Obras na Anhaia Mello assustam a vizinhança

A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô garante que as obras em curso na avenida Anhaia Mello para construção de três terminais de ônibus, nas proximidades das estações Vila Prudente de metrô e monotrilho, não vão acarretar aumento das cheias na região. Ainda de acordo com o Metrô, responsável pelos trabalhos, essa conclusão partiu de estudos – que não foram detalhados na nota enviada à FolhaVP na última quarta-feira, dia 29, em resposta aos questionamentos do jornal. Difícil é convencer empresários, comerciantes e moradores que estão vendo, preocupados, a elevação de guias e pistas em frente aos seus imóveis. O temor de todos é unânime: com o aumento da altura da avenida, em alguns trechos de cerca de 50 centímetros, as ruas que margeiam a Anhaia Mello vão acumular mais água nos picos de enchentes.

Um comerciante estabelecido há cerca de dez anos em frente a um dos terminais em construção teme que o seu comércio, já erguido acima do nível da rua, acabe tomado pela água. “Nas piores enchentes que já enfrentamos, a água chegou até o topo da escada, nunca entrou, mas, agora estamos bastante apreensivos com essa obra. Estão erguendo demais a avenida e a água vai acumular no ponto mais baixo. Além disso, tememos que fique represada”, comenta pedindo anonimato. “Ergueram um paredão do terminal, já elevaram a pista e não estamos vendo bocas de lobo neste ponto”, completa.

A poucos metros do terminal em construção na rua Trocari existe uma placa da Prefeitura, praticamente na confluência das avenidas Anhaia Mello, Paes de Barros e rua Ituverava,  alertando para o risco de alagamentos. A mesma situação acontece na esquina da Anhaia Mello com as ruas Ibitirama e Cavour. Neste ponto, a elevação das guias até assusta quem passa pelo trecho. “A empresa contratada pelo Metrô fez um projeto voltado apenas para resolver o problema do acesso para os ônibus, mas esqueceu de quem vive próximo da Anhaia Mello”, comenta o aposentado Antônio Pereira que mora há 68 anos na Vila Prudente. “Já vi muitas enchentes neste local e acredito que estão fazendo uma grande besteira”.

Comerciantes do trecho reclamam ainda que não foram procurados por responsáveis da empresa contratada para a obra. “Não deram explicações e temos medo da água tomar nossos estabelecimentos”, ressaltaram à reportagem.

De acordo com o Metrô, para implantação dos terminais Norte, Sul e Central, que depois de entregues serão operados pela São Paulo Transportes (SPTrans), foi necessário realizar adequações no sistema viário, com elevação das guias para que os ônibus possam adentrar no terminal central. O Metrô finalizou alegando que “o problema das inundações nesta região é antigo e para solucioná-lo é necessária implantação de bacias de acumulação (piscinões), obra de responsabilidade da Prefeitura”.

A reportagem também questionou a Prefeitura Regional de Vila Prudente sobre a obra e na vistoria inicial, os técnicos da unidade também ficaram preocupados com a elevação das guias e garantiram que vão pedir o projeto ao Metrô para análise em conjunto com a Secretaria Municipal de Serviços e Obras. (Kátia Leite)

Prefeitura acaba com o Clube do Choro no Arthur Azevedo

Desde a reinauguração em agosto de 2015, o Teatro Municipal Arthur Azevedo, na Mooca, era sede do Clube do Choro de São Paulo, que integra cerca de 300 músicos. Além de shows mensais com nomes de destaque do estilo musical, a população também podia participar de rodas de choro gratuitas que aconteciam todos os sábados no saguão do teatro. No entanto, desde o início de 2017, não houve mais programação e nem satisfação à comunidade.

Cobrada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Cultura respondeu que o Teatro Arthur Azevedo não é mais sede do Clube do Choro e que as apresentações não devem ser restritas a este espaço, citando o exemplo de que, no aniversário de São Paulo, mais de dois meses atrás, aconteceram shows de choro no Mercadão.

A Secretaria também informou que, com relação à programação de choro de modo geral, os recursos orçamentários destinados à contratação destas atividades estão contingenciados. Portanto, não há previsão da retomada das apresentações de choro no teatro Arthur Azevedo.

Procurado pela FolhaVP, o Clube do Choro explicou que não foi opção própria deixar o Arthur Azevedo e que os responsáveis pelo clube não tiveram voz nessa decisão. Informaram ainda que não há programação definida e aguardam um posicionamento da Secretaria Municipal de Cultura. (Kátia Leite)