Policial militar reanima bebê de apenas oito dias
Cabo Júlio, a mãe e a avó da pequena Júlia e o cabo Marcos já no hospital: ocorrência com final feliz. (Foto: Polícia Militar)


Há 30 anos na Polícia Militar, o cabo Júlio Cézar está encerrando a carreira com louvor. Ele iniciou a manhã da última terça-feira, dia 15, aguardando a publicação da sua aposentadoria. Mas, para o alívio e a alegria da família da recém-nascida Júlia Garcia Quirino, o policial não se aposentou na data e cumpria o seu trabalho na Base Comunitária de Segurança de Vila Prudente, quando acabou tendo papel decisivo no socorro da bebê que chegou a ser dada como morta em uma clínica pediátrica.

No início da tarde, o cabo estava na Base quando a funcionária da clínica chegou pedindo socorro porque “uma bebê de apenas oito dias havia morrido e o médico não estava no local”. “Corri para ver o que estava acontecendo e encontrei a neném sem respirar, ficando arroxeada, mas senti que ainda estava quentinha e iniciei as manobras de ressuscitação, com muito cuidado porque ela é pequenininha”, conta. Ele teve a ajuda do cabo Marcos que correu para buscar a viatura e estavam a caminho do Hospital Municipal Ignácio Proença de Gouvêa, na Mooca, com o cabo Júlio ainda fazendo os procedimentos de reanimação, quando a bebê voltou a respirar.

“Um pouco depois ela até chorou, o que foi um bom sinal, e acalmamos a mãe. Falamos que a filhinha dela ia ficar bem”, conta o cabo. “Chegando ao hospital, a Júlia recebeu todos os cuidados e aparentemente não terá sequelas. Fui então conversar com a mãe para entender o que havia ocorrido. Ela e a avó levaram a bebê para a consulta e aguardavam o médico retornar do almoço, quando a neném teve o mal súbito”, explica o policial.

Não foi a primeira ocorrência do cabo Júlio envolvendo crianças. A primeira, há cerca de dez anos, não teve o mesmo final feliz. “Fomos acionados porque suspeitaram de algo na margem do rio Tamanduateí, quando descemos para olhar, era um recém-nascido enroladinho no cobertor, mas já estava sem vida”, relembra o PM que está há 23 anos na 4º Companhia do 21º Batalhão, responsável pelo patrulhamento de Vila Prudente.

Há seis anos, o cabo Júlio estava de folga quando viu uma menina de três anos ser atropelada na rua Ibitirama. Correu e iniciou os procedimentos de socorro enquanto aguardava o Resgate do Corpo de Bombeiros. “A garotinha também se chamava Júlia e ficou bem”, conta o policial que é pai de cinco filhos e avô de nove netos. “Essas ocorrências são muito emocionantes, mas tensas, porque além do socorro, temos que ter o cuidado de acalmar os familiares que entram em desespero numa situação dessas”, explica.

Sobre a aposentaria, depois de tantos anos de serviço e condecorações por outras ocorrências, o cabo Júlio está ansioso. “Mesmo aposentado, estarei sempre pronto para ajudar”, avisa. A população agradece. (Kátia Leite)

Cabo Júlio fez as manobras de reanimação na bebê que havia parado de respirar. (Foto: Polícia Militar)
SPTrans confirma extinção de linha de ônibus na região

Conforme a Folha já ressaltou em matérias anteriores, a linha de ônibus 314-V Vila Ema com destino para a Praça Almeida Júnior, no bairro da Liberdade, será desativada quando ocorrer a reestruturação do transporte público na cidade. Apesar da preocupação dos usuários, técnicos da São Paulo Transportes (SPTrans) confirmaram o fim dessa linha em reunião realizada na sexta-feira passada, dia 11, a pedido do mandato da vereadora Juliana Cardoso (PT). A linha da Vila Ema tem mais de 50 anos de existência.

No encontro também estiveram presentes o secretário de Mobilidade e Transportes, João Octaviano, o ex-deputado Estadual, Adriano Diogo, e líderes comunitários da região de Vila Prudente, Sapopemba e São Mateus. A pauta da reunião tratou das alterações da Prefeitura na região com o plano de reestruturação do transporte em edital publicado em março.

