O morador da Vila Ema, Wilson Santos, acompanhado da mãe, esteve no Cemitério São Pedro, Vila Alpina, no último dia 5 para a exumação dos restos mortais de seu pai, falecido em agosto de 2014. Porém, não bastasse enfrentar o delicado momento da abertura da sepultura do ente querido, a família foi submetida a situações constrangedoras por causa de erros administrativos da unidade. Funcionários do cemitério abriram, na frente da família, dois caixões errados até conseguirem acertar a cova. Por pouco, não exumaram os restos mortais de outra pessoa.
“Chegamos no horário marcado pela administração e no momento da exumação o coveiro foi para outro local, que não era a cova do meu pai. Minha mãe o questionou, mas ele mostrou papéis com os dados e mesmo alertado sobre o erro, preferiu seguir a orientação do documento. Quando abriram a campa, em vez de um homem, era o corpo de uma mulher. Nesse momento minha mãe, que é hipertensa e diabética, começou a passar mal”, conta Santos, que descobriu ainda que no papel constava o nome de sua mãe para ser exumada e não o do seu pai.
Após a primeira sucessão de erros, o funcionário resolveu voltar à administração e na sequência, levou a família para outra sepultura. Mas, Santos conta que foi outro choque. “Ele abriu a cova e disse que era a correta. Ficamos indignados, pois a pessoa morta estava com todos os dentes e meu pai foi enterrado sem nenhum, pois usava dentadura”, explica. Por fim, Santos relata que foram para a terceira sepultura e, finalmente, acharam os restos mortais de seu pai.
“Depois de toda esta situação constrangedora fui até a administração e pedi um documento relatando o ocorrido. Me deram uma cópia de toda a documentação, o relato por escrito e fomos para o Crematório de Vila Alpina para cremar os restos mortais do meu pai”, conta.
Porém, a família enfrentou mais problemas ao chegar ao Crematório. “O nosso agendamento era às 10h, mas com tudo que ocorreu no cemitério, chegamos atrasados e não queriam nos atender. Depois de muita insistência, resolveram ajudar, mas ao checarem a documentação, havia mais um dado preenchido erroneamente pela administração do cemitério. Ainda bem que conseguimos resolver ali mesmo”, completou Santos.
Indignada com os sucessivos erros, a família acionou a Guarda Civil Metropolitana (GCM) que recomendou ir à delegacia. “Eu e a funcionária da administração do cemitério fomos encaminhados ao 56º Distrito Policial – Vila Alpina. O caso foi relatado ao escrivão e o mesmo informou que não poderia registrar a ocorrência porque não existiu crime. Aguardei por uma posição do delegado que teve a mesma opinião do escrivão”, reclama Santos, que não concorda com a justificativa que ouviu na delegacia. “O funcionário do cemitério abre três sepulturas até achar o meu pai, tentam nos convencer de que outro corpo era o dele e isso não é crime? Se tivéssemos aceitado e levado uma ossada de outra pessoa seria normal?” questiona Santos com indignação. “Não vou aceitar isso! Procurarei a Defensoria Pública e entrarei com uma ação judicial cível”.
Questionado, o Serviço Funerário do Município pediu desculpas pelo constrangimento causado à família e se limitou a informar que abriu uma sindicância para apurar as responsabilidades. Foi ressaltado que a documentação em questão foi regularizada. A reportagem respondeu ao Serviço Funerário que quer acompanhar a sindicância.