De acordo com o Plano de Metas do Governo de Fernando Haddad, São Paulo será uma cidade voltada à locomoção de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Entretanto, antes de começar a vistoriar e exigir reformas em imóveis particulares, a Prefeitura terá que rever a acessibilidade nos próprios equipamentos municipais, como o Clube Escola Vila Alpina.
Na calçada da principal entrada da unidade esportiva, na avenida Jacinto Menezes Palhares, no Jardim Independência, a rampa em frente à faixa de pedestres, está localizada entre dois postes. Ou seja: o cadeirante sobe no passeio, mas não consegue se locomover. “Se em um clube municipal, em uma avenida movimentada, a rampa foi construída assim, como cobrar a população? A situação prova que os funcionários da Prefeitura apenas seguem a ordem, não analisam se é possível executá-la ou não. Será que ninguém percebeu que a rampa iria deixar o cadeirante ilhado? Sem falar que toda a calçada do Clube Escola está com rachaduras e desníveis, em alguns pontos não tem como passar”, reclama a usuária da unidade, Paloma Dias Araújo.
Calçadas de outros equipamentos públicos também apresentam problemas. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Prudente, o passeio da rua Itamumbuca é praticamente inexistente e, tanto pessoas com deficiência como pedestres comuns, não conseguem andar pelo local, que serve de acesso entre a UBS e a estação Vila Prudente do Metrô.
Até mesmo na sede da Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba, no Jardim Independência, é possível encontrar problemas na calçada. O passeio localizado nos fundos do órgão, na rua General Irulegui Cunha é estreito e repleto de árvores, o que torna impossível a passagem pelo trecho.
Questionada sobre a situação destes locais, a Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba destacou que, de acordo com a cartilha de implementação de acessibilidade na cidade, a acessibilidade de equipamentos públicos deve acontecer nas calçadas principais, de fluxo, não necessariamente nas vias arteriais. E que tanto no caso da UBS, na praça do Centenário, como na sede da SUB, na avenida do Oratório, as principais entradas contam com acessibilidade.
Já sobre o Clube Escola Vila Alpina, o órgão assumiu o problema e informou que existe um estreitamento do passeio do local que dá acesso ao ponto de ônibus mais próximo. Entretanto, ressaltou que existe um estudo de adaptação da calçada da unidade, mas que a liberação de recursos do projeto é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Esportes.
Surpervisor de Acessibilidade
Em agosto, as Secretarias Municipais da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida e de Coordenação das Subprefeituras divulgaram a criação do cargo de supervisor de acessibilidade nas subprefeituras, que ficará responsável pelo acompanhamento e execução dos projetos em cada região. Questionadas, as Subprefeituras de Vila Prudente/Sapopemba e Mooca informaram que os supervisores das unidades ainda não foram nomeados.