Pelo plano, das atuais 1.336 linhas que atendem a cidade, a Prefeitura vai acabar com 149. Outras 186 terão seus trajetos reduzidos. As alterações nas 335 linhas ainda vão retirar 936 ônibus de circulação das ruas.

Apesar do secretário de Transportes considerar as alterações publicadas no edital apenas referência, “sujeitas a mudanças”, técnicos da SPTrans reafirmaram a disposição de acabar com a linha 314-V. “Nenhuma mudança será efetivada sem ouvir a população”, disse Octaviano. “As linhas que têm sobreposição de itinerários com outras serão seccionadas ou extintas, dependendo do caso, mas para isso haverá período de adaptação”, explicou.

Para os moradores da Vila Ema, a SPTrans está sugerindo a utilização da linha 3021  Parque Bancário/Vila Prudente, mas os usuários ressaltam que essa linha circula lotada de seu ponto inicial e tem intervalo no horário de pico de 20 minutos. “Vamos colocar ônibus maiores e reduzir a frequência para atender a demanda da Vila Ema”, argumentou o técnico da SPTrans, Antônio Hamilton Carvalho.

Extintas e mais curtas

Do futuro Terminal Vila Prudente está prevista uma nova linha até a Praça Almeida Júnior, alternativa também sugerida aos passageiros da linha 314-J Parque Santa Madalena/Praça Almeida Júnior que terá seu trajeto reduzido até Vila Prudente.

Durante a reunião, moradores da região apresentaram dois abaixo-assinados contra a redução do trajeto das linhas 4221 Jardim Planalto/Terminal Parque Dom Pedro e 4288 Santa Madalena/Terminal Parque Dom Pedro. A sugestão apresentada pela Prefeitura aos passageiros desses dois bairros é utilizar os ônibus vindos de São Mateus. A alternativa sugerida a partir da Vila Prudente é acessar o Expresso Tiradentes que vai até o Terminal Mercado.

Conforme o edital, também terá seu itinerário reduzido até o futuro Terminal Vila Prudente a linha 373M-10 Jardim Guairacá/Shopping Metrô Tatuapé, obrigando os passageiros a fazerem mais três baldeações até o destino final.

Também terá sua parada final no Terminal Vila Prudente a linha 573-A Vila Alpina/Metrô Bresser. Na sequência será criada a linha até o Bresser.

Já as linhas 476-G Jardim Elba/Ibirapuera e a também 476-G Vila Industrial/Metrô Ana Rosa serão extintas, com a SPTrans sugerindo no bairro a poção da linha com origem no Terminal Sapopemba. Na Vila Prudente será criada a linha até o Metrô Vila Mariana. (Colaboração André Kuchar)

Reunião realizada no último dia 11 com a presença do secretário municipal de Mobilidade e Transportes, João Octaviano
Falha na via interrompe de novo a Operação Assistida

Na segunda-feira, dia 14, a Linha 15-Prata do monotrilho enfrentou mais um problema e a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô optou por interromper, no início da tarde, a Operação Assistida nas quatro novas estações – São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União. A medida foi adotada para não prejudicar o trecho entre as estações Vila Prudente e Oratório, que tem maior fluxo de usuários e continuou operando normalmente.

Em comunicado o Metrô ressaltou que seus técnicos e da empresa Bombardier, fornecedora responsável pela instalação do equipamento de via afetado, trabalharam durante o resto do dia e a madrugada para sanar o problema. Na terça-feira o novo trecho foi reaberto ao público.

As estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União foram inauguradas no dia 6 do mês passado. Desde então, pelo menos em três ocasiões, ocorreram problemas e as paradas foram fechadas aos usuários, apesar de funcionarem apenas de segunda a sexta-feira das 10 às 15h. O Metrô ressaltou que essa fase de Operação Assistida, sem cobrança de tarifa, é necessária justamente para permitir a maturação dos equipamentos e de sistemas.

Durante o período de Operação Assistida os usuários podem embarcar gratuitamente nas novas estações e seguir até a Oratório, onde são orientados a desembarcar e acessar a área paga, caso queiram seguir viagem até a Vila Prudente. (Kátia Leite)

 

 

 

 

 

Moradores pedem intervenção da CET em cruzamento da Vila Prudente

Quem reside nas proximidades do cruzamento entre as ruas Cananeia e Marquês de Praia Grande, na Vila Prudente, está preocupado com a grande quantidade de acidentes no trecho. Segundo eles, a sinalização viária existente no local não é suficiente para evitar colisões entre veículos e motos. Os moradores acreditam que a implantação de um semáforo pode diminuir os acidentes de trânsito.

