Apesar do Ministério da Saúde insistir em alertar sobre os riscos da dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, a Prefeitura de São Paulo não tem feito sua parte em relação ao Clube da Comunidade (CDC) Parque da Mooca e o extenso espaço verde existente no restante do terreno municipal, localizados em área nobre do bairro entre as ruas Emboaçava, Maria Luiza de Pinho e Manuel Vieira Souza. O local, mais uma vez, está tomado pelo matagal e muita sujeira, que pode acumular água e servir de criadouro para o mosquito. Vizinhos sofrem com os insetos e ratos que saem do terreno e invadem as residências.
A situação da área é semelhante com as relatadas em 2009, 2011 e em 2014, quando o equipamento foi alvo de matérias de capa da Folha. “Trabalho na rua Manuel Vieira Souza desde 2009 e o terreno sempre apresentou problemas. A Prefeitura quase não aparece por aqui. É um grande desperdício o abandono desta área, que poderia ser melhor aproveitada”, relatou o segurança particular Francisco Rodrigues de Lima que, diariamente, permanece durante horas em um cabine fixada ao lado de um dos portões da unidade.
Sou obrigado a utilizar calça e blusa por causa dos mosquitos. Sem falar nos ratos que entram e saem do clube. Os moradores da rua contam que precisam utilizar repelentes diariamente. O abandono é tanto que há um ano, após forte chuva, um grande galho de uma árvore desabou sobre o portão e até hoje não foi removido”, comentou Lima.
O equipamento possui algumas trilhas de caminhada que estão inutilizadas devido o matagal e o lixo. Em um dos trechos o gradil e o muro desabaram. Ao percorrer pelo interior da unidade o que se percebe é que o serviço de conservação acontece apenas no campo e na quadra esportiva, enquanto a área do entorno está esquecida.
A Folha entrou em contato com a Secretaria Municipal de Esportes, responsável pelos CDCs da cidade, e o órgão informou que a responsabilidade pela limpeza e corte do mato é da diretoria do Clube.
Procurado, o presidente do CDC, Waldir Calliguri informou na tarde de ontem, que o corte do mato acontece a cada três meses e a realização do próximo serviço está programado para janeiro. Ele ressaltou que a área ao lado da rua Manuel Vieira Souza, onde há o tronco caído, não pertence ao CDC e é de responsabilidade da Prefeitura. O presidente citou ainda que, por orientação da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, não pode realizar o corte de mato com mais frequência na parte íngreme do terreno, nas proximidades da rua Emboaçava por exemplo, pois o local é passível de desmoronamento caso sofra intervenções mais bruscas.
Diante da resposta do presidente do CDC, a Folha irá cobrar novamente a Secretaria Municipal de Esportes e a Subprefeitura Mooca.
Órgãos da Prefeitura não se entendem e terreno do CDC Parque da Mooca segue sem manutenção