Na noite da quarta-feira, dia 4, foi realizada no auditório da Subprefeitura de Vila Prudente a apresentação pública da Operação Urbana Consorciada (OUC) Bairros do Tamanduateí, antes chamada de Mooca – Vila Carioca. A ideia do projeto é criar uma região compacta, que reúna moradias e empregos, conte com variedade de áreas verdes, de equipamentos públicos e serviços. A fase atual do processo é a de discussão do estudo urbanístico com a população, para que o documento seja finalizado e entregue à Câmara Municipal para a criação da Lei que viabilize a implantação da Operação. A previsão de duração, entre o início e o término do programa na região, é de 30 anos.
Os dados para a formulação do projeto começaram a ser levantados em 2012 pelo Consórcio CMVC, contratado pela Prefeitura. A mudança de nome, de Mooca – Vila Carioca para Bairros do Tamanduateí, ocorreu porque ao longo dos estudos, a área de abrangência foi ampliada, englobando uma região de 1.669 hectares, contornados pelas avenidas Radial Leste, Paes de Barros e Anhaia Mello, rua Ibitirama, avenidas Guido Aliberti, Almirante Delamare, Nazaré e Dom Pedro e rua do Lavapés. Dentro deste perímetro estão incluídos os bairros de Vila Prudente, Vila Zelina, Mooca, Ipiranga, Vila Carioca e Cambuci.
De acordo com o levantamento, esta área conta atualmente com 139.648 habitantes e 223.522 empregos. A ideia da Prefeitura é aumentar o número de moradores para 251.873, construindo 83.958 novas moradias, e aumentar as vagas de trabalho para 324.127, através de parcerias e incentivos com empresas.
Para atender esta demanda de moradores, o objetivo é implantar na região oito novas Unidades Básicas de Saúde (UBS), quatro Atendimentos Médicos Ambulatoriais (AMA), cerca de 1.200 leitos hospitalares, triplicar o metro quadrado de áreas verdes, inclusive com a criação de seis parques, inserir 98,5 km entre ciclovias, clicorotas e ciclofaixas, e construir 52 creches e 38 unidades escolares de ensinos infantil, fundamental e médio. Outras medidas são as criações de valas de infiltração e parques inundáveis, para ajudar no escoamento das águas das chuvas, que costumam alagar a região, e mudanças viárias para melhorar a mobilidade urbana da área.
A apresentação na Subprefeitura de Vila Prudente foi mediada por Rita Gonçalves, gerente de projetos da SP Urbanismo, órgão ligado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, responsável pelas Operações Urbanas Consorciadas da cidade. De acordo com ela, a proposta para viabilizar financeiramente a OUC é conseguir a verba através da criação de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPAC), que permite ao município cobrar pela autorização de construir dentro do determinado perímetro. A estimativa é que com as CEPACs a Prefeitura arrecade R$ 5.616,02 bilhões.
A apresentação confirmou ainda a intenção de criar um parque no terreno de 100 mil m² na rua Barão de Monte Santo, na confluência com as ruas Vitoantonio Del Vechio e Dianópolis, que por mais de 50 anos abrigou uma distribuidora de combustíveis da Esso Brasil. Entretanto, a princípio, a ideia é de negociar com a construtora dona do espaço a implantação da área verde em 40 mil m² do local. Outro destaque foi a inclusão de um Centro de Educação Unificado (CEU) ao lado da Favela de Vila Prudente, no antigo terreno da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Ao final das explicações sobre o projeto, o público presente no auditório pode tirar dúvidas e dar sugestões. A maioria dos pronunciamentos estava voltada à área de habitação popular. Segundo o estudo urbanístico, a proposta é que dentro das 83.958 novas moradias previstas na OUC, cerca de 20.500 contemplem famílias de baixa renda.
Próximos passos
Uma nova apresentação do projeto será realizada hoje, dia 6, às 19h, na biblioteca Affonso Taunay, localizada dentro do Clube Escola Mooca, na rua Taquari, 549 – área da Subprefeitura Mooca.
Após esta etapa de discussões com a população em cada subprefeitura, o projeto voltará para os arquitetos e coordenadores da SP Urbanismo, que analisarão as mudanças necessárias e pedidas pela comunidade. Depois, novas apresentações públicas, as chamadas devolutivas, serão realizadas em cada distrito envolvido na OUC. Por fim, a Prefeitura espera, em junho de 2015, entregar o Projeto de Lei definitivo à Câmara Municipal. E, aprovado pelos vereadores, o processo comece a ser implantado em 2016, com previsão de término em 2046.