Acho muito estranho ver o PT defendendo a criação de “salas de segurança”, como na Holanda, ou sala do Crack, como pretende fazer em São Paulo. Um lugar onde o usuário pode fazer uso da droga fornecida pelo próprio poder publico, sem antes ter feito nada para evitar que o sujeito se tornasse um dependente. Graças ao governo omisso do PT o país é hoje o maior consumidor de Crack do mundo!
O Brasil é considerado o epicentro do narcotráfico mundial. Passou a ser “um refúgio para chefões do tráfico da América Latina”, ponte principal para distribuição da droga produzida no continente para a Europa, provedor de produtos químicos para a produção de algumas delas e também agora um importante mercado consumidor. O país virou a base das novas rotas do tráfico mundial, que passa pela África para seguir à Europa e à Ásia”.
O crack ampliou a difusão da droga no mundo. Mas há uma particularidade no caso brasileiro: na rua, uma pedra de crack custa apenas R$ 2. Dezenas de vezes menos do que nos Estados Unidos ou na Inglaterra. Isso porque desenvolveu-se no Brasil nos últimos 12 anos uma eficiente rede de pequenos traficantes.
Além do mais, somos vizinhos de três grandes produtores da matéria-prima: Colômbia, Peru e Bolívia. São 8.000 quilômetros de fronteiras, as mais escancaradas do mundo. Mas a Polícia Federal não tem efetivo, nem equipamentos para fazer seu trabalho. Nem o governo dá prioridade alguma ao assunto. A Bolívia é de longe o principal fornecedor. Por que não usar a ajuda econômica que o Brasil dá a esse país para induzi-lo a encolher a produção e o contrabando? Mas não faz nenhum gesto, nenhuma exigência! Sobra propaganda, como a do avião-morcego sem tripulantes, que sumiu sem ter aparecido, para filmar o tráfico nas fronteiras…
O PT sempre resistiu à internação de dependentes químicos para desintoxicação, recusando dinheiro do SUS para essa atividade. Além disso, a política externa é leniente com os aliados do governo boliviano e das Farc colombianas, hoje grandes agentes do narcotráfico.
A luta contra a droga exige, além da assistência às vítimas, cortar a oferta e a demanda. A omissão nesse último caso tem sido surpreendente. Faltam campanhas educacionais intensas e abrangentes, a exemplo do que foi feito com o cigarro, que, diga-se, é menos letal.
A experiência das medidas e campanhas antitabagistas no Brasil, iniciadas no governo FHC e consagradas internacionalmente, derrubaram pela metade a proporção de fumantes do país, mas não serviu de inspiração aos governos petistas, pois, por algum motivo, não interessa.
E agora, vem com o discurso de redução de danos. Ora, a melhor redução de danos que o país pode ter, é o PT perder a eleição deste ano.
* Eduardo Odloak é formado em Administração pela FCU e especialização em estratégias de Marketing aplicadas ao Turismo e Hotelaria – ECA-USP. Foi Subprefeito da Mooca.