Nas últimas semanas, a imprensa publicou reportagens denunciando casos de violência de taxistas contra funcionários e passageiros do aplicativo Uber. Trata-se, a meu ver, da solução menos inteligente para o impasse.
Não creio que seja razoável os taxistas utilizarem da intimidação para convencer a população a lhes dar prioridade no serviço. Pior ainda é a postura assumida por alguns líderes de incentivarem tais agressões, como se estivéssemos de volta à época dos torneios medievais.
É passada a hora da prefeitura definir, de forma clara, uma posição sobre a questão. Foi justamente o zigue-zague feito pelo prefeito de inicialmente proibir o Uber para depois negociar sua proposta de regulamentação, apreender veículos e agora voltar a falar em liberação que aumentou o mal-estar entre os setores.
É sabido: São Paulo é uma cidade que trata com grande flexibilidade os trabalhadores informais, sobretudo em momentos de crise econômica, como o enfrentado no país atualmente. A própria gestão petista fez isso em 2013 ao instituir uma norma municipal que liberou atividades artísticas e comércio de artes plásticas nas vias da capital.
O Uber também oferece um serviço informal. A empresa americana se aproveitou da escassez de táxis na cidade para oferecer sua atividade e já conquistou certo público. A intolerância noticiada não é prejudicial apenas aos profissionais, mas a toda população.
E se cada comerciante que se sentisse prejudicado por um camelô resolvesse agredi-lo para evitar a ‘concorrência’? Há sim espaço para todos. Que a prefeitura ponha um ponto final à discussão e garanta ao cidadão seu direito de ir e vir com segurança. Seja de Uber, de táxi, ou como cada um preferir.
* Mario Covas Neto é vereador e presidente do diretório municipal do PSDB.