desta semana, a Secretaria informou que como a perícia da polícia civil esteve na escola no próprio sábado, os funcionários conseguiram colocar a unidade em ordem para receber os alunos normalmente na segunda-feira. Foi informado ainda que o aparelho de TV será reposto o mais breve possível. A reportagem também questionou o 21º Batalhão de Polícia Militar sobre o patrulhamento no bairro da escola e não obteve retorno até o momento.

Na tentativa de sensibilizar a comunidade e as autoridades para as constantes invasões e furtos na unidade, além de estimular a vizinhança a zelar pelo patrimônio público, estão programadas para a próxima terça-feira, dia 26, duas caminhadas com a equipe da escola, crianças e pais. Um ato ocorrerá às 10h com os alunos da manhã e outro às 15h com as crianças do período da tarde. (Kátia Leite)

Mais ruas da região “vestem” o verde e amarelo

Embora o clima de Copa do Mundo continue acanhado entre boa parte dos brasileiros, moradores de algumas ruas da região se mobilizaram para decorar a via onde moram em apoio à seleção brasileira. Na Rua Rio do Peixe, Vila Bela, no trecho entre as ruas das Roseiras e das Heras, uma enorme bandeira do Brasil foi pintada no asfalto, além dos postes e guias. O responsável pela iniciativa foi o estudante Thiago Catalani, 18 anos, que reside na via desde que nasceu. Ele contou com a ajuda dos vizinhos, que contribuíram para a compra de tinta, e do grafiteiro Lehz, quem desenhou a grande bandeira do Brasil e os detalhes nos postes. “Essa foi a primeira vez que decoramos a rua. Resolvi fazer isso para tentar estimular outras pessoas a se animarem com a Copa”, declarou Catalani.

Vila Ema

Os moradores da rua Ana Araújo de Paula também “vestiram” a via de verde e amarelo. O mutirão para a realização dos desenhos, pintura e colocação das bandeirinhas aconteceu no dia 12 de maio. Segundo a publicitária Barbara Lanna, a mobilização dos vizinhos ocorreu com a ajuda de uma produtora de áudio visual. “Um conhecido me procurou dizendo que precisava fazer um vídeo com vizinhos pintando a rua para a Copa. Aproveitei a oportunidade, comuniquei as pessoas da rua e nos organizamos. Fizemos a bandeira do Brasil, a taça do mundial, algumas frases e penduramos muitas bandeirinhas”, comentou Bárbara.

Bandeira pintada na rua Rio do Peixe
Búfalo presta homenagem aos seus veteranos

No transcurso do seu 66º aniversário de fundação, a diretoria do Búfalo A.C. prestou homenagem a diversos atletas veteranos do clube, especialmente a Manoel Barroso, o popular Nheque, que defende a agremiação desde 1.954.
Nheque é um exemplo único de amor ao Búfalo. Jogou no auge do time quando este ganhou o torneio Galo de Prata em 1.955 e continuou defendendo suas cores até este ano, suplantando com denodo os problemas naturais da idade.

No último domingo, dia 17, no intervalo do jogo do Búfalo contra o Milionários  F.C. foram entregues diplomas aos homenageados. Receberam a láurea: Moacir Fragoso, Rubens Lopes Pintor, Sérgio Marcos Esteves, Luiz Sampaio, Ariovaldo Sampaio, José Roberto Madonado (Pato), Nercílio Borri (Costela), João Kasakevicius (Anite), Valmir Ferreira de Oliveira, Edson Carlos de Mauro, Antonio Souza de Araujo, Alessandro De Domenico Conti e Leandro Fragoso.
O presidente atual do Búfalo é Alessandro De Domenico Conti.

 

 

 

Comissão é formada para apontar necessidades da saúde local

Aconteceu na manhã da terça-feira, dia 19, no auditório da Prefeitura Regional Vila Prudente, reunião entre representantes da Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste, conselheiros da cidade e locais e a comunidade. A expectativa dos presentes era que fosse apresentado o novo plano de reestruturação das unidades de saúde da Prefeitura. O governo municipal tinha a intenção de fechar Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) já a partir do mês passado, mas houve a intervenção do Ministério Público. No entanto, o encontro desta semana serviu apenas para anunciar que a comunidade deve formar uma comissão. Houve muitas queixas porque a situação exige mais agilidade da Prefeitura, já que muitas AMAs não tiveram o quadro de médicos recomposto após o governo interromper a reestruturação.