O aposentado Carlos de Souza, que reside na rua Cananeia a poucos metros do trecho, conta que quase todos os dias escuta freadas e discussões entre motoristas e motociclistas. “Já presenciei muitos acidentes e sempre há confusões e xingamentos entre os condutores que passam por aqui. Embora tenha sinalização, motoristas e motociclistas não respeitam. Muitos não reduzem a velocidade e ignoram se há outro veículo”, comentou Souza.

Quem também relata o perigo no local é Marcelo Cardoso da Silva, que reside há 10 anos em frente ao cruzamento. “Já perdi as contas de quantas batidas presenciei. As colisões só não são mais constantes porque a rua Marques de Praia Grande é uma subida e muitos motoristas acabam passando em velocidade mais moderada. Mas as piores situações acontecem aos finais de semana durante à noite. Os carros e motos passam acelerando muito e os condutores não respeitam a sinalização”, contou Silva.

Os moradores do trecho acreditam que a implantação de um semáforo reduza as ocorrências viárias. “Com um farol os motoristas serão obrigados a parar e, com isso, os acidentes tendem a diminuir”, declara Souza.

Questionada pela Folha, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que vistoriou o cruzamento e, após análise técnica, constatou que as características das vias não correspondem aos mínimos critérios estabelecidos para a implantação de um semáforo, conforme determinado pelo manual específico do órgão. Foi ressaltado que o volume veicular na hora de maior movimento é de 360 veículos por hora e o de travessia é de 36 pedestres por hora. O órgão esclareceu ainda que a sinalização vertical e horizontal encontram-se adequadas e em boas condições, e a colocação de um semáforo na atual condição das demandas de veículos e pedestres causaria esperas desnecessárias e ociosas, que normalmente provocam desrespeito ao vermelho do semáforo.

Prefeitura não consegue reativar o Clube Escola Vila Alpina

O Clube Escola Vila Alpina, que durante anos foi um dos principais espaços para a prática de esporte e lazer na região, continua esquecido pela Prefeitura. O espaço está parcialmente interditado desde janeiro de 2016 para a construção do Centro Educacional Unificado (CEU) Vila Prudente, cujas obras estão paralisadas e sem previsão de retomada.

O local só não está totalmente abandonado devido às ações voluntárias de um grupo de moradores da região e usuários que criaram a Associação Desportiva Arthur Friedenreich (ADAF). São eles que cortam o mato, limpam o espaço e promovem aulas gratuitas para a comunidade. Mas, todos aguardam a iniciativa da administração municipal para que os poucos equipamentos que sobraram no Clube voltem a ser utilizados.

Em dezembro do ano passado, a convite da vereadora Edir Sales (PSD), o Secretário Municipal de Esportes, Jorge Damião, visitou a unidade e conheceu as dependências inutilizadas, como o ginásio poliesportivo, as piscinas e os campos de futebol. Na ocasião, o secretário recebeu as reivindicações dos usuários, entre elas a reabertura dos equipamentos que não foram afetados com a construção do CEU. Na época, a Secretaria Municipal de Esportes informou que estava em contato com as secretarias de Educação e de Obras para que uma solução integrada fosse alcançada com o intuito de reativar os locais esportivos.

Questionada nesta semana, a Secretaria de Esportes informou que a área do Clube Escola está ocupada em quase sua totalidade pelas obras de construção do CEU Vila Prudente e, conforme reivindicações da comunidade e a pedido da vereadora Edir Sales, está sendo elaborado levantamento de engenharia e documental para a implantação de um clube esportivo com administração direta na área do ginásio e dos campos.  A vereadora confirmou que está em contato com a Secretaria.

Usuários convivem com estações da Linha 15 ainda em obras


No sábado, dia 6, completou um mês da inauguração das quatro novas estações da Linha 15-Prata, mas quem utiliza o ramal de monotrilho ainda embarca ou desembarca em meio às obras. A Folha esteve na estação São Lucas (foto) na manhã da última quarta-feira, dia 9, e constatou o trabalho dos operários em ambas as entradas no sentido centro da avenida Anhaia Mello – inclusive o acesso para cadeirantes.

