Mais de quinze dias depois da queda da ponte sob o viaduto Grande São Paulo, em Vila Prudente, a Prefeitura não informou quando foi realizado – e se ocorreu – o serviço de manutenção estrutural do equipamento. A ponte desabou na manhã do último dia 10. Por sorte ninguém passava por ela.
A Secretaria Municipal de Infraestrura Urbana (SIURB) se limitou a esclarecer, após ser cobrada pela Folha, que, se constatado algum problema em pontes da cidade, imediatamente o local é interditado. Não foi o que aconteceu no trecho que ligava as avenidas Anhaia Mello e Doutor Francisco Mesquita, sentido ABC. A reportagem também questionou a Subprefeitura de Vila Prudente e a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, mas não recebeu respostas.
Sobre os motivos que levaram a ponte desabar no rio Tamanduateí, a SIURB informou que ainda está sob investigação a cargo do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e que o órgão do Estado contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para o diagnóstico. Procurado pela Folha, o DAEE desmentiu a informação e declarou que não é o responsável por eventuais estudos sobre a causa do desabamento.
Nesta semana acontecem os trabalhos de remoção da estrutura do rio e, segundo a Prefeitura, a reconstrução da ponte deve começar após esta etapa. Questionada sobre o custo da obra, a SIURB informou que só será possível ter uma ideia de valores quando as inspeções forem finalizadas, pois antes disso não há como criar o projeto e definir o cronograma de obras.
Mesmo assim, a Prefeitura continua divulgando que os trabalhos de reconstrução do pontilhão devem durar seis meses, contados a partir do último dia 12, quando foram iniciados os serviços no local. A empresa contratada para a execução é a DP Barros.
Entulho
Além de receber fluxo intenso de veículos pesados, o trecho era um tradicional ponto de descarte irregular de entulho. O problema era denunciado constantemente pela Folha.
Segundo a Subprefeitura de Vila Prudente, responsável pela limpeza na ponte, cerca de 60 a 70 toneladas de entulho eram despejadas diariamente e a limpeza ocorria a cada dois dias para evitar acúmulo exagerado de sujeira. Mas, por falta de fiscalização eficaz, em poucas horas após a remoção do
lixo, montes voltavam a ocupar o local.
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