Três milhões de pessoas com deficiência física estão sem assistência adequada em São Paulo. Infelizmente, calçadas mal-feitas e hospitais municipais sem acesso adequado à falta de mobilidade não são os únicos problemas enfrentados por essa parcela da população, já que a incapacidade da prefeitura chega ao ponto de descumprir projetos do governo federal – ambos petistas.
Refiro-me ao plano “Viver sem Limite”, iniciativa da União que, entre outras medidas, visa a fornecer um sistema de transporte às pessoas com deficiência física atendidas pelos Centros de Reabilitação dos municípios. Surpreendentemente, o governo federal cumpriu sua parte e destinou a São Paulo 15 vans adaptadas para fazerem o serviço. Já a administração municipal não fez o que lhe cabe, e há dois anos os veículos (todos novos) estão parados no pátio da divisão de transportes, na zona norte da cidade.
Tão estarrecedor quanto o fato é o motivo: as vans estão impedidas de rodar porque a prefeitura não fez o seguro de nenhuma delas. Estima-se que cada van tenha custado, em média, R$ 150 mil, em um total de mais de R$ 2,2 milhões do dinheiro público gastos em um bom propósito, mas que por incompetência e desleixo da administração municipal não cumprem sua função.
Funcionários dos Centros de Reabilitação desconhecem a existência dos carros e acreditam que a entrega dos veículos seja mais uma “promessa não cumprida”. Um servidor da divisão de transporte classifica como “estranho o que passa na cabeça deles para deixar essas vans paradas há tanto tempo”.
De fato, cabe o questionamento: por qual motivo o prefeito e o secretário municipal de Saúde ainda não resolveram essa questão para garantir às pessoas com deficiência física em tratamento médico o que lhes é de direito? Fica aí a indagação.