A Operação Lava Jato, ainda em curso, tem mostrado a força das instituições democráticas, que agem em busca da verdade dos fatos, para esclarecer o maior escândalo político como nunca antes em nossa História, maior que o do mensalão. Dizem alguns, aliás, que o do BNDES seria maior ainda, e etc. Mas a figura do juiz Sérgio Moro, com sua estratégia inspirada na Itália na Operação MÃOS LIMPA, vai ao encontro dos anseios da população que quer moralizar a vida pública. A verdade deve vir, doa a quem doer, seja quem for, porque só assim teremos um Brasil mais ético. Por isso, cresce a credibilidade de Sérgio Moro, responsável hoje por uma missão de passar o Brasil a limpo e que conta com o apoio da maioria da população.
Os efeitos do petrolão sobre a vida econômica do País tem sido devastadores, Segundo reportagem de Cristiane Barbieri, a revista Negócios, é grande o impacto da crise deflagrada na Petrobras, com as investigações da Operação Lava Jato, “os primeiros números entabulados começam a dar uma noção dos estragos. Já foram somadas algumas demissões, a exposição de bancos e fundos à Petrobras e a seus fornecedores e a queda na arrecadação com os impostos pagos pela empresa (que já vinha acontecendo há algum tempo).” Também entraram nas planilhas sobre os impactos da crise da Petrobras na economia brasileira “outros dados que atingem diretamente a petrolífera (e o país), como o preço das ações, dos títulos de dívida e nos dividendos e o impacto da redução nos investimentos”.
A reportagem da Negócios também fala que “com o anúncio de corte de 30% nos investimentos feitos pela Petrobras, o PIB ficará negativo em 1,2%, em 2015, em suas projeções”. Tudo isso mostra o abalo da crise em vários setores da sociedade, afetando principalmente a economia, o que diminui cada vez mais a confiança dos investidores, e causa preocupação com os desdobramentos da crise, que precisa ser resolvida para evitar problemas maiores. Os fatos mostram o quanto à corrupção é prejudicial, em tantos aspectos e por isso precisa ser combatida de todas as formas. E é para isso que também temos a democracia, para que a lei seja cumprida e que não haja impunidade aos infratores. Por isso que apoiamos as iniciativas do Ministério Público Federal e da sociedade que clama pelo Brasil decente e ético.
Esperamos que a democracia saia fortalecida dessa crise, porque os apelos por intervenções e outras falsas soluções podem comprometer os esforços dos que buscam, com os instrumentos da democracia, fazer as correções que se fazem necessárias. O Brasil é muito maior que a sua crise e só terá conseguido superar os abusos, com a força da lei, dentro da normalidade democrática.
* Valmor Bolan é Doutor em Sociologia e Especialista em Gestão Universitária pelo IGLU (Instituto de Gestão e Liderança Interamericano) da OUI (Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal, Canadá e Representa o Ensino Superior Particular na Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Programa Universidade para Todos do MEC.