Enquanto a recém inaugurada estação Vila Prudente do Metrô só recebe elogios por conta da beleza e modernidade, um rastro de problemas se acumula em parte do trecho que pelos últimos três anos serviu de canteiros para instalação dos trilhos que levam os trens à nova parada. Trata-se do ponto do bairro que sofreu maior impacto com as desapropriações: os dois quarteirões da rua Tomás Izzo que tiveram moradias e comércios completamente removidos.
Nos últimos meses, com o fim gradativo da movimentação das máquinas e dos operários, restaram apenas tapumes – que estão sendo roubados – e uma extensa faixa de terreno sem utilização. Moradores do entorno reclamam ainda de constantes invasões nos antigos canteiros de trabalhos e da escuridão.
A reportagem da Folha foi ao local na última quarta-feira e se deparou com a entrada de um dos canteiros completamente escancarada na rua Barão Aníbal Pepi – situação que se repete nas imediações da praça Gonçalves Júnior. A antiga guarita de segurança é uma das poucas coisas que permanecia em pé. “Moradores de uma favela das proximidades estão levando os tapumes, já que não tem mais ninguém tomando conta do espaço”, comenta uma residente da rua São José dos Campos, cuja casa faz fundos com o antigo canteiro. “A obra acabou, mas nós continuamos aqui. Queremos nossa tranquilidade de volta. Morro de medo de alguém invadir minha residência”, comenta. “Constantemente vemos pessoas consumindo drogas ou despejando entulho neste ponto”.
Sem os tapumes na Aníbal Pepi, qualquer pessoa também consegue acessar a vala ainda sem cobertura que corre ao longo da Tomás Izzo. “Só fico pensando nessa criançada atrás de pipas. Um perigo! A situação está deste jeito desde que apagaram os logos do Metrô dos tapumes, passaram tinta branca por cima. Mas, alguém ainda tem que ser responsável!”, comenta Enide, moradora da rua Santa Cruz das Palmeiras. “Outro grave problema é a falta de iluminação, antes havia holofotes do canteiro, agora vivemos no breu”.
Mais à frente, na junção da praça Padre Lourenço Barendse e da rua Ibitirama, a bronca é dos pedestres. No local há uma passagem específica para eles, já que a calçada segue interditada. “As madeiras estão pobres, não passo mais por lá com a minha sobrinha, embora seja o caminho da escola”, reclama Cíntia Moreira Barboza.
Reurbanização
Todos os problemas constatados pela reportagem foram repassados à Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, que na tarde de ontem respondeu que “já tomou as providências necessárias para eliminar tais ocorrências”. A reportagem voltou ao canteiro por volta das 16h e encontrou uma equipe começando a fechar o espaço.
Sobre o futuro do terreno desapropriado para obras, a Companhia esclareceu que será reurbanizado, com pavimentação das ruas transversais à Tomás Izzo e implantação de área verde. O prazo para conclusão da reurbanização é até o final do ano.
Esqueceram de citar que a Rua Pedro de Godoi continua interditada no acesso para a Rua Ibitirama. :zzz
Parabéns Katia Leite pela excelente matéria. Quanto a tal “inauguração” da estação parece piada, pra que inaugurar uma estação que não funciona para a maioria dos usuários, pois o horário das 9h 30min as 16h de segunda a sexta é ridiculo, a desculpa é que se trata de uma fase de teste, tudo bem… mas porque não inaugurar apenas depois dessa fase?!
É politicagem ……. são políticos oportunistas pegando o metro de carona eleitoral, é uma obra “expressa” ano de eleição.