Na inauguração do Piscinão Guamiranga, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que o Estado construiu o reservatório, com investimento de R$ 160 milhões, e que a operação ficará a cargo da Prefeitura. Alckmin frisou ainda que a manutenção não tem custo baixo. “A cada tempestade é necessário limpar o piscinão. A água volta para o rio, mas com essa água vieram pneus, armários e todo tipo de sujeira, que precisam ser retirados junto com a lama que fica acumulada”, explicou o governador.
Por estar oficialmente na área do distrito de Vila Prudente, a limpeza do piscinão compete à Prefeitura Regional de Vila Prudente (PR-VP) que, por conta da transição na Prefeitura ou porque foi pega de surpresa com a notícia do governador, até o momento não tem equipes contratadas para o serviço. Conforme a FolhaVP apurou, não há sequer verba destinada para a manutenção do piscinão no orçamento definido no ano passado.
Questionada pela reportagem da FolhaVP logo após a inauguração do reservatório, a PR-VP explicou que enquanto a contratação não estiver formalizada, contará com o apoio da Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais. Na ocasião, também foi informado que “o levantamento dos custos já está em andamento”.
Nesta semana, a FolhaVP voltou a indagar a Prefeitura Regional que não informou se já sabe quanto custará a operação do piscinão. Em nota encaminhada ao jornal, foi reafirmado que será responsável pela execução da manutenção e que o “piscinão atuou plenamente na sexta-feira, dia 24, reservando toda água com as comportas e seis bombas funcionando”. Cita ainda que “evitou que o rio Tamanduateí (margem esquerda) saísse da calha, paralisando a avenida do Estado”. (Kátia Leite)
Foram mais de quatro anos aguardando o término da construção do Piscinão Guamiranga, ao lado do rio Tamanduateí, entre a avenida Dr. Francisco Mesquita, rua Patriarca, viaduto Grande São Paulo e o início da rua Guamiranga. Inaugurado em 1º de fevereiro passado, com as presenças do governador Geraldo Alckmin e do prefeito João Doria, ambos do PSDB, o maior reservatório do Estado teve a sua grande prova na Vila Prudente no final da tarde da sexta-feira, dia 24, quando 72 mm de chuva desabaram impiedosamente sobre a região em menos de duas horas – o bairro só perdeu em índice pluviométrico para o vizinho Ipiranga, que registrou 77 mm. A grande esperança dos moradores e trabalhadores de Vila Prudente era que o recém entregue piscinão conseguisse ao menos amenizar as cenas de pânico e sofrimento de temporais passados, porém, não foi o que aconteceu.
Com poucos minutos de chuva forte, a água começou a invadir diversas ruas do bairro. Na avenida Anhaia Mello a correnteza formada foi uma das mais violentas da história, segundo a comparação de pessoas que estão acostumadas a lidar com o velho problema. Moradores e comerciantes que voltaram a ter prejuízos por conta da enchente eram a própria imagem da frustração com o piscinão do Governo do Estado.
“Achávamos que a construção deste reservatório diminuiria bastante o impacto das cheias nesta região, mas aconteceu o contrário. A força da água foi ainda mais forte do que no passado. Tenho comporta no portão da minha casa, mas ela não resistiu. A água invadiu todos os cômodos e precisei correr para salvar os móveis e eletrodomésticos”, conta Paulo César, que reside há 46 anos na rua Santo Emídio, quase na esquina com a rua Amparo.
O proprietário da loja de automóvel na esquina da rua Maria Daffré com a avenida Anhaia Mello também teve prejuízos. “Estou neste ponto desde 2002 e a enchente da sexta-feira foi uma das piores que já enfrentei. A água invadiu a loja e atingiu cinco carros. Gastarei cerca de R$ 5 mil para deixá-los em ordem. Tinha esperança que esse piscinão ajudaria a minimizar o problema, mas parece que o dinheiro investido foi à toa”, comentou o comerciante Francisco Francelino.
