Ainda em obras, parte do Centro Educacional Unificado (CEU) Vila Prudente começou a funcionar em fevereiro do ano passado, como Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) com capacidade para 508 crianças de 0 a 5 anos. Na ocasião, registrava apenas 213 alunos matriculados e mesmo assim, alguns pais já apontavam problemas na escola recém aberta. Com a pandemia, as aulas foram suspensas e as queixas continuaram sem solução. Conforme a Folha apurou, somente nesta semana – após muitas reclamações – o Cemei ganhou uma linha telefônica, mas continua sem internet.
“Por abrigar crianças tão pequenas, a comunicação entre os pais e a escola precisa ser muito eficiente, mas dependíamos dos celulares dos funcionários ou ir pessoalmente para resolver cada dúvida que surgia. É um absurdo a Prefeitura colocar uma unidade dessa para funcionar sem telefone ou internet e passado mais de um ano, a gente continuar reclamando ”, destacam os pais de um aluno de quatro anos, que preferem manter os nomes no anonimato.
Por participarem do Conselho de Classe do Cemei, ficaram sabendo de outros problemas que geraram ainda mais apreensão. Até o momento, a unidade está sem recursos financeiros para compra de materiais básicos, de papelaria à higiene – tão necessária neste momento de pandemia.
Questionada pela Folha, a Prefeitura alega que “a unidade recebeu no ano de 2021 um repasse no valor de R$ 108 mil que podem ser utilizados para a compra de materiais pedagógicos e produtos de higiene”. Mas, de acordo com os pais, a verba ainda não pode ser usada. “Por trâmites burocráticos, o valor não está disponível para o Cemei utilizar e os funcionários e professores estão precisando custear vários itens do próprio bolso. Como vamos mandar nosso filho para escola sem saber se tem álcool gel para todos?”, destacam. “Cansamos de ligar para a Diretoria Regional de Ensino, no Ipiranga. Nunca nos deram atenção, até a Ouvidoria Geral do Município já foi procurada”, completam.
A preocupação aumenta porque o Cemei ainda recebe número reduzido de alunos por causa das restrições sanitárias. “Precisam solucionar os problemas, antes de todas as crianças voltarem juntas. O prédio não é adequado à faixa etária e já apontamos pontos perigosos, mas continuam da mesma forma desde o ano passado”, comenta um pai ouvido pela Folha.
A Prefeitura informou que o CEMEI conta atualmente com 184 alunos matriculados. Sobre as queixas, a Secretaria Municipal de Educação respondeu na noite da última quarta-feira, dia 16, que a rede de telefone funciona normalmente. A rede de internet está aguardando a chegada da operadora para a troca de um aparelho e o reparo de um cabo rompido.
Números
Na nota enviada à Folha, a Secretaria informou que foram investidos R$ 274 milhões na reforma de 552 escolas e R$ 297 milhões através do Programa de Transferência de Recursos Financeiros para que as unidades realizassem o necessário para o retorno presencial. Ainda de acordo com a Secretaria, desde o ano passado, houve investimento de mais de R$ 20 milhões para adquirir kits de higiene (sabonete líquido, copo e nécessaire), termômetros digitais e diversos tipos de protetores faciais, incluindo face shields e máscaras diversas.
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Fui na unidade ontem e ainda não possuem um telefone, a funcionária informou que estão pedindo desesperadamente e não conseguem o telefone, que quando possuem uma emergência precisam ligar pelo telefone celular particular delas … absurdo!