Ontem, dia 1º, foi celebrado o Dia Internacional do Idoso, instituído pela Organização das Nações Unidas para sensibilizar a sociedade para as questões que afetam essa parte importante da população. Mas será que a cidade de São Paulo tem o que comemorar?
A população paulistana está envelhecendo, cresceu significativamente a fatia com mais de 70 anos na última década. Aos poucos, a cara da cidade está mudando, deixando de ser majoritariamente formada por jovens. E a administração municipal não consegue perceber nem acompanhar essa mudança.
Temos políticas voltadas para os jovens, mas nenhuma relevante para os idosos, que acabam sendo ignorados. Com a população vivendo mais, é preciso tratar a terceira idade com prioridade e definir políticas públicas significativas.
A Itália, por exemplo, tem programas de requalificação profissional, estimula empresas a contratarem idosos. Lá, muitos museus têm profissionais mais velhos como guias; empresas de telemarketing contratam idosos para fazer relacionamento com os consumidores em postos que não demandam tanto esforço físico.
Eu, nas minhas gestões, olhei tanto para o lado físico como profissional dos idosos. Criamos a primeira academia de ginástica pública da cidade para o idoso, localizada no Parque do Povo. Começamos como um teste que deu certo e acabou se espalhando pela cidade. Quando secretário de Estado do governador Alckmin, disponibilizamos nas Fábricas de Cultura disponibilizaram cursos de computação para idosos, possibilitando maior acesso à informação, relacionamento e atualização com as novas tecnologias, assim como opção de trabalho e renda.
A cidade de São Paulo precisa cuidar melhor dessas pessoas, deveria, por exemplo, oferecer serviço de cuidadores públicos, que atuariam em centros de atenção ao idoso, voltados para a população de baixa renda que não pode ou não consegue se dedicar adequadamente aos mais velhos da família porque passa o dia inteiro trabalhando.
Como uma mãe ou um pai de família sem condições financeiras faz com um avô ou avó que sofre de Alzheimer, por exemplo, quando precisa ir trabalhar? Uma pessoa assim precisa de apoio especializado, não pode ser esquecida. Infelizmente, na prefeitura não há políticas públicas para os idosos.
Neste 1o de outubro não temos o que comemorar, temos de cobrar o prefeito Fernando Haddad maior respeito e ações para acolher, amparar e tratar com dignidade e deferência que eles merecem. Ou pelo menos cumprir duas promessas de campanha para essa área.
* Andrea Matarazzo, vereador e líder do PSDB.