Motoristas travados no imenso congestionamento formado no bairro também não pouparam críticas. “A Vila Prudente abriga o maior piscinão do Estado, mas, como estamos vendo, não serve para conter as cheias do próprio bairro. Estou curioso para saber como o governador vai conseguir explicar, se é que existe explicação para tamanho absurdo!”, reclamava o morador do Parque São Lucas, Thiago de Morais, que estava parado há duas horas no trânsito da rua Cavour.
Mesmo depois que a água baixou, a situação continuou perigosa para motoristas. Na descida do viaduto da avenida Anhaia Mello, na altura da avenida Salim Farah Maluf, a força da água deslocou os malotões de concreto que delimitam as pistas de rolamento da ciclovia no canteiro central. Quem descia o viaduto, se deparava com menos de uma faixa para passagem de veículos. Apesar do risco, a situação permaneceu assim até o final da manhã da segunda-feira, dia 27. (Gerson Rodrigues / Kátia Leite)
Prefeitura Regional intensifica a limpeza
As equipes de zeladoria da Prefeitura Regional de Vila Prudente tiveram muito trabalho depois da cheia. Segundo a assessoria de imprensa da unidade, na própria sexta-feira, dia 24, várias vias começaram a receber serviços de manutenção, como limpeza e desobstrução de bocas de lobo, bueiros e galerias que acumularam muita sujeira após o alagamento. Também houve remoção de entulhos arrastados pela água e várias ruas foram lavadas. Outro serviço bastante exigido foi o de tapa-buracos. Na quarta-feira, dia 1º de março, equipes ainda refaziam o asfalto em vários trechos da avenida Anhaia Mello que chegaram a ter placas de concreto arrancadas tamanha a correnteza que tomou conta do principal corredor viário do bairro.
A Prefeitura Regional informou que 51 homens trabalharam na operação pós-chuva. Foram utilizados quatro caminhões pipas; quatro basculantes e mais dez veículos com diferentes finalidades.
Quem passou pelas proximidades da Favela de Vila Prudente na noite da última quarta-feira, dia 1º, viveu momentos de pânico. Com os ânimos bastantes exaltados porque uma menina de seis anos foi baleada após a incursão de policiais militares na comunidade, alguns moradores iniciaram uma manifestação que acabou com ônibus depredados e confronto com a Polícia Militar.
Os manifestantes atearam fogo em caçambas de lixo e, com barricadas, bloquearam o tráfego na rua Dianópolis e na avenida Anhaia Mello. Muitos motoristas que passavam pelo local se assustaram e fugiram pela contramão, de marcha ré e sobre calçadas. Com a chegada da PM, o cenário virou de guerra. Enquanto moradores jogavam pedras e garrafas, os policiais revidavam com bombas de efeito moral para dispensar os envolvidos. Foram cerca de cinco horas de confronto. A situação só foi normalizada por volta das 23h30.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 56º Distrito Policial – Vila Alpina, policiais militares da Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (ROCAM) da 4ª Companhia do 21º Batalhão realizavam patrulhamento pela rua Dianópolis quando suspeitaram da atitude de dois indivíduos que correram para o interior da favela. Consta no documento que os policiais entraram em uma das vielas da comunidade e foram recebidos a tiros. Nesse instante, uma menina de seis anos que brincava no local foi atingida no ombro por um dos disparos.
Em depoimento à Polícia Civil, os policiais da Rocam afirmaram não terem revidado e solicitaram exame pericial para constatar a ausência de pólvora em suas mãos. Segundo a delegada titular do 56º DP, Silvana Santieri Françolin, um inquérito foi instaurado para apurar de onde partiu o disparo que atingiu a criança.
A reportagem da FolhaVP conversou com o subcomandante do 21º Batalhão, Miguel Daffara, que deu a mesma versão do boletim de ocorrência. Segundo ele, os policiais ainda tentaram socorrer a criança, mas moradores da comunidade começaram a arremessar objetos contra eles e tentaram agredi-los. O major contou ainda que os policiais solicitaram apoio e entregaram a menina feriada à avó, que correu com a garota para a avenida Anhaia Mello e foi ajudada por um motorista que passava pelas imediações.
