A edição 1 da Folha de Vila Prudente foi às ruas em 17 de janeiro de 1992, uma quinta-feira (posteriormente a circulação foi alterada para as sextas-feiras). Não demorou para o metrô ser pauta do jornal. Logo no segundo número, em 24 de janeiro, estampava “Vila Prudente aguarda a chegada do Metrô”. A espera foi bem maior que o esperado.
Na ocasião da fundação do jornal, o projeto previa o trecho Ana Rosa – Oratório. A partir da estação Vila Prudente, a atual Linha 2-Verde seguiria elevada pelo canteiro da avenida Anhaia Mello até a estação Oratório – a hipótese de subterrâneo sempre foi descartada por causa do córrego da Mooca sob a avenida. Porém, muito antes da reviravolta que acabou transformando o metrô em monotrilho ao longo da Anhaia Mello, a Vila Prudente quase viu o ramal migrar para o ABC – apesar das promessas do Governo do Estado de construir a estação no bairro. A nova proposta era levar a linha para São Caetano a partir do Ipiranga. Foi a Folha que deu a má notícia em primeira mão. Ao participar de uma reunião em que (inocentemente) o então secretário de Transportes Metropolitando, Jurandir Fernandes, anunciou o desvio. Mas, dentro do perfil batalhador que sempre norteou a linha editorial, o jornal não se acomodou e agendou entrevistas com as principais autoridades sempre buscando o compromisso de retomar o trajeto original. Futuramente, o próprio ex-secretário admitiu que a intensa pressão da Folha foi fundamental para trazer o metrô “de volta” à Vila Prudente.
Foi com imenso alívio que a região viu o início das obras em janeiro de 2008, em várias frentes de trabalho que somavam mais de mil operários. Ao contrário do monotrilho, cuja construção é digna de dramalhão, o metrô avançou sem grandes percalços, com a Folha acompanhando cada nova etapa.
Mais de quatro mil pessoas prestigiaram a inauguração da estação Vila Prudente em 21 de agosto de 2010, pelo então governador Alberto Goldman (PSDB). Antes mesmo do início da solenidade, marcada para 11h, uma multidão se aglomerava à espera da abertura. Na ocasião, a tarifa custava saudosos R$ 2,65, mas nas primeiras semanas, quando operava somente das 9h30 às 15h, o transporte foi gratuito até a estação Sacomã. O metrô foi um divisor na história do bairro e uma das maiores coberturas jornalísticas realizadas nestas três décadas de Folha, sempre despertando intenso interesse dos leitores.
Onze anos depois da inauguração, a estação Vila Prudente está sendo ampliada para dar conta da demanda e a previsão é que em 2026, deixe de ser fim de linha com a inauguração da “próxima parada”: a estação Orfanato – já em obras. Certamente continuará sendo pauta assídua. (Kátia Leite)
Folha 30 anos: metrô foi pauta assídua
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