Desde o começo do ano, 6.500 pontos de ônibus com cobertura da cidade começaram a ser substituídos por equipamentos mais modernos e seguros. A operação faz parte de um contrato de R$ 146 milhões firmado entre a Prefeitura e uma concessionária ainda no ano passado, na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). Entretanto, a São Paulo Obras (SPObras), órgão da administração municipal responsável pelo serviço, está demorando semanas entre a remoção dos abrigos antigos e a instalação dos novos. A situação prejudica os usuários do transporte, que nas últimas semanas ficaram debaixo de sol e chuva durante a espera pelos ônibus.
“O ponto antigo estava em péssimas condições, mas, pelo menos, nos protegia. Porém, há mais de uma semana o tiraram, colocaram o poste de identificação do ponto e ainda não instalaram o abrigo novo. Enquanto isso, já fiquei torrando no sol na semana passada e nessa tive que tomar chuva. O ponto não tem local próximo para se proteger, temos que ficar ao relento mesmo”, comenta o estudante Heitor Machado Nunes, que utiliza a parada de ônibus localizada na avenida Anhaia Mello, em frente à escola estadual Professor Américo de Moura (EEPAM).
Outro local onde o ponto foi retirado, mas ainda não foi substituído pelo novo é na altura do número 1.250 da avenida Zelina, também em frente a uma escola. “É uma falta de respeito. Muitas crianças utilizam essa parada, além de idosos. Se é para substituir, deveriam já vir com o abrigo novo antes de tirarem o antigo. Está certo que os pontos estavam velhos e precisavam ser trocados , mas, não pode deixar a população por semanas sem a cobertura”, destaca a usuária Maria Aparecida Machado.
Na rua do Oratório, nas proximidades com a rua do Orfanato, a situação é ainda pior. O ponto do local, que contava com abrigo, foi removido e nem ao menos o poste de sinalização da parada foi instalado. “As pessoas ficam na chuva esperando pelo ônibus. Já faz alguns dias que está assim. Sem falar que como retiraram o poste, muitos motoristas estacionam o carro na frente do ponto, fazendo com que os usuários sejam obrigados a ir à rua para subir no coletivo”, ressalta a usuária Cleide da Cunha Soares. Poucos metros dali, na altura do número 145 da Oratório, os passageiros também perderam o abrigo da parada e aguardam agora pela colocação da nova cobertura.
A situação já foi alvo de matéria da Folha no começo de outubro. O ponto localizado na altura do número 300 da avenida Alberto Ramos, no Jardim Independência, foi retirado no dia 26 de setembro, e o usuários tiveram que se virar por cerca de um mês no local, que não conta com comércios próximos, dificultando o abrigo durante a chuva ou o forte calor. O novo ponto só foi instalado no último dia 24.
A SPObras informou que cerca de 575 abrigos da cidade foram removidos pela segurança dos usuários, já que os mesmos estavam em péssimo estado. Apesar de não estipular um prazo e nem de explicar o motivo da demora, o órgão ressaltou que as coberturas novas serão instaladas. Ainda de acordo com a SPObras, o contrato para a troca dos abrigos prevê a instalação dos 6.500 equipamentos até o final de 2015.