Chuva castiga a Vila Prudente

As cenas são as mesmas de sempre a cada chuva mais forte, como a que caiu sobre a Vila Prudente na tarde da segunda-feira, dia 26. Enquanto a Prefeitura não toma uma atitude, a Praça Padre Damião vira um grande “piscinãol”, atingindo também as ruas próximas, como a José Zappi e a Ibitirama (foto acima).

O que causa estranheza é que passado um ano da gestão do prefeito João Doria (PSDB), a Prefeitura Regional de Vila Prudente ainda não sabe diferenciar as enchentes do Largo de Vila Prudente e da avenida Anhaia Mello. Questionada pela reportagem da Folha se existe projetos para melhorar a drenagem da região central do bairro, a assessoria respondeu que “projetos de drenagem para a LIAM existem e estão sob responsabilidade da secretaria de obras (sic)”. Descobriu-se depois que “LIAM” é (avenida) Luiz Inácio Anhaia Mello, que não foi o foco do e-mail enviado pela reportagem.

Sobre a Praça Padre Damião, a única informação que a Folha recebeu é que a limpeza de bocas de lobo é feita quinzenalmente e a última foi na semana passada.

Terminal aquático

A São Paulo Transportes (SPTrans) informou na semana passada que ainda não conclui os estudos das linhas que atenderão cada um dos três novos terminais de ônibus da avenida Anhaia Mello, próximos das estações de metrô e monotrilho Vila Prudente, e já tem usuário pedindo a inclusão de botes no sistema de transporte.

O Terminal Norte na rua Trocari (foto), o único cuja obra já foi concluída e entregue pelo Metrô, ficou alagado durante o temporal na tarde da última segunda-feira, dia 25 – como já era esperado por todos que conhecem a região. “Isso é terminal de ônibus ou porto?”, comentou Ivo Russo na página da Folha no Facebook. “Melhor ‘trocari’ de lugar!”, brincou Hamilton Munhoz fazendo um trocadilho com o nome da rua. (Kátia Leite)

Hospital na Mooca não atende mais pelo SUS

A unidade do hospital alemão Oswaldo Cruz, localizada na rua Javari, na Mooca, deixou de atender pacientes provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a instituição, com o encerramento do triênio 2015-2017, os serviços de procedimentos e diagnósticos de alta complexidade, além de cirurgias bariátricas em parceria com o Ministério da Saúde, foram concluídos no dia 31 de janeiro. Com a interrupção dos atendimentos, pacientes foram pegos de surpresa ao chegarem na unidade na data marcada para a realização de exames e consultas.

“No último dia 14 eu e minha mãe fomos até o hospital e quando chegamos, nos deparamos com um banner anexado no portão dizendo que os atendimentos na unidade não aconteceriam mais desde o dia 1º de fevereiro e que deveríamos procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de origem. Não recebi aviso antes da data agendada”, afirmou a moradora da Vila Prudente, Mara Teodoro, que desde 2014 realizava acompanhamento na unidade para tratar de um cisto na mama direita.

Os pacientes atendidos pela unidade Mooca do hospital alemão, inaugurada em março de 2010, eram provenientes de UBSs da região. Devido à uma parceria com o Ministério da Saúde, o hospital passou a auxiliar o SUS e tornou-se uma entidade beneficente de assistência social. Atendia moradores da região por meio do Programa de Prevenção e Rastreamento do Câncer Colorretal e do Programa Integrado de Controle de Câncer Mamário.

Quem também se queixa do encerramento dos atendimentos é a dona de casa Edna Pesseguini. “Era paciente há mais de cinco anos. Íamos direto no hospital, sem burocracia e com excelente funcionamento, entretanto, com o fim deste serviço, eu e outras pessoas teremos que enfrentar novamente filas enormes nas UBSs e podemos ser direcionadas para lugares bem mais distantes”, comentou.

O hospital informou que está, conjuntamente com o Ministério da Saúde, elaborando novos projetos para o triênio 2018-2020 e validando os planos de trabalho para este período. Não foi esclarecido se existe a possibilidade dos atendimentos serem retomados na unidade Mooca.  Foi ressaltado que todos os exames e laudos realizados foram devidamente entregues aos pacientes, que serão encaminhados paras as UBS mais próximas de suas residências pelo gestor local SUS, garantindo assim a continuidade do acompanhamento médico. (Gerson Rodrigues)

Novo pároco toma posse na Santo Emídio

A manhã do domingo, dia 25, foi de festa na Paróquia Santo Emídio, em Vila Prudente, com a posse do novo pároco Luiz Antônio da Silva, da Congregação dos Sagrados Corações. A solenidade presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Luiz Carlos Dias, contou também com a presença dos padres Sérgio Stein, Mário Smolders e Paulo Dekker, todos da Sagrados Corações que é responsável pela Santo Emídio desde a sua implantação em 1939. A cerimônia foi acompanhada por grande número de paroquianos.