“É a terceira vez que embarco na estação Vila Tolstói e desço aqui no São Lucas, sempre tem operários trabalhando”, comenta o aposentado Virgílio Nunes.  “Mas, o pessoal reclama mesmo é do horário. Meu neto espera há tanto tempo esse monotrilho para ir com mais conforto para a faculdade, mas vai terminar o curso e ainda não conseguiu usar os trens”, completa.

A aposentada Neuza dos Santos também comentou que a filha dela está na expectativa da ampliação do horário de funcionamento. “Moramos perto da estação Camilo Haddad e ela trabalha na Paulista. Seria uma facilidade ir e voltar com o monotrilho e o metrô, mas ela depende das linhas de ônibus que atrasam com frequência”, explica. “Ela nem conseguiu visitar as estações ainda porque no curto período em que estão abertas, ela está trabalhando. Podiam abrir aos sábados e domingos também”, pede.

De acordo com a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, ainda não existe data definida para a ampliação da Operação Assistida – quando funcionam sem a cobrança de tarifa e em horário reduzido – nas estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União. Por enquanto, as paradas atendem o público de segunda a sexta-feira, das 10 às 15h. Os usuários podem embarcar gratuitamente e seguir até Oratório, onde serão orientados a desembarcar e acessar a área paga, caso queiram seguir viagem até a Vila Prudente. (Kátia Leite)

 

Conjunto de prédios é tombado na Mooca

Foi publicado no Diário Oficial do Município de ontem, dia 10, a decisão do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) de tombar os 17 blocos do conjunto residencial conhecido como IAPI, localizado entre as ruas Catarina Braida, dos Trilhos, Tobias Barreto, Cassandoca, Padre Benedito Maria Cardoso e Jerônimo Mendonça, na Mooca.

Na resolução do Conselho ficou definida a preservação das edificações “em sua volumetria e características arquitetônicas externas (revestimentos, portas, janelas, portões, vãos, cobertura e galeria formada por conjunto de colunas no térreo)”. Com o tombamento, quaisquer projetos ou intervenções no conjunto deverão ser previamente submetidos à análise do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) do município e à aprovação do Conpresp.

Os prédios foram construídos em meados da década de 1940 pelo extinto Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI) com o objetivo de proporcionar moradias dignas e salubres aos associados e trabalhadores da indústria. Entre as justificativas apresentadas pelo Conpresp para o tombamento consta que o conjunto é testemunho de uma etapa de pensamento e prática da produção de moradia voltada aos trabalhadores urbanos, que teve lugar entre o final da década de 1930 e a primeira metade da década de 1960.

Outro fator relatado no processo é “que o projeto arquitetônico das edificações se destaca na paisagem local pela originalidade, em contraste com as construções no entorno, as quais foram erguidas em espaços de antigas indústrias, com padrões totalmente distintos, pois atualmente há condomínios com edifícios de mais de 20 andares, que modificaram radicalmente a antiga paisagem, marcadamente operária e fabril, e, consequentemente, reduzindo a memória da industrialização e do operariado na cidade”.

 Área verde ficou de fora do decreto

O que chamou atenção na resolução de tombamento é que a área verde de 4,9 mil metros quadrados entre as ruas Padre Benedito Maria Cardoso e Jerônimo de Mendonça, pleiteada há anos pelos moradores vizinhos para ser transformada em parque, foi extinta do tombamento definitivo. Além disso, conta na resolução a permissão de construção no local que não ultrapasse sete metros de altura.

A área verde foi utilizada por mais de 60 anos pela comunidade do entorno como um parque e área de lazer, mas pertencia ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que a leiloou em agosto de 2010. Na época, a vizinhança se mobilizou para que o espaço não abrigasse mais um prédio residencial, objetivo do comprador do terreno que acabou fechando o acesso à área um ano depois da aquisição. Desde então o espaço permanece interditado e, segundo a vizinhança, com raras ações de manutenção, fazendo com que o matagal tome conta, assim como a sujeira, insetos, ratos e outros animais.