A criança foi levada ao pronto socorro do hospital municipal Ignácio Proença de Gouveia, antigo João XXIII, na Mooca, e segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o projétil não atingiu algum órgão, mas ficou alojado em um músculo do ombro. Durante a madrugada, a garota foi transferida ao hospital municipal do Tatuapé, onde passou por limpeza cirúrgica e retornou à unidade da Mooca com a bala ainda alojada. Na manhã de ontem, precisou voltar ao hospital do Tatuapé e passou por novo procedimento de limpeza. Questionada na tarde de ontem sobre a cirurgia, a Secretaria informou que ela estava com quadro estável e regular e, por enquanto, não havia previsão para a remoção do projétil. Indagada sobre uma possível falta de vagas, o órgão negou e explicou que “o procedimento ainda não ocorreu devido aos médicos estarem aguardando o melhor momento para a realização da cirurgia”.
Durante o confronto, que precisou do apoio da Tropa de Choque da PM para auxiliar na dispersão dos manifestantes, quatro ônibus foram totalmente depredados, um caminhão dos Correios foi saqueado e três pessoas – uma mulher e dois menores – foram detidas por arremessarem objetos contra os policiais, mas acabaram liberados durante a madrugada.
Um morador da favela ouvido pela FolhaVP, mas que pediu para não ser identificado, conta que ficou assustado com a dimensão do protesto. “Escutei a gritaria e percebi que algo estava errado. Minha filha chegou em casa chocada e disse que tinha passado perto de uma criança ferida. Fechei todas as portas e mantive minha família trancada. Depois de um tempo começaram as bombas de efeito moral. O cheiro invadiu minha casa e quase ficamos sem ar para respirar. Foi horrível. Moro há muitos anos na comunidade, onde tenho muitos amigos, mas não concordo com a atitude de alguns que acabam queimando a nossa imagem. Não era preciso um ato com tamanha violência”, relatou o morador. (Gerson Rodrigues)
Há quase 20 anos se debate a possibilidade de ligar as avenida Henry Ford e avenida Anhaia Mello, em Vila Prudente, com o objetivo de desafogar o trânsito, principalmente nas ruas Capitão Pacheco e Chaves e Dianópolis, beneficiando muitos motoristas que perdem valioso tempo em congestionamentos nos horários de pico. As duas vias são separadas por um ramal ferroviário que atualmente recebe uma ou duas composições de carga por dia, permanecendo ocioso por várias horas.
Na tarde de ontem, dia 2, aconteceu mais um reunião para discutir a questão. Desta vez, o encontro foi na sede da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e contou com a presença do prefeito regional de Vila Prudente, Jorge Farid, que foi acompanhado dos coordenadores de Obras e de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Arnaldo Ueda e Paulo De Lucca Souza, respectivamente; além do presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Vila Prudente, Renato Chiantelli, que também estava representando o Círculo de Trabalhadores Cristãos. Eles foram recebidos pelo diretor de planejamento da CET, Sebastião Ricardo Martins e pelo assessor da presidência do órgão, Eduardo Macapelli.
De acordo com os representantes da CET, a solicitação proposta é pertinente e, após nova análise realizada recentemente, constatou-se a viabilidade técnica. Mas, conforme foi explicado, o órgão de trânsito não realiza obra e, portanto, o projeto será encaminhado à São Paulo Urbanismo para analisar a possibilidade de incluir a demanda na Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí.
Há alguns anos, muita gente chamava de risotto aquele arroz de forno feito com os grãos já cozidos (normalmente sobras) e montado em camadas com molho, frios, ervilha e outros ingredientes.
O risotto original, atualmente alçado ao patamar da alta gastronomia como entrada ou prato principal, deve ser preparado com tipos de arrozes especiais, normalmente os italianos arbóreo ou carnaroli, facilmente encontrados nos supermercados.