Durante a celebração, Dom Luiz destacou que conheceu o novo pároco naquela semana e, além das suas qualidades, ficou surpreso com a vontade que demonstrou de assumir a paróquia. “O padre Luiz veio para dar a vida para a comunidade, mas o padre não faz nada sozinho e precisa da ajuda e do apoio desta comunidade”, alertou o bispo.

No final da missa, padre Luiz também ressaltou a sua alegria e entusiasmo para iniciar os trabalhos. “Estou entrando nesta paróquia com muito respeito, cuidado e carinho, mas não tenho uma varinha mágica para que no próximo domingo todos os problemas estejam resolvidos. Vamos fazer isso juntos”, pediu aos paroquianos. Contou que é padre há dez anos, mas é a primeira vez como pároco. “Quero verdadeiramente assumir e trabalhar como pároco. Nesse momento pelo qual o país passa, com tantos desempregados, é uma bênção poder trabalhar”, afirmou o padre que foi aplaudido pelos paroquianos.

Mineiro da cidade de Patrocínio, padre Luiz tem 37 anos e desde a infância participou ativamente da igreja. Aos 18 anos entrou no seminário, na Congregação dos Sagrados Corações, e em dezembro de 2007 ocorreu a ordenação presbiteral na Paróquia São Damião de Molokai e Nossa Senhora de Fátima, em sua cidade natal. Já trabalhou em outras paróquias de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e atuou como formador na disciplina de Filosofia no seminário da Congregação, em Belo Horizonte. Também ficou um ano em formação em Roma, na Itália.

Na manhã da última quarta-feira, dia 28, o novo pároco atendeu a reportagem da Folha, mostrou-se bastante interessado em conhecer mais sobre a Vila Prudente e afirmou que é um grande desafio evangelizar numa população tão grande como a de São Paulo. “Quem busca a igreja quer sempre sair melhor do que entrou, por isso a intenção é ter uma paróquia acolhedora, onde as pessoas sejam tratadas com muito carinho e respeito. Todos serão muito bem vindos”, afirma o padre que destacou ainda que está aberto ao diálogo ecumênico e inter-religioso. “A casa não é minha, estou apenas administrando, a casa é de todos e são muito bem vindos”.

“Também quero uma igreja em saída, como diz o Papa Francisco. A igreja tem que estar presente em outros ambientes fora da paróquia, porque não adianta ficar parado na porta apenas esperando as pessoas virem”, disse o padre que se colocou à disposição da sociedade.

Em tom descontraído, antes do fim da entrevista, fez um pedido: ressaltar que o seu time do coração é o Flamengo e avisou que costuma dar “saudações rubro-negras aos fiéis”. (Kátia Leite)

Solenidade foi presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Luiz Carlos Dias.
Paróquia na Vila Prudente ficou lotada para a missa de posse

 

 

Conselho do Juventus convoca presidência para apresentar defesa

Está marcada para o próximo dia 12 de março a reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do Clube Atlético Juventus para o presidente Domingos Sanches e o vice Saulo Moisés Franciscon terem a oportunidade de apresentar a defesa sobre o episódio dos áudios gravados. Na ocasião, os conselheiros também serão informados sobre o parecer da Comissão de Sindicância acerca do processo de impeachment da diretoria executiva protocolado pelo Conselho no início do mês.

Se os trâmites na reunião caminharem normalmente, na mesma data ainda pode ocorrer votação fechada para decidir pelo impeachment da diretoria executiva. O presidente necessita de dois terços ou mais dos votos dos conselheiros para se livrar do impedimento. Caso o impeachment seja aprovado, quem assume a direção do clube é o presidente do Conselho Deliberativo, Itamar Colombini, que terá 30 dias para convocar novas eleições.

Sanches e Franciscon afirmaram à reportagem da Folha que estão tranquilos quanto à reunião agendada pelo Conselho Deliberativo e juntando provas para a defesa. Entre elas, também vão apresentar um laudo de perícia criminal, que já está em poder deles, sobre a gravação que receberam do Conselho e cujo resultado da análise consta que o áudio apresentado “pode não ser autentico no que tange a sua composição e com isso pode conter cortes ou manipulações de natureza alheia ao equipamento gerador da gravação e que acaba comprometendo a integridade, a fidedignidade e a confiabilidade do material apresentado”.  O laudo também ressalta que o arquivo analisado não foi coletado de sua origem. “Agora esse laudo também está na Justiça”, afirmou Sanches. Ainda de acordo com o presidente e o vice, a polícia civil está intimando o Conselho a apresentar o áudio original.

Antes da reunião extraordinária do Conselho, a diretoria executiva está convocando os conselheiros e demais diretores para uma reunião no dia 8 na qual vão apresentar os projetos com incentivos fiscais aprovados na gestão, além de um balanço geral e no final, também pretendem tratar da questão política do clube.