Há 20 dias, a Folha fez matéria sobre a AMA Hermenegildo Morbin Jr., no Jardim Independência, que conforme o projeto da Prefeitura seria fechada no mês passado. No entanto, apesar de continuar aberta, segue com déficit de quatro profissionais. Questionada na ocasião da matéria, a Secretária de Saúde não especificou quando o quadro de médicos seria recomposto.

A comissão com a participação popular terá o objetivo de discutir a realidade da saúde local, levantar os principais problemas e criar um documento com sugestões de melhorias para ser entregue à Secretaria de Saúde, através da Coordenadoria local. Posteriormente, com os dados apontados pela comissão, a Secretaria terá que readequar o projeto municipal de reestruturação e apresentar ao Ministério Público.

Segundo o coordenador regional de saúde Sudeste, José Roberto Abdalla, a criação dessa comissão tem como objetivo conduzir o processo de diálogo com a população. “A intenção é fazer com que a comunidade debata a realidade em seu território, aponte os problemas e nos traga sugestões para que sintetizemos para incluirmos na proposta a ser apresentada ao Ministério Público”, declarou Abdalla, que também fará parte da comissão, além de outros representantes da Secretaria de Saúde.

A vereadora Juliana Cardoso (PT), que estava presente na reunião, defendeu que para a comunidade debater a situação da saúde é necessário mais transparência da Prefeitura. “Para as discussões serem iniciadas, a população precisa de um diagnóstico atualizado da saúde em seus territórios. Qual é a atual situação, quais são os déficits das unidades, quais são os contratos em vigor, entre outras informações. Assim que forem transmitidos os dados, será mais claro o apontamento das necessidades”, cobrou. Juliana, ao lado do ex-deputado Adriano Diogo (PT), foi uma das responsáveis pela intervenção do Ministério Público (MP) na suspensão da proposta de reestruturação da saúde. Foram eles, juntamente com movimentos de saúde da Zona Leste, que acionaram o MP em março deste ano, pois estavam aflitos com as alterações propostas pelo governo municipal.

Os representantes da Secretaria acataram a sugestão da vereadora e agendarão para os próximos dias duas reuniões, uma na região de Sapopemba e outra na Vila Prudente, para apresentarem os dados solicitados. A comissão constituída terá até o dia 13 de julho para apresentar à Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste o documento final com os apontamentos locais.

 

Rua da Vila Alpina terá mudança de direção

 

A mão de direção da rua Três Pedras, no trecho entre as ruas Costa Barros e Henrique Leonessa, será invertida e o tráfego passa a ser apenas no sentido centro a partir de amanhã, dia 16. A mudança é uma antiga reivindicação de moradores e comerciante da Vila Alpina. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) iniciou a alteração no último dia 7 e espalhou avisos pela rua comunicando a mudança.

Segundo representantes da comunidade, desde que a via teve a mão invertida para o sentido bairro, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, os transtornos aumentaram no trânsito local. “Desde que a CET realizou esta alteração na Três Pedras, ruas estreitas e residenciais passaram a receber trânsito carregado, pois diminuíram as opções de acesso ao Largo de Vila Alpina. Há quase 15 anos a comunidade pedia para alterarem novamente. Foi assunto de diversas reuniões da Savalp e do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg). Felizmente a solicitação foi atendida”, declarou o presidente da Sociedade Amigos de Vila Alpina (Savalp), Rubens Ribeiro. “Com a alteração viária o trânsito irá fluir melhor e o comércio local sairá ganhando. Mais pessoas passarão pela rua Três Pedras e motoristas que antes evitavam a região retornarão”, completou.

A proprietária de um bar localizado na via, que se identificou como Josefa, acredita que a alteração irá contribuir para a melhoria do movimento em seu estabelecimento. “A rua serve apenas como fuga do bairro. Agora muitas pessoas que procuram o centro de Vila Alpina poderão acessar pela Três Pedras e, consequentemente, o fluxo nos comércios tende a aumentar”, acredita.

Responsável por vários ofícios encaminhados à CET cobrando a alteração viária, a vereadora Edir Sales (PSD) também ressaltou que a mudança irá desafogar o tráfego em vias paralelas e fortalecer o comércio local. “Essa conquista foi fruto do empenho dos moradores, comerciantes e entidades da região”, afirmou a vereadora.