Obras do CEU Vila Prudente continuam sem previsão de retomada

Herdado da gestão de Fernando Haddad (PT), o enorme esqueleto de prédio ainda inacabado nas dependências do Clube Escola Vila Alpina continua sem prazo para ser concluído no governo de João Doria (PSDB). As obras do Centro Educacional Unificado (CEU) Vila Prudente estão paradas desde junho e segundo a Prefeitura, foi desenvolvido um plano de retomada “para o próximo ano”, sem detalhes. Enquanto isso a indignação na comunidade aumenta. Além do desperdício de verba pública, vários equipamentos do Clube Escola, como as piscinas e o ginásio poliesportivo foram fechados para a construção do CEU. Também foram destruídas as quadras e um campo de futebol.

A promessa da gestão passada era de que o CEU seria entregue no final de 2016 e o clube do entorno seria totalmente revitalizado. Haddad (PT) terminou seu mandato e deixou mais da metade da construção para o governo seguinte. A atual administração alega que a paralisação  ocorreu porque o governo Haddad não deixou recursos para a execução.

O vereador Claudio Fonseca (PPS), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal, afirma que a construção do CEU Vila Prudente foi um erro da gestão passada. “É evidente que foi uma ação eleitoreira, pois a construção desses equipamentos foi uma promessa de campanha, mas o planejamento foi equivocado. Iniciaram as obras de oito unidades e foram largadas inacabadas. Além disso, na Vila Prudente, não há necessidade de um CEU. Na redondeza há varias escolas municipais, estaduais e algumas delas já não têm demanda”, alega o vereador.

Sempre que indagada, a Prefeitura fala em retomar as obras no próximo ano, mas Fonseca acredita que será muito difícil o reinicio das construções. “Foi destinado apenas R$ 1,4 milhão para os CEUs no orçamento para o próximo ano. Com esse valor não dá nem para manter os vigias que tomam conta dos espaços”, afirmou. “Minha intenção é começar as discussões logo no início de 2018, na Câmara Municipal, priorizando a questão dos CEUs”, destacou.

Mobilização social

Sem perspectivas do reinicio dos trabalhos e descrentes de uma ação da Prefeitura a curto prazo, moradores da região e frequentadores do Clube Escola criaram há seis meses a Associação Desportiva Arthur Friedenreich. O grupo já realizou ações de limpeza no espaço e, com autorização da Prefeitura e em horários específicos, utilizam o ginásio para algumas atividades. No local acontecem os projetos “Aluno bom de bola”, de segunda, quarta e sexta-feira e o “Vem Lutar”, aos sábados. As aulas são gratuitas e voltadas para crianças e jovens da comunidade. Segundo o presidente da Associação, Wesley Vasconcelos, no próximo mês começarão aulas de atletismo na pista de caminhada e no campo de futebol. “Estamos conseguindo manter estes projetos graças ao trabalho voluntários de vários profissionais. Não recebemos recurso público. O ginásio, que estava abandonado, conseguimos melhorar um pouco as condições e, como não temos verba para arcar com o custo da energia, utilizamos um gerador”, comentou Vasconcelos. “Com a ajuda da vereadora Edir Sales (PSD) estamos tentando junto à Prefeitura que o clube seja reaberto parcialmente, pois é um grande desperdício essa tradicional unidade ficar largada”, completou.

No último dia 2, acompanhado da vereadora, o Secretário Municipal de Esportes, Jorge Damião, visitou o Clube Escola, conheceu parte do trabalho voluntário desenvolvido pela Associação e recebeu as reivindicações da comunidade. “Estamos batalhando para que a Prefeitura assine um Termo de Permissão de Uso (TPU) que oficialize o funcionamento desse projeto até que o espaço tenha que ser interditado para a implantação do piscinão previsto para ser construído sob o campo de futebol. O secretário gostou muito da forma que a sociedade civil tem zelado pelo local e acenou positivamente para atender as reivindicações”, afirmou a vereadora.

A Secretaria de Esportes informou que a intenção é que nenhum espaço público voltado ao esporte permaneça fechado na cidade. Foi ressaltado que o órgão está em contato com as Secretarias de Educação e de Obras, as quais são responsáveis pela construção do CEU, para que uma solução integrada seja alcançada com o intuito de reativar os locais esportivos. Foi esclarecido ainda que o objetivo da visita do secretário foi conhecer a real situação da área e apontar o que deve ser feito para a reabertura.