 

Ex-diretor do Juventus afirma que áudios não foram editados

Na tarde da última terça-feira, dia 27, o ex-diretor de marketing do Clube Atlético Juventus, Adriano Daré, esteve na Folha. Daré é o único dos envolvidos diretamente no episódio dos áudios vazados para associados e à imprensa que ainda não havia sido ouvido pelo jornal. Ele optou por comparecer nesta semana porque já estava em posse de um parecer técnico, expedido pelo Instituto de Perícias Adrian Ramos (Inpar), concluindo que análises auditivas e exame expectrográfico das gravações não detectaram “descontinuidade, alteração no padrão e/ou quaisquer outros indícios que pudessem ser associados à tentativa de edição e/ou montagem”. De acordo com Daré, o documento será juntado a outros no processo que pretende dar entrada na Justiça para esclarecer devidamente os fatos.

Os referidos áudios, gravados em mais de uma data, são de outubro do ano passado e o caso já estava sendo tratado internamente no Conselho Deliberativo do clube quando veio à tona publicamente em uma matéria do portal Gazeta Esportiva de 7 de fevereiro. As gravações expõe a suposta tentativa da diretoria executiva de alterar acordos contratuais para não acusar cerca de R$ 190 mil de prejuízos em dois eventos ocorridos no Juventus em setembro.

Durante a conversa com a reportagem e o presidente da Folha, Newton Zadra, o ex-diretor citou alguns episódios que, segundo ele, o fizeram perder a confiança na relação com a diretoria executiva do clube e começou a se preocupar em ser envolvido em situações que não concordava. O estopim, de acordo com Daré, foi o pedido para assinar contratos com datas retroativas que envolveriam ilegalmente a sua empresa particular. Por isso, afirmou que recorreu às gravações de conversas entre ele, o presidente do clube Domingos Sanches e vice Saulo Moisés Franciscon. “Em nenhum momento tive a intenção de prejudicar as pessoas, o presidente Sanches e o Saulo devem ser preservados como homens, como pais de família e como ser humanos. E também acho que eles não devem ser execrados e massacrados como o Conselho quer e do qual não faço parte. Essa história que o Sanches está falando que foi uma armação arquitetada, não é verdade”, ressalta. “Não tenho complô”, afirmou durante a entrevista.

Daré defende que não foi o responsável pelo vazamento dos áudios para associados e à imprensa e garante que também se prejudicou pessoalmente e profissionalmente com a repercussão negativa dos fatos. “Esse vazamento foi ruim para mim e para o clube”, ressalta. “E acho até que poderíamos entrar com um processo em conjunto para saber quem divulgou essas informações”, acrescenta.

O ex-diretor admite que passou os áudios para um conselheiro, que é seu amigo, com o objetivo de pedir orientação, principalmente porque nessa época, em meados de novembro, afirma que passou a receber sucessivas chamadas telefônicas de empresas fornecedoras relacionadas ao clube e entende que não é o responsável por pagar os serviços prestados. Ele também apresentou as gravações durante reunião com vários membros do Conselho Deliberativo em que foi chamado para participar em dezembro, porque o caso já estava sendo apurado internamente. Na ocasião, o ex-diretor afirma que foi usado um amplificador de som para todos conseguirem ouvir melhor.

O ex-diretor ressaltou que, assim como os demais diretores do clube, trabalhou voluntariamente. “Eu tenho o meu trabalho, não preciso do clube, o clube que precisa de pessoas. Sempre achei que era mal gerido e quis ajudar o Sanches e o Franciscon e aprender também, porque estamos sempre aprendendo com as experiências”, afirmou.

Formado em administração com especialização em marketing, Daré afirma que o primeiro contato com o marketing do Juventus foi em janeiro do ano passado, pouco antes da partida semifinal da Copa São Paulo de Futebol Júnior, quando o Moleque Travesso teria jogo televisionado contra o Corinthians. Ele alertou que era um bom momento para o clube buscar patrocínio para a camisa naquela partida e teve sucesso na negociação com um grande patrocinador. “Nesse meio tempo, o responsável pelo marketing do Juventus foi demitido e outra pessoa assumiu como coordenadora de eventos e como sou de martketing, me pediram para dar uma força”, ressalta. “Mas, que fique claro, eu sou marketing e qual era o meu papel: trazer patrocínios, trazer alianças, mas o presidente alega para toda a imprensa que os eventos eram meus e eu estava querendo jogar o prejuízo nas costas do clube”, argumenta o ex-diretor que garante que todos os contratos relativos aos polêmicos eventos estão em nome do Juventus, assinados pelo presidente e o departamento jurídico do clube. Daré afirma ainda que não sabia de todos os valores relacionados aos eventos “porque não tinha acesso às planilhas” e voltou a frisar que cuidava do marketing, mas o Juventus tem um departamento próprio de eventos.