Frequentadores do Parque Ecológico Professora Lydia Natalizio Diogo, o Parque de Vila Prudente, vêm estranhando, a presença de veículos do Serviço Funerário do Município nos fundos do Crematório de Vila Alpina, que fica ao lado da área verde. Nesta semana a reportagem da Folha flagrou cerca de 30 carros e 20 caminhões largados no espaço, muitos deles batidos, cheios de terra e enferrujados. Segundo os próprios funcionários do crematório, a situação vem ocorrendo há pelo menos dois meses.
“Ninguém explicou nada. Começaram a colocar os veículos e não aparecem para arrumá-los ou retirá-los. A cada semana surgem mais. O espaço já está ficando pequeno para tanto automóvel e caminhão”, comenta um funcionário do crematório que pediu para não ser identificado.
A situação cria receio entre os usuários do parque. “Virou um cemitério de veículos. Com as chuvas, temos medo que fiquem repletas de água e virem um criadouro do mosquito da Dengue”, comenta a usuária Marlene Campos. A empresária Mercedes Araujo Mofre ressalta o prejuízo aos cofres públicos. “Esses carros e caminhões foram comprados com o dinheiro dos nossos impostos. Não podem simplesmente jogá-los nos fundos do crematório. Devem ser arrumados ou vendidos para um ferro velho, se for o caso. É um absurdo! Fora o fato de quem leva um ente querido para ser cremado e merecia que o espaço estivesse mais apresentável, não com um monte de veículos abandonados”, completa Mercedes.
O Serviço Funerário do Município rebateu a informação de que os veículos estão no crematório há meses. Segundo o órgão, estão no local há apenas duas semanas. O Serviço Funerário informou que desocupou a unidade na Vila Maria que, há mais de 40 anos, centralizava todos os serviços de transporte e armazenamento de urnas e paramentos, sendo distribuídos em novos polos: Vila Guilherme, Vila Mariana e Pinheiros, inicialmente. A nota relata ainda que “como todo o material e frota obsoleta que estavam na antiga unidade aguardando o leilão foram retiradas, os veículos permanecerão no crematório até a conclusão desse processo”. Para finalizar, o órgão destacou que “a comunidade não corre riscos, pois o local está sob a supervisão de funcionários”. Porém, não foi divulgado o prazo para a realização do leilão e consequente, remoção dos veículos.