A consistência cremosa do risotto é proveniente da liberação do amido dos grãos e da forma de cozimento, que deve ser lenta e acrescida de caldo de legumes aos poucos, sempre misturando os ingredientes com movimentos da colher em formato de “oito”.
Partindo sempre da mesma base de preparo (vide receita abaixo), os risottos podem ter uma grande variedade de sabores. Os mais tradicionais são o alla milanese (com açafrão), ao funghi (cogumelos secos), de gorgonzola com pêra e de frutos do mar.
Confira esta deliciosa combinação de tomates secos com rúcula:
Ingredientes:
2 xícaras de arroz arbóreo ou carnaroli;
1,5 litros de caldo de legumes (natural ou de tablete);
01 cebola média picada;
02 dentes de alho picados;
200 grs. de tomate seco picados grosseiramente;
150 grs. de queijo muçarela em cubos;
02 colheres de sopa de manteiga;
200 ml de vinho branco seco;
01 maço de rúcula;
50 grs. de queijo parmesão ralado grosso;
sal e pimenta do reino a gosto.
Preparo:
A base do risotto é praticamente sempre a mesma. Numa panela grande e em fogo médio, derreta metade da manteiga, refogue a cebola e o alho e acrescente o arroz. Misture por 2 minutos e regue com o vinho branco. Sinta o perfume no ar!
Partindo deste ponto, use sua imaginação e crie suas receitas preferidas. Mas voltando ao nosso preparo, assim que o vinho evaporar, vá acrescentando o caldo de legumes quente aos poucos. É importante misturar devagar e continuamente, assim o risotto ficará mais cremoso. Em média, o arroz deve cozinhar por 16 minutos. Portanto quando faltar uns 3 minutos para a finalização, acrescente os tomates secos e os cubos de muçarela, continue misturando. Os grãos devem ficar com textura firme e translúcidos, portanto não deixe cozinhar demais.
Mas se ainda estiverem muito duros, vá acrescentando mais caldo até chegar no ponto “al dente”.
Acrescente a rúcula picada, a manteiga, sal e pimenta a gosto. Dê uma última misturada, desligue o fogo e deixe na panela tampada por mais um minuto.
Disponha diretamente no prato individual, polvilhe o parmesão e não se esqueça de decorar com um ramo de alecrim ou salsinha.
Bom apetite!
Depois de bater na trave no ano passado e terminar como vice-campeã, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé conquistou o seu primeiro título no Grupo Especial do Carnaval paulistano. A vitória pôde ser comemorada apenas na última nota e através do critério de desempate: a agremiação somou a mesma pontuação da Dragões da Real, 269,7 pontos, porém teve melhor desempenho no quesito samba-enredo.
A Acadêmicos do Tatuapé levou para a avenida a homenagem à Mãe África, abordando o Zimbábue. Na elite desde 2013, a escola foi a quarta a entrar na passarela do Sambódromo do Anhembi na madrugada de sábado, 25, com 3,2 mil componentes, 26 alas e cinco carros alegóricos.
Bastante emocionado, o presidente Eduardo Santos agradeceu os integrantes pelo empenho na conquista. “Nós viemos aqui e mostramos para esse povo o que é a festa africana. O continente que mais sofre no mundo, mas que sabe fazer festa”, disse. “Agora fazemos parte da história do carnaval de São Paulo”, completou.
Outras agremiações
A Mocidade Unidade da Mooca, que desfilou no Sambódromo pelo Grupo I na segunda-feira, dia 27, com o enredo “Sob o céu de lona, um chão de estrelas”, ficou na segunda posição, com 268,8 pontos, mas não conseguiu vaga no Acesso, pois apenas a campeã sobe de categoria. A primeira colocada foi a Barroca Zona Zul, que somou 269,4 pontos.
Ainda pelo Grupo I, a Uirapuru da Mooca ficou na 7ª posição (266,8) e a Combinados de Sapopemba na 9ª colocação (265,6).
Pelo Grupo II, a Unidos de São Lucas terminou na 4ª colocação (268,0). No Grupo III, a Dragões de Vila Alpina ficou na 9ª posição (178,0 pontos).