“A Prefeitura de São Paulo investe em vários programas para tornar o trânsito mais seguro para bicicletas nas vias da Capital”. A afirmação está no Portal do governo municipal, mas, na prática, a segurança parece não ser o objetivo principal na hora de implantar mais quilômetros de ciclovias ou ciclofaixas (que seria o termo mais adequado) pela cidade. Apesar da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) acompanhar as etapas de ativação das novas rotas, quem viu as pinturas ao longo das ruas Professor Gustavo Pires de Andrade e Mario Augusto do Carmo, que vão da Vila Prudente ao Jardim Avelino, não consegue entender como os supostos responsáveis pelo serviço permitiram que dezenas de buracos, depressões, rachaduras e até paralelepípedos expostos pelo desgaste do asfalto fossem coloridos de vermelho.
“Parece coisa de criança pequena que sai pintando tudo que vê pela frente. Se dentro de um automóvel já é difícil trafegar pelo asfalto esburacado, fico imaginando a situação do ciclista que resolver se arriscar por essa ciclovia, pior ainda se for à noite”, comenta o residente do Parque São Lucas, Tadeu Fernando, que fez questão de parar o carro para conversar com a reportagem na rua Professor Gustavo Pires de Andrade. “Uso essa rua, principalmente pela manhã, para escapar do trânsito da rua José dos Reis e da avenida Zelina, e está em péssimo estado. Com asfalto ruim ou bom, não entendo o objetivo de uma ciclovia aqui, mas, já que alguém na Prefeitura teve essa ideia, deveria ter se preocupado com os buracos primeiro. Isso só demonstra a total falta de planejamento”.
O morador da rua Professor Gustavo Pires de Andrade, Mário Kurlionis, também fez questão de mostrar o “buraco vermelho” na porta de sua casa. “Moro aqui há 30 anos e nunca vi essa rua ser recapeada. Surge tanto buraco que parece que a qualquer momento tudo vai afundar. A Prefeitura tinha serviços mais importantes para fazer antes de gastar com tinta. O cruzamento com a rua Inácio, por exemplo, é bastante perigoso por causa da imprudência de motoristas que descem a Gustavo Pires em alta velocidade, mas a CET nunca se preocupou com isso”, argumenta Kurlionis que também reclama do horário de implantação da ciclovia. “Já estava dormindo e fui acordado pela barulheira, que foi até duas horas da madrugada por vários dias seguidos. É muita falta de respeito com a população”.
A reportagem questionou a Prefeitura sobre os buracos no novo trecho de ciclovia, a Subprefeitura de Vila Prudente empurrou a responsabilidade para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que não se pronunciou até o fechamento desta matéria.
Calçada esburacada também ganha tinta
Nesta semana “surgiu” mais um trecho de ciclovia na região. Desta vez, nas calçadas da avenida Dr. Francisco Mesquita que margeiam o rio Tamanduateí, na altura do Central Plaza Shopping, em Vila Prudente. Apesar de indagada na terça-feira, dia 5, sobre a implantação de novas faixas exclusivas para ciclistas na região, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não informou sobre o projeto da Francisco Mesquita. A suspeita é que haverá interligação com o ponto na rua Ibitirama que ficou desconectado de qualquer rede.
A curiosidade é que, apesar de estar em plena calçada, de novo, não houve qualquer tipo de cuidado da Prefeitura antes de despejar a tinta. Os buracos que já representavam perigo para os pedestres, agora também podem vitimar os ciclistas.
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É simplesmente patético o que esse prefeito está fazendo nesta cidade. Na foto maior dá para perceber que pintaram até o mato que está no chão. Um absurdo.
Acho que nosso alcaide pensa que está em Shangai.
Como pode alguém ser a favor disso??? Esse Prefeito é maluco, fazer ciclo faixas tudo bem desde que bem planejado, mas pitar calçadas esburacadas e com matos, vielas, porta de residências, é um absurdo!!!! Alguém tem que parar esse maluco!!!!
Quem critica tanto não anda de bicicleta. Não faz idéia do que é andar de bicicleta em São Paulo.
Num plano de expansão de 400km erros estão acontecendo e apenas os erros são mostrados. Dentre as centenas de km de ciclovias já criadas, a grande maioria tem qualidade suficiente, na medida para não perder em nada para outras ciclovias em qualquer cidade ao redor do mundo.
Quero ver vocês fazerem uma matéria mostrando todas as BOAS ciclovias já implantaads ao invés de apenas mostrar os terchos problemáticos.
Lembrando também que antes da tinta vermelha, os ciclistas eram obrigados a pedalar no MESMOS trechos esburacados mas sem a proteção mínima dada pela sinalização horizontal.
Quem vai “parar” este absurdo? Ministério Público? A quem denunciar estas intervenções ridículas da Prefeitura de S. Paulo? Na Vila Zelina foram feitas ciclofaixas em ruas tão estreitas, que mal passa um carro….quem dirá bicicleta… A maioria das faixas dos nosso bairros está obsoleta em qualquer dia da semana. Enquanto isto, comércios fecham por falta de opção de estacionamento e bairros onde existia movimento comercial e industrial sofrem pela dificuldade de acesso. O que fazer?
VERGONHA!
Nada justifica o inicio da instalação da ciclovia em buracos, mas insistir na mesma história de ciclovia em calçada é falta de conhecimento. Além de previsto no código de trânsito já que o espaço é compartilhado por pessoas e não por pessoa e máquina (automóvel), neste trecho de calçada sequer passam pedestres ao longo do trecho.