Em junho de 2013, a Prefeitura publicou no Diário Oficial o Decreto de Utilidade Pública (DUP) da área, para fins de desapropriação do terreno e com isso, o proprietário foi proibido de construir no espaço. O objetivo era atender a reivindicação da comunidade e criar um parque municipal no local. No entanto, o projeto não caminhou devido à falta de verba da Prefeitura. O DUP tem validade de cinco anos e expira no próximo mês. (Gerson Rodrigues)

Solenidade comemora 123 anos de grupamento de bombeiros

Aconteceu na quarta-feira, dia 9, no auditório do Sesc Belenzinho, solenidade comemorativa ao aniversário do 3º Grupamento de Bombeiros (3º GB) da Capital. A unidade, que completou 123 anos, tem ampla sede na rua Doutor João Inácio Teixeira e é responsável por 12 postos da Zona Leste da cidade: Mooca, Belém, Tatuapé, Sapopemba, Vila Formosa, Vila Esperança, Cangaíba, Itaquera, Guaianases, Tiradentes, São Miguel e Itaim Paulista.

A cerimônia contou com a presença do novo comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Marcelo Vieira Salles, que assumiu o cargo na semana passada. Também estiveram na solenidade o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Eduardo Rodrigues Rocha;  e o comandante do 3º Grupamento, major Mauricio Biloti Machado Cunha, entre outras autoridades militares, familiares e civis.

“O 3º GB é muito importante para a cidade. Atende uma região com mais de quatro milhões de habitantes, bastante complexa e com características bem distintas. Há áreas de riscos, locais muito pobres e regiões bem desenvolvidas. A área territorial atendida equivale a de muitos países, como o Uruguai, por exemplo. É um orgulho muito grande ter assumido o comando da Polícia Militar e poder atuar com esta unidade dos bombeiros”, afirmou o comandante-geral da PM. “Procuraremos aprimorar e melhorar os recursos e condições de trabalho da nossa tropa, assim como a prestação de serviço à população”, completou.

Os números demonstram a importância do 3º GB. “Em 2017 foram 35 mil ocorrência atendidas, que envolveram cerca de 17 mil vítimas. Na média, os bombeiros saíram 100 vezes por dia para atender os chamados. A área que abrangemos representa 40% da capital. A responsabilidade é grande, mas a nossa vontade de atender é ainda maior”, declarou o comandante Cunha do 3º GB.

Como tradicionalmente ocorre, houve a entrega da medalha comemorativa do Centenário do grupamento para personalidades que contribuíram com o Corpo de Bombeiros. Outro destaque da solenidade foi a homenagem prestada aos bombeiros sargento Kleber, soldado Bertan e soldado Martins, que auxiliaram dois policiais militares em um parto de emergência no interior de uma residência na Vila Ema em novembro passado. Na ocasião, a Folha publicou matéria sobre o nascimento da menina Giovanna.

O 3º Grupamento é o segundo mais antigo do Estado de São Paulo e a área de abrangência é de aproximadamente 312 quilômetros quadrados. A unidade atende 31 bairros, em 11 Prefeituras Regionais da Zona Leste, envolvendo espaços residenciais, industriais, comerciais e até rurais.

Passageiros e moradores sofrem com pontos improvisados

A indefinição sobre o início das operações nos novos terminais de ônibus construídos na avenida Anhaia Mello, próximos às estações Vila Prudente do metrô e do monotrilho, tem causado transtornos não apenas aos usuários dos coletivos, mas também aos moradores das ruas que receberam pontos improvisados em suas portas.  A promessa é que permaneceriam por poucas semanas, mas se passaram cinco meses e as paradas continuam ativas.

A moradora da rua Doutor Roberto Feijó, esquina com a rua Pires Pimentel, Ana Paula Mantovani relata que não aguenta mais conviver com os problemas decorrentes do ponto de ônibus instalado em dezembro do ano passado em frente à sua residência (foto). “Além de não se preocuparem em comunicar previamente sobre a mudança da parada para a porta da minha casa, não respeitaram o prazo que estabeleceram. No dia em que colocaram o totem na minha calçada, um dos técnicos da SPTrans (São Paulo Transportes) afirmou que o mesmo funcionaria no máximo até fevereiro deste ano, mas já estamos em maio”, contou Ana Paula. De acordo com ela, sete linhas operam no trecho. O ponto em questão foi remanejado da rua Correia Barros, que foi interditada em dezembro para a construção do terminal Sul.

A aglomeração de pessoas à espera dos coletivos em frente ao portão de entrada da residência é um dos piores incômodos relatados por Ana. “No final da tarde a calçada fica intransitável. Tenho muita dificuldade para sair ou entrar em casa. Meu filho de dois meses possui um problema cardíaco e necessita de um ambiente com tranquilidade, o que não consigo mais garantir. Há muito tempo não temos uma noite tranquila de sono. O falatório dos usuários dos coletivos começa às 4h da madrugada”, completa. “A esperança é que, com o início do funcionamento dos terminais na avenida Anhaia Mello, este ponto seja extinto”, finalizou.

A empregada doméstica Roseli Silva de Assis, que utiliza o ponto na rua Douto4r Roberto Feijó aos finais de tarde para retornar para casa, reclama da falta de estrutura. “Em dias chuvosos a situação é horrível. Quem não tem como se proteger fica totalmente molhado. Tenho dó de algumas pessoas com mais idade que são obrigadas a enfrentar isso”, declarou.

A Folha questionou mais uma vez a SPTrans sobre a previsão para o início das operações dos terminais Central e Sul, no canteiro da Anhaia Mello e na rua Correia Barros, e o órgão continuou alegando que ainda há detalhes sendo definidos em relação às linhas que atenderão os terminais. Embora em fevereiro deste ano a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, responsável pela construção dos terminais, tenha afirmado à Folha que as obras de execução foram concluídas e uma carta formal foi encaminhada à SPTrans entregando a operacionalização dos equipamentos, o órgão da Prefeitura informou que ainda está em tratativas com o Metrô a entrega dos terminais.

Prefeitura suspende fechamento de AMAs

Reunião ocorrida na tarde de ontem na sede do Ministério Público do Estado de São Paulo, com a presença de movimentos de saúde e de sindicatos e conselhos da área médica, foi decisiva para pressionar a Prefeitura a suspender a proposta de reestruturação do sistema de saúde que, entre outras mudanças, estipulava o fechamento das unidades de Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs). Na região, estava previsto para esta semana o encerramento dos atendimentos na AMA Hermenegildo Morbim Júnior (foto), no Jardim Independência.

O Ministério Público acompanhava o caso desde março, após ser acionado pela vereadora Juliana Cardoso (PT) e pelo ex-deputado estadual Adriano Diogo (PT), juntamente com movimentos de saúde da Zona Leste aflitos com as alterações propostas pelo governo municipal. Foi constituída uma comissão com representantes do Ministério Público, da Prefeitura e da sociedade civil, mas, embora as tratativas ainda estivessem em andamento, o governo municipal começou a colocar em prática a reestruturação.

Em resposta nesta semana ao ofício do Ministério Público, a própria Secretaria Municipal de Saúde anunciou o cronograma de fechamento das primeiras AMAs,  a partir do último dia 1º, entre elas, a do Jardim Independência, que funciona anexa a UBS. A reportagem ligou na unidade na tarde de ontem e ninguém atendia as chamadas. Procurou então a UBS e um funcionário informou que os pacientes de urgência da AMA deveriam se dirigir ao pronto-socorro do hospital estadual de Vila Alpina, pois a UBS atende apenas consultas agendadas.

Usuários da AMA relatam que há 15 dias vêm tendo dificuldades para conseguir atendimento na unidade. “Começamos a ouvir a história do fechamento e caiu a quantidade de médicos. Cheguei a ir na AMA e voltar para casa sem ser atendida”, comenta Maria Aparecida, moradora do Jardim Independência. “Quando meus filhos têm febre ou dor de garganta, sempre procurei essa unidade no Jardim Independência. Estava bastante preocupada com a ideia absurda da Prefeitura fechar, sem oferecer opção antes. Não tem cabimento empurrar todo mundo para o hospital de Vila Alpina que já vive cheio e precisa atender casos mais graves”, comenta Ana Maria S., também moradora do bairro.

Para o ex-deputado Adriano Diogo, que vinha acompanhado os fechamentos de outros equipamentos, como o da UBS Jardim Tietê II, em São Mateus, existe grande contradição na proposta da Prefeitura. “O atendimento no SUS já deixa a desejar e tirando médicos, a população fica mais ainda desassistida”, comenta.

Na região também estava previsto o fechamento de outras AMAs. A promotora de Justiça da área de saúde de São Paulo, Dora Martins Strilicherk, esclareceu à imprensa que agora serão criados grupos com a sociedade civil e representantes da Secretaria de Saúde para discutir as necessidades específicas de cada localidade. (Kátia Leite/ Gerson Rodrigues)