Cônsul da Lituânia ressalta a Vila Zelina

Na manhã de ontem, dia 14, a Cônsul-Geral da República da Lituânia em São Paulo, Laura Tupe, esteve no Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente, onde foi recebida pelo presidente da entidade e da Folha, Newton Zadra. Ela assumiu em 14 de julho o Consulado Geral, única representação diplomática da Lituânia no Brasil.

Através de vídeos institucionais ela conheceu as histórias e os trabalhos do Círculo e da Folha. Dominando perfeitamente a Língua Portuguesa, que aprendeu ainda na infância, a cônsul agradeceu o apoio à comunidade lituana de Vila Zelina e adiantou que no próximo ano, o característico bairro da região vai abrigar festividades especiais por conta do 100 anos da declaração da Independência da Lituânia, celebrada em fevereiro.

Laura Tupe ressaltou que a comunidade lituana em São Paulo é a segunda maior do mundo, só perdendo para a de Chicago, nos Estados Unidos. “Na minha infância conheci os nomes Vila Zelina, Vila Prudente e Vila Ema antes mesmo de conhecer bem os bairros da minha cidade. Na Lituânia todos sabem da importância desta região para a nossa cultura”, revelou Laura, natural de Vilnius, mas a mãe é nascida no Brasil e foi morar na Lituânia quando os pais decidiram voltar.

Laura Tupe contou que a sua acolhida em São Paulo foi muito melhor do que esperava e elogiou os primeiros imigrantes lituanos que vieram ao país por manterem vivos os costumes entre os seus descendentes. “Já estamos na quarta geração aqui no Brasil e foi um trabalho muito lindo desses avós e pais de criarem laços entre os jovens nascidos aqui e a Lituânia”, ressaltou.

A expectativa da cônsul é conseguir difundir ainda mais essa raiz cultural e fortalecer as relações entre o Brasil e a Lituânia. “Já somos parceiros econômicos e também pretendo destacar o turismo. A Lituânia é um país muito lindo, com belas paisagens naturais, arquitetura e muita história. Temos uma rede de transportes excelente, o que torna muito fácil a logística pelo país. Também pretendemos estreitar o intercâmbio para estudantes”, destacou. Laura Tupe ressaltou que em 2018 o Papa Francisco visitará a Lituânia, com predominância de 80% de católicos, e lembrou que é uma ótima oportunidade para os lituanos que vivem no Brasil programarem uma visita à terra natal. (Kátia Leite)

 

Poucos votos e lenta apuração marcam eleição do Conselho

A Secretaria Municipal de Relações Sociais, responsável pela organização das eleições do Conselho Participativo Municipal, divulgou na manhã de ontem o resultado do pleito. Embora a quantidade total de votos foi bastante baixa, cerca de 2.500 em toda a cidade, o processo de apuração durou 11 dias. Na eleição de 2015 foram contabilizados mais de 110 mil votos.

Os nomes dos candidatos e seus respectivos votos foram divulgados no Diário Oficial do Município de ontem. O que chamou a atenção é que muitos candidatos não tiveram voto.

No distrito de Vila Prudente os nomes escolhidos para compor o Conselho nos próximos dois anos foram: Apolinário Carvalho de Sousa (49 votos); Luciana Lacob Brito (31); José da Guia Pereira (29); Ângela Maria da Silva (7) e Mariane Pekin Brandão (2). No distrito do São Lucas os eleitos foram: Adriana Ramos Costa Mateus (39); Marcos Oliveira Batista (14); Aislan Santiago (14); Aparecida da Silva (3) e Alex Cunha Diniz (1).

No distrito da Mooca, os candidatos escolhidos foram: Elianne Fossa (16 votos); Josefina Maria de Figueiredo Perreira (14); Yara Falcone dos Santos (6). Os demais candidatos não receberam nenhum voto e, por isso, não podem assumir o cargo apesar das vagas.

Criado em 2013, o Conselho Participativo Municipal é um órgão autônomo e formado exclusivamente por membros da sociedade civil. Constituído a partir de eleições diretas regionais, o conselho tem como objetivo a construção de políticas públicas e o auxílio do controle social no planejamento, fiscalização e utilização de recursos públicos em cada uma das 32 Prefeituras Regionais da capital.