No ano em que o Moleque Travesso fazia a sua primeira viagem internacional, nascia uma história de dedicação e amor ao clube. Em 1953 o técnico de enfermagem e farmacêutico, Elias Pássaro, de tradicional família italiana, começou a trabalhar como massagista do Juventus, cargo que exerceu por 40 anos. “Eu morava ao lado da Javari e sempre acompanhava a equipe. Foi quando o massagista do time perguntou se eu não queria trabalhar no clube. Aceitei na hora e nunca mais saí daqui”, comenta Pássaro.
Atualmente, com 83 anos, ele exerce a função de auxiliar na enfermaria do estádio. “Com o time fui para diversos paises, como Grécia, Iugoslávia e Costa do Marfim. Mas tive problemas familiares e não podia mais viajar tanto. Então vim trabalhar na enfermaria”, ressalta Pássaro, que durante décadas exercia a função de massagista do time e ainda trabalhava como farmacêutico para Prefeitura. “De dia ficava na Javari e de noite ia para a farmácia do pronto-socorro. Pouco ficava
Ao longo destes anos de futebol, o massagista lembra de algumas histórias engraçadas que marcaram a sua vida. “Me recordo de uma vez que o Juventus não estava bem e o treinador resolveu chamar um pai de santo para fazer um serviço no estádio, antes de um jogo contra o São Paulo. O tal pai de santo falou que o problema era com o Seu Oswaldo, o nosso roupeiro. Então ele reuniu todo o elenco e a comissão técnica em volta do Oswaldo, todos com um charuto na boca, e começaram a bater nele. Ele apanhou sem saber o motivo. O pior é que feito o ‘trabalho’, o time foi para campo e a partida terminou 4 x 0 para o São Paulo. Depois do jogo foram o técnico e o pai de santo para rua”, relembra Pássaro, dando risada do caso.
Outro fato que ficou marcado na cabeça do massagista, e não podia ser diferente, foi o gol de Pelé na Javari, em agosto de 1959, que o próprio “Rei do Futebol” elegeu como o mais bonito de sua carreira. “Ele não estava jogando bem e o estádio inteiro o provocava. Toda hora o xingavam. Eu virei para o lado e falei: a fera está quieta é melhor não provocar. Foi quando ele pegou a bola no campo de defesa do Santos e saiu driblando todo mundo, chapelou três e quando o Mão de Onça (goleiro do Juventus) foi com tudo pra cima dele, jogou para o lado, passou por baixo e fez um golaço”.
Morador da Mooca desde que nasceu, Pássaro, que está casado com sua segunda esposa, Eunice, de 55 anos, e tem o maior xodó pela netinha da mulher: “a Geovana é a alegria da casa”; ainda espera ver o Juventus voltar aos seus tempos áureos. “Foram os maiores desgostos da minha vida ver o time cair para a segunda divisão e depois para a terceira. Mas graças a Deus conseguimos subir neste ano e vamos trabalhar com tudo para voltar para a primeira divisão, que é o lugar do clube”, completa o massagista.
Quem resume o que Elias Pássaro representa para o Moleque Travesso é o ex-jogador da década de 60, Lelo, que trabalha na administração da Javari. “O Elias foi meu massagista na várzea, quando jogava pelo Máquinas Piratininga, depois no Juventus. Ele faz parte da história da Javari e nunca vai sair daqui”.
Amei essa reportagem é muito bom saber que o ELIAS ainda continua nesse clube tão amado
Fico contente que o Elias se encontra firme e forte, realmente uma bela homenagem
Abraço
ex – HSPM – depto